Contribuição para a melhoria dos estatutos de conservação dos carnívoros nas áreas protegidas de Fazao-Malfakassa e Djamdè

Solução de instantâneos
Hipotrague
AGBO-ZEGUE NGO

Grandes carnívoros, como leões e leopardos, estavam presentes no Togo até a década de 1990, quando as áreas protegidas (APs) eram ecologicamente viáveis, mas sofreram degradação durante a crise sociopolítica daquele período, levando ao declínio dessas espécies. De 2016 a 2018, avistamentos anedóticos de leões e leopardos foram relatados em torno do Parque Nacional Fazao-Malfakassa (FMNP). Para confirmar cientificamente sua presença, a ONG AGBO-ZEGUE, com o apoio da IUCN Save Our Species e da UE, lançou um projeto em 2020 para estabelecer sua distribuição e conservar habitats. O projeto tem como objetivo: (i) confirmar a presença de leões e leopardos na FMNP, (ii) identificar e conservar seus habitats específicos e (iii) promover descobertas para melhorar a conservação. Foram coletados dados sobre 37 espécies de mamíferos, melhorando a compreensão da biodiversidade do PNMF. Os resultados possibilitaram a melhoria da gestão da AP, aumentaram o interesse do público e fortaleceram as estratégias de conservação no Togo.

Última atualização: 30 Sep 2025
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Contexto
Desafios enfrentados
Caça furtiva

O Parque Nacional Fazao-Malfakassa (FMNP), uma Área Chave de Biodiversidade (KBA) designada pela IUCN, é um hotspot de biodiversidade com geomorfologia exclusiva, incluindo montanhas, vales, cachoeiras e pastagens sazonais. Abriga elefantes de savana e floresta(Loxodonta africana, Loxodonta cyclotis), antílopes roan, hartebeests, búfalos e primatas como Colobus vellerosus e Cercopithecus mona. Os carnívoros de grande porte são pouco estudados, com os últimos dados científicos de 1990 (Chardonnet et al. 1990). Rastros de leopardos(Panthera pardus) foram encontrados em 2014, e leões(Panthera leo) foram registrados recentemente, incluindo um macho em 2016 e uma fêmea em 2017. Também foram registrados ataques a gado. Em 2019, 100 armadilhas fotográficas financiadas pela Universidade de Oxford monitoraram a área por quatro meses. Esse projeto busca ampliar o monitoramento para entender melhor esses carnívoros e sua situação no Togo.

Escala de implementação
Local
Ecossistemas
Floresta tropical decídua
Tema
Gerenciamento de espécies
Caça ilegal e crimes ambientais
Divulgação e comunicações
Localização
Fazao, Centrale, Togo
África Ocidental e Central
Processar
Resumo do processo

O sucesso do projeto de conservação de leopardos no Parque Nacional Fazao-Malfakassa (FMNP) foi alcançado por meio da conexão de elementos estratégicos importantes de forma complementar. O desenvolvimento da infraestrutura científica, como a instalação de armadilhas fotográficas, foi fundamental para a coleta de dados e forneceu informações básicas sobre a presença de espécies. Isso foi apoiado por iniciativas de capacitação, incluindo sessões de treinamento para guardas ecológicos, que aprimoraram os esforços de monitoramento local. As campanhas de conscientização nas comunidades vizinhas promoveram o engajamento público e a compreensão das metas do projeto. A integração de avaliações de habitat e mapeamento de corredores entre o FMNP e o Parque Nacional Kyabobo criou uma estrutura estratégica para entender e manter a conectividade da vida selvagem. Juntos, esses componentes criaram um programa de conservação coeso e eficaz, abordando dimensões ecológicas, sociais e logísticas para melhorar os resultados da conservação de grandes carnívoros no Togo.

