Conexão de habitats para espécies arbóreas usando pontes de dossel
Os mamíferos que vivem em árvores tropicais, como macacos, kinkajous e gambás, dependem de estradas complexas no topo das árvores para chegar ao alimento, aos possíveis parceiros e evitar predadores no solo. Em um dos maiores estudos de armadilhas fotográficas em dossel até o momento, os cientistas e parceiros do Smithsonian Conservation Biology Institute descobriram que, quando a limpeza de um oleoduto no Peru ameaçou essas estradas, deixar pontes naturais, ou galhos de conexão, para espécies arbóreas realmente reduziu a gravidade desse impacto.
"Nesse caso, fizemos uma parceria com o setor para identificar um problema, implementamos uma solução proposta e usamos uma técnica inovadora de armadilhas fotográficas para testar a solução. Os resultados mostram de forma clara e poderosa a eficácia de uma maneira simples de reduzir os impactos da atividade humana sobre a biodiversidade - o sonho de um biólogo conservacionista", descreveu um dos pesquisadores. Esses resultados estão agora no processo de serem incorporados à legislação peruana.
Impactos
Fotos de armadilhas fotográficas mostraram que, ao longo de um ano de monitoramento, os mamíferos arbóreos atravessaram a clareira do oleoduto apenas 16 vezes no solo. Enquanto isso, houve mais de 3.000 travessias de animais arbóreos nas pontes de dossel naturais deixadas sobre a clareira do oleoduto. A taxa de travessias de mamíferos nas pontes foi mais de 100 vezes maior do que no solo, e 25 espécies de mamíferos arbóreos usaram as pontes naturais, enquanto apenas seis dessas espécies atravessaram no solo.
Os resultados dessa pesquisa estão agora em processo de incorporação à legislação peruana. As empresas envolvidas no desenvolvimento de infraestrutura podem ser obrigadas a deixar pontes de dossel naturais sobre projetos em florestas de todo o país, minimizando assim a fragmentação florestal.