Regeneração de manguezais e mobilização de populações locais, com foco especial em mulheres e comunidades indígenas, na conservação de ecossistemas no distrito de Lokoundjé (Fifinda)

Solução completa
Manguezais em plena regeneração
Foundation for the Environment and Development in Cameroon(FEDEC)

A Foundation for Environment and Development in Cameroon (FEDEC) implementou um projeto intitulado "Regeneração de manguezais e mobilização de comunidades locais, especialmente mulheres e grupos indígenas, na conservação de ecossistemas no distrito de Lokoundjé (Fifinda)", financiado pelo GEF Small Grant do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Essa iniciativa teve como objetivo restaurar 4 hectares de áreas de mangue degradadas por meio do replantio de 6.000 mudas de mangue e promoveu o envolvimento da comunidade, especialmente entre as comunidades indígenas Bakola/Bagyeli, em atividades agroflorestais. O projeto também introduziu fornos aperfeiçoados para defumação de peixes, reduzindo o desmatamento e melhorando as economias locais. Os esforços de educação da comunidade, incluindo a distribuição de materiais educacionais e transmissões de rádio, aumentaram a conscientização sobre a conservação dos manguezais. Os esforços combinados não apenas regeneraram ecossistemas vitais, mas também capacitaram as populações locais com meios de subsistência sustentáveis e técnicas de conservação.

Última atualização: 30 Sep 2025
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Contexto
Desafios enfrentados
Perda de biodiversidade
Salinização
Perda de ecossistema
Falta de oportunidades alternativas de renda
Mudanças no contexto sociocultural
Falta de capacidade técnica
Desemprego / pobreza

O projeto abordou desafios ambientais, sociais e econômicos em Lokoundjé. Combateu a degradação dos manguezais causada pelo desmatamento e pelo uso excessivo de madeira para defumação de peixes por meio do reflorestamento de 4 hectares com 6.000 mudas e da introdução de fornos aprimorados que reduziram o consumo de madeira e triplicaram a produção de peixes, associando a conservação aos meios de subsistência.

Socialmente, o projeto capacitou as comunidades locais e indígenas de Bakola/Bagyeli, especialmente as mulheres, por meio de campanhas de conscientização, materiais educativos e programas de rádio sobre a conservação dos mangues. As mulheres se beneficiaram do uso de fornos aprimorados, melhorando sua posição econômica e seu papel na gestão ambiental. Além disso, 2 hectares de plantações agroflorestais proporcionaram aos Bakola/Bagyeli segurança alimentar e oportunidades de renda.

Economicamente, o projeto aumentou a renda local por meio do aumento da produção de peixes e da diversificação dos meios de subsistência via agrofloresta, promovendo o uso sustentável dos recursos e o crescimento econômico de longo prazo.

Escala de implementação
Local
Ecossistemas
Agrofloresta
Mangue
Tema
Integração da biodiversidade
Adaptação
Serviços de ecossistema
Restauração
Meios de subsistência sustentáveis
Povos indígenas
Atores locais
Conhecimento tradicional
Localização
Lokoundjé, South, Camarões
África Ocidental e Central
Processar
Resumo do processo

Os principais fatores de sucesso do projeto estão interconectados de forma que cada elemento reforça e complementa os demais para obter resultados positivos. O alcance da comunidade por meio de várias ferramentas, como folhetos, transmissões de rádio e pôsteres, aumenta a conscientização e a propriedade local, garantindo que os esforços de conservação sejam adotados pela população. Isso leva a um maior envolvimento da comunidade em atividades como reflorestamento e agrossilvicultura, em que a participação local garante a sustentabilidade das intervenções. A introdução de fogões melhorados contribui para isso ao reduzir a necessidade de corte de madeira, contribuindo diretamente para a preservação dos manguezais. Além disso, o estabelecimento de sistemas agroflorestais proporciona meios de subsistência alternativos, aumentando os benefícios econômicos dos esforços de conservação.

Blocos de construção
Campanhas de conscientização da comunidade

Seu objetivo é conscientizar as comunidades locais e indígenas sobre a importância da conservação dos manguezais e da adoção de práticas sustentáveis. A campanha utiliza uma série de ferramentas, incluindo folhetos, pôsteres, tangas e transmissões de rádio, para atingir vários segmentos da população. As atividades de conscientização visam educar as comunidades sobre os benefícios ambientais e econômicos da conservação dos manguezais e, ao mesmo tempo, promover a adoção de fogões melhorados para reduzir o desmatamento. O objetivo é criar um forte senso de propriedade local, garantindo um compromisso de longo prazo com os esforços de conservação.

Fatores facilitadores
  • Relevância cultural: As ferramentas de comunicação, como as paginas, são adaptadas aos costumes locais, aumentando a aceitação.
  • Acesso à mídia: As transmissões de rádio garantem que as informações cheguem a áreas remotas.
  • Apoio da liderança local: O envolvimento de líderes administrativos e locais amplia o impacto da campanha.
Lição aprendida
  • Comunicação eficaz: a adaptação da comunicação ao contexto local fortalece o envolvimento da comunidade.
  • Consistência: A divulgação e a distribuição contínuas de materiais são essenciais para reforçar a mensagem.
  • Desafios: Garantir que todos os membros da comunidade, inclusive os grupos marginalizados, sejam alcançados pode ser difícil, e várias plataformas devem ser usadas para ampliar o alcance.
Reflorestamento e restauração de manguezais

Esse bloco de construção envolve o reflorestamento de áreas degradadas de mangue em Lokoundjé. Por meio do plantio de 6.000 mudas de mangue em 4 hectares, a iniciativa visa restaurar os serviços essenciais do ecossistema fornecidos pelos mangues, como o sequestro de carbono, a proteção contra enchentes e o apoio à pesca. As comunidades locais, especialmente os grupos indígenas como os Bakola/Bagyeli, estão ativamente envolvidas no plantio e no monitoramento da saúde dos manguezais, reforçando a sustentabilidade ecológica e social.

Fatores facilitadores
  • Envolvimento da comunidade: O envolvimento das comunidades locais, especialmente as diretamente afetadas, é essencial para garantir a continuidade da manutenção.
  • Disponibilidade de mudas: O acesso a mudas de mangue saudáveis e o treinamento em técnicas de plantio adequadas são necessários para o sucesso do reflorestamento.
  • Apoio do governo: O apoio legal para proteger as áreas reflorestadas da exploração também garante a sustentabilidade dos esforços de restauração.
Lição aprendida
  • O comprometimento é essencial: Dar às comunidades os meios para substituir as mudas danificadas promove um senso de propriedade.
  • Resiliência no reflorestamento: O monitoramento e a substituição regulares das mudas, principalmente em ambientes difíceis, são essenciais para o sucesso do projeto.
  • É importante planejar a manutenção pós-plantio e envolver as partes interessadas no início do processo para ajudar a evitar a negligência das áreas recém-reflorestadas.
Introdução de fogões melhorados

A introdução de fogões melhorados em Lokoundjé aborda desafios ambientais e econômicos. Esses fogões, que medem 5 metros por 1,3 metro, reduzem significativamente a necessidade de madeira, aumentando a eficiência do combustível, o que contribui diretamente para a conservação dos manguezais. Ao triplicar a produção de peixe defumado, os fogões também impulsionam as economias locais. Os fogões foram projetados e construídos com a participação da comunidade, garantindo que eles atendam às necessidades locais e, ao mesmo tempo, reduzam a pressão sobre os recursos naturais.

Fatores facilitadores
  • Envolvimento da comunidade: A participação total da comunidade no processo de projeto e construção garante que os fogões sejam culturalmente apropriados e adequados à finalidade.
  • Suporte técnico: O acesso a especialistas para o projeto e a manutenção dos fogões garante sua funcionalidade a longo prazo.
  • Incentivos econômicos: A capacidade de aumentar a produção de peixes e a renda incentiva a adoção generalizada.
Lição aprendida
  • Adesão da comunidade: O envolvimento dos usuários no processo de design melhora a adoção e o uso a longo prazo.
  • Sustentabilidade: Sem o treinamento adequado, os fogões podem não receber manutenção, o que reduz a eficácia ao longo do tempo.
  • Certifique-se de que o suporte técnico contínuo e o treinamento de acompanhamento sejam fornecidos para manter a eficiência e a funcionalidade do fogão a longo prazo.
Sistemas agroflorestais para comunidades indígenas

Esse componente básico concentra-se no estabelecimento de sistemas agroflorestais nos vilarejos de Ebéa e Maloumba, beneficiando as comunidades indígenas Bakola/Bagyeli. O sistema integra cacau, banana-da-terra e produtos florestais não madeireiros (NTFPs) para proporcionar meios de subsistência diversificados e melhorar a segurança alimentar. A agrossilvicultura ajuda a reduzir o desmatamento, promovendo o uso sustentável da terra e, ao mesmo tempo, melhorando a fertilidade do solo e aumentando a resistência às mudanças climáticas. Essa iniciativa não apenas gera renda para as comunidades indígenas, mas também preserva seu patrimônio cultural ao combinar o conhecimento tradicional com práticas agrícolas modernas.

Fatores facilitadores
  • Propriedade da terra: Garantir o direito à terra para as comunidades indígenas é fundamental para o sucesso da agrossilvicultura.
  • Treinamento e capacitação: Fornecer educação sobre práticas agrícolas sustentáveis e gerenciamento de culturas é essencial para o sucesso a longo prazo.
  • Acesso a mercados: Garantir que as comunidades tenham acesso a mercados para vender seus produtos motiva a participação e o crescimento econômico.
Lição aprendida
  • Planejamento inclusivo: O envolvimento de todos os membros da comunidade, inclusive mulheres e jovens, fortalece o impacto do projeto.
  • Diversificação: A integração de várias culturas e PFNMs reduz os riscos econômicos e aumenta a segurança alimentar.
  • Certifique-se de que o treinamento inicial seja abrangente e inclua suporte pós-implementação, pois as comunidades podem enfrentar desafios para manter os sistemas agroflorestais sem a devida orientação.
Impactos
  • Impactos ambientais: O projeto restaurou 4 hectares de manguezais degradados em Lokoundjé com o plantio de 6.000 mudas. Esse esforço aumenta o sequestro de carbono, absorvendo cerca de 1,2 tonelada de CO2 por hectare anualmente, ajudando a mitigar as mudanças climáticas. Os manguezais restabelecidos atuam como barreiras naturais contra enchentes, protegem contra a erosão e sustentam habitats essenciais para peixes e animais selvagens, promovendo a biodiversidade. O monitoramento regular e a substituição de 500 plantas danificadas reforçaram ainda mais a resiliência do ecossistema.
  • Impactos sociais: O projeto capacitou as comunidades locais, especialmente as mulheres e os grupos indígenas Bakola/Bagyeli, envolvendo-os em atividades de conservação, como o plantio de mangues e a agrossilvicultura. Mais de 40 membros da comunidade participaram, melhorando a segurança alimentar e os meios de subsistência. Os fogões melhorados reduziram o tempo que as mulheres gastam coletando lenha, melhorando a saúde e promovendo a igualdade de gênero ao reduzir a poluição do ar em ambientes fechados.
  • Impactos econômicos: A instalação de três fogões melhorados para defumação de peixes em Lokoundjé triplicou a capacidade de produção de peixes, aumentando a renda em 30% para 50 famílias envolvidas na defumação de peixes. A introdução de sistemas agroflorestais em Ebéa e Maloumba, combinando cacau, banana e produtos não madeireiros, diversificou os fluxos de renda, aumentando a resistência econômica aos riscos climáticos.
Beneficiários

Os principais beneficiários são as comunidades locais de Lokoundjé, especialmente os indígenas Bakola/Bagyeli em Ebéa e Maloumba, sendo que as mulheres são as que mais ganham com isso. Toda a população de Lokoundjé, incluindo Kribi, foi beneficiada, juntamente com as autoridades locais.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ODS 1 - Erradicação da pobreza
ODS 2 - Fome zero
ODS 8 - Trabalho decente e crescimento econômico
ODS 13 - Ação climática
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