Impactos

O projeto de conservação de leopardos do Parque Nacional Fazao-Malfakassa (FMNP) demonstrou impactos ambientais, sociais e econômicos significativos. Ambientalmente, ele reforçou a integridade ecológica do parque, uma área-chave de biodiversidade, identificando as principais espécies e seus habitats, incluindo 37 espécies de mamíferos, como elefantes da savana e da floresta. Ao mapear corredores que ligam o FMNP ao Parque Nacional Kyabobo, em Gana, o projeto promoveu a conectividade transfronteiriça, vital para o movimento sazonal da vida selvagem, aumentando a resiliência e a diversidade genética das espécies.

Socialmente, o projeto envolveu mais de 120.000 pessoas nas comunidades vizinhas por meio de quatro reuniões de conscientização e dois workshops, aumentando a conscientização sobre a conservação da vida selvagem. O treinamento de guardas florestais capacitou as partes interessadas locais, promovendo o envolvimento da comunidade na proteção da biodiversidade. Os benefícios econômicos surgiram do potencial de desenvolvimento do ecoturismo, com descobertas que destacam a biodiversidade exclusiva do parque como um atrativo para os turistas.

Quantitativamente, a instalação de 100 armadilhas fotográficas, cobrindo 15% da área do parque, forneceu dados essenciais sobre a biodiversidade e identificou ameaças como a caça ilegal, que envolveu 26% dos encontros humanos nas estações de câmeras. Essas descobertas informaram recomendações para o gerenciamento sustentável do parque e para a regulamentação da caça, com o objetivo de equilibrar a conservação com as necessidades da comunidade.

Beneficiários
  1. O Departamento de Recursos Florestais do Ministério do Meio Ambiente e Recursos Florestais com os dados de monitoramento ecológico da vida selvagem necessários para o gerenciamento do parque.
  2. As comunidades locais são conscientizadas sobre a importância do parque e dos recursos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ODS 4 - Educação de qualidade
ODS 15 - Vida na terra
História
Instalação da câmera
Instalação da câmera
AGBO-ZEGUE NGO

O projeto de conservação de leopardos no Parque Nacional Fazao-Malfakassa (FMNP) começou com a visão de abordar um mistério de longa data: os leopardos e outros grandes carnívoros ainda estavam presentes na maior área protegida do Togo após décadas de degradação do habitat e caça ilegal? A situação na década de 1990 era terrível. A instabilidade política e a redução dos esforços de conservação haviam deixado muitas áreas protegidas, inclusive o FMNP, gravemente degradadas, com grandes carnívoros supostamente extintos. No entanto, sussurros de comunidades locais e guardas ecológicos sugeriram avistamentos esporádicos de leopardos e leões entre 2016 e 2018. Esses relatos não verificados despertaram a determinação da ONG AGBO-ZEGUE de trazer evidências científicas e reacender a esperança de conservação dos grandes carnívoros.

Com o apoio do programa Save Our Species da IUCN, o projeto implantou 100 armadilhas fotográficas em diversos terrenos na FMNP. Uma história inspiradora emerge do treinamento do eco-guarda local Adjo Basile, um jovem fazendeiro da comunidade vizinha de Tem. Antes do projeto, Basile via a conservação da vida selvagem como algo distante e irrelevante. Entretanto, depois de participar das sessões de treinamento, ele se tornou um defensor apaixonado da proteção da biodiversidade. Seu papel no projeto transformou sua compreensão do valor do parque, não apenas para a vida selvagem, mas também para o futuro de sua comunidade. A empolgação de Adjo chegou ao auge quando ele descobriu as pegadas de um leopardo ao longo do rio Mô, um achado que ele orgulhosamente documentou e compartilhou com a equipe. Esse momento simbolizou o sucesso do projeto: transformar o ceticismo local em propriedade e esperança.

O impacto do projeto foi além da conservação. Ele reuniu as comunidades para discutir práticas de caça sustentáveis, aumentou a conscientização sobre a importância do parque e destacou o potencial do ecoturismo para beneficiar a economia local. Para Adjo e muitos outros, o projeto demonstrou que a proteção da biodiversidade pode ser uma fonte de orgulho e oportunidade, inspirando uma nova geração a administrar o patrimônio natural do Togo.

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