Reserva Mamirauá para o Desenvolvimento Sustentável - Trabalhando com comunidades indígenas na Amazônia

Solução completa
Pesca e comunidade
Instituto Mamirauá

O Instituto Mamirauá de Desenvolvimento Sustentável foi criado em 1999 para oferecer ciência, tecnologia e inovação às comunidades da região amazônica. Isso é feito com um alto nível de ética e responsabilidade, respeitando seus conhecimentos tradicionais.

O Instituto é responsável pela criação da Reserva Mamirauá. Com 1.240.000 hectares, a reserva possui a maior área úmida do planeta e é a primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável (categoria 6 da IUCN) do Brasil.

Nas últimas décadas, Mamirauá foi superexplorada por empresas privadas, por isso o Instituto trabalha em estreita colaboração com as comunidades locais para garantir o uso sustentável dos recursos pesqueiros.

Última atualização: 07 Dec 2020
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Contexto
Desafios enfrentados
Desertificação
Degradação de terras e florestas
Perda de biodiversidade
Perda de ecossistema
Colheita insustentável, incluindo a pesca excessiva
Falta de acesso a financiamento de longo prazo

O desafio mais importante apresentado pela região é a monopolização das empresas para o uso dos recursos pesqueiros e a compreensão profunda da visão de mundo das comunidades locais com o objetivo de implementar um programa de pesca sustentável que respeite suas formas de trabalho.

Escala de implementação
Nacional
Ecossistemas
Floresta tropical perene
Área úmida (pântano, brejo, turfa)
Tema
Mitigação
Restauração
Meios de subsistência sustentáveis
Povos indígenas
Conhecimento tradicional
Planejamento do gerenciamento de áreas protegidas e conservadas
Divulgação e comunicações
Localização
Rio Solimoes São Paulo De Olivença - Estado de Amazonas, Brasil
América do Sul
Processar
Resumo do processo

O Instituto busca garantir a conservação e o desenvolvimento das comunidades que compõem a Amazônia por meio dos três pilares descritos, em que o fator comum é o trabalho em conjunto com as comunidades.

É a proximidade com a comunidade que gera respeito e confiança, o que permite a realização de pesquisas e a geração conjunta de conhecimento, que, por sua vez, serve de insumo para as comunidades tomarem decisões. Essa mesma proximidade cria um entendimento das necessidades reais das comunidades e facilita o trabalho conjunto para desenvolver e implementar tecnologias ecológicas que ajudem a resolver alguns dos problemas enfrentados pelas comunidades.

Blocos de construção
Trabalhar em estreita colaboração com a comunidade

O trabalho em conjunto com a comunidade respeita a diversidade de tradições, reconhecendo elementos de natureza retrógrada.

O trabalho comunitário deve começar com os interesses e as necessidades da própria comunidade; o trabalho deve atuar como protagonista na solução dos problemas.

O objetivo dos processos de governança que o Instituto aplica é facilitar os processos de comunicação entre a organização e as comunidades, utilizando metodologia baseada em oficinas de gestão inclusiva.

Fatores facilitadores
  1. Na região do Brasil, sabe-se que a conservação da natureza está 90% relacionada às comunidades locais. Tendo isso em mente, o Instituto está construindo relacionamentos e criando um plano de trabalho de longo prazo.
  2. Os laços de confiança que são estabelecidos com as comunidades são cruciais para que se possa trabalhar em estreita colaboração com elas.
  3. Processos de governança governamental
  4. Processos de governança em áreas de conservação indígenas e comunitárias.
Lição aprendida
  1. Várias organizações participaram de iniciativas em um esforço para garantir a conservação e o desenvolvimento das comunidades. No entanto, elas não conseguiram fazer isso porque não foram capazes de entender e respeitar as comunidades.
  2. Várias organizações ainda não entendem que 90% dos projetos de conservação envolvem comunidades e povos indígenas
  3. É importante trabalhar em conjunto com os processos de governança do governo; a gestão eficaz do território será alcançada com a participação das partes interessadas.
Produção de conhecimento científico

O Instituto Mamirauá fornece insumos de conhecimento científico às comunidades locais e isso é transmitido às comunidades e aos povos indígenas, aplicando os processos de governança da Área de Conservação.

Esse conhecimento decorre de 4 linhas de ação:

  1. Educação ambiental
  2. Proteção ambiental
  3. Fortalecimento da comunidade
  4. Comunicação dentro da comunidade

A produção de conhecimento busca criar soluções de médio e longo prazo.



Fatores facilitadores
  1. Respeito e diálogo: O conhecimento gerado é fornecido às comunidades, mas não imposto a elas. São elas que decidem se as estratégias propostas serão implementadas.

Lição aprendida
  1. Cada comunidade e grupo é diferente e nunca se deve presumir que o que funciona para uma comunidade funcionará para a comunidade vizinha. (Esses não são modelos replicáveis).
  2. Os contextos, a liderança e as formas de trabalho variam. Se essas diferenças não forem levadas em conta, os processos de conservação se tornarão complicados e até mesmo impossíveis de serem desenvolvidos.
Tecnologias ecologicamente corretas

Há um consenso cada vez maior sobre a necessidade e a possibilidade de direcionar os esforços de pesquisa e inovação para alcançar a conservação usando tecnologias ecologicamente corretas.

O Instituto usa a tecnologia para o desenvolvimento principalmente para facilitar os principais processos nas comunidades e lidar com as mudanças climáticas. No entanto, há consultas às comunidades e aos povos indígenas, pois são eles que têm a última palavra ao implementar esses projetos.

Fatores facilitadores
  1. Alianças com empresas e/ou organizações que fornecem tecnologia.
  2. Feedback daqueles que optam por implementar a tecnologia para um processo de aprimoramento contínuo.

Lição aprendida
  1. Com relação aos outros pilares, