
Recuperando o polvo

A Bahía de los Ángeles (BLA) se destaca por sua relevância em recursos naturais para o México, especialmente na Reserva da Biosfera da Zona Marinha. A principal atividade econômica é a pesca costeira, centrada em doze espécies, incluindo o polvo (Octopus bimaculatus e Octopus hubbsorum), que constitui 87% da produção de polvo na Baja California e representa entre 60% e 100% da renda dos pescadores durante a temporada. Apesar da suscetibilidade dessas espécies à variabilidade ambiental, as medidas de manejo favoreceram sua recuperação. Em 2015, os pescadores da BLA estabeleceram um acordo de fechamento comunitário com o apoio da Pronatura Noroeste (PNO) e de pesquisas acadêmicas. Esse acordo, formalizado em 2016 e publicado no Diário Oficial da Federação, é uma evidência da participação da comunidade e da coordenação interinstitucional. O PNO continua a gerenciar a pesca implementando registros de pesca para monitorar o recurso.
Contexto
Desafios enfrentados
Desafios:
- Desequilíbrio entre o aumento da população e os recursos disponíveis.
- Economia e falta de infraestrutura adequada para o bem-estar das comunidades pesqueiras.
- Subdesenvolvimento da atividade pesqueira.
- Degradação ambiental.
Localização
Processar
Resumo do processo
A integração da comunidade, a governança eficaz e as estratégias de conservação são essenciais para enfrentar os complexos desafios associados ao gerenciamento sustentável dos ecossistemas marinhos.
Blocos de construção
Comunidade e governança
Grupo de trabalho eficaz para a tomada de decisões para o aprimoramento da pesca do polvo em benefício das famílias dos pescadores por meio da pesca responsável do polvo.
Fatores facilitadores
A comunidade pesqueira e a cadeia de suprimentos, incluindo chefs, lojas e restaurantes da região, para aumentar a conscientização sobre os benefícios da pesca sustentável de polvo.
Lição aprendida
É necessário haver divulgação e treinamento sobre as vantagens de cumprir a proibição do polvo.
Conservação marinha
A proteção de nossos mares vai além da simples limpeza das praias e da proibição da extração de espécies ameaçadas de extinção. Nosso objetivo, e o de qualquer sociedade responsável, é alcançar um equilíbrio entre o desenvolvimento humano e a conservação dos ecossistemas marinhos. Há mais de três décadas, estamos promovendo políticas públicas para a pesca sustentável.
Essa visão abrangente implica abordar não apenas os problemas óbvios, mas também trabalhar em medidas mais profundas e eficazes. A sustentabilidade na pesca exige um forte compromisso com a implementação de políticas que abordem a superexploração, promovam a pesca seletiva e adotem tecnologias ecologicamente corretas.
Fatores facilitadores
A participação ativa das comunidades locais, dos pescadores e de outras partes interessadas no planejamento e na implementação dessas políticas é essencial. O gerenciamento participativo garante uma abordagem mais equitativa e sustentável.
Também reconhecemos a importância da conscientização e da educação do público na proteção de nossos oceanos. Informar a sociedade sobre a relevância dos ecossistemas marinhos, da biodiversidade e das consequências de nossas ações é essencial para criar uma cultura de respeito e responsabilidade em relação aos mares.
Lição aprendida
Esse esforço coletivo exige a colaboração ativa de governos, empresas, cientistas e da sociedade em geral.
Impactos
- Prevalência da espécie - Participação do cidadão - Resiliência da comunidade pesqueira - Perturbação do ecossistema
Beneficiários
- Comunidade Bahía de los Ángeles
- Reserva da Biosfera de Bahía de los Ángeles, Canales de Ballenas e Salsipuedes
- Área de Proteção da Flora e Fauna das Ilhas do Golfo da Califórnia
- Parque Nacional San Lorenzo
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
História

A Pronatura Noroeste trabalhou em estreita colaboração com a comunidade, grupos de pescadores, detentores de licenças de pesca, a Secretaria de Pesca e Aquicultura da Baixa Califórnia, o Instituto Nacional de Pesca, a Comissão Nacional de Áreas Naturais Protegidas e o Comitê Estadual de Saúde e Segurança da Aquicultura da Baixa Califórnia no Projeto de Melhoria da Pesca do Polvo. Esse projeto segue a metodologia desenvolvida pelo Marine Stewardship Council, que é usada para avaliar pescarias em processo de melhoria ou certificação por meio de três princípios: o estado da população de recursos, o impacto da pesca no ecossistema e a governança.
Em 2015, o fechamento foi gerenciado voluntariamente e formalizado em 2016 por meio de um acordo do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, que foi atualizado em 2017 para ampliar a área de aplicação. Em fevereiro de 2022, o Plano de Gestão de Pesca para polvo na costa leste da Baja California foi publicado no Diário Oficial da Federação. Isso formalizou as ações empreendidas pelo governo mexicano, em colaboração com o setor pesqueiro e a Pronatura Noroeste, incluindo modificações na Comissão Nacional de Pesca (CNP) e a elaboração do Plano de Gestão da Pesca, com o objetivo de melhorar a pesca por meio de práticas responsáveis e sustentáveis.
Atualmente, por regulamentação oficial, o polvo marrom (Octopus bimaculatus) e o polvo verde (Octopus hubbsorum) estão fechados de agosto e setembro, respectivamente, até 30 de novembro de cada ano. Essa medida, que foi estabelecida em 2015 com o apoio da autoridade (CONAPESCA) e formalizada em 2016, é complementada por outras iniciativas comunitárias, como a limitação do número de armadilhas por barco, o estabelecimento de refúgios de pesca, a rotação de zonas de pesca e o ajuste da captura de acordo com a disponibilidade anual do recurso.
A subsistência dos polvos marrom e verde exige o compromisso de todos, não apenas daqueles que os capturam, mas também daqueles que os compram e consomem. Caso contrário, esses animais enfrentam riscos significativos de perda de população e até mesmo de extinção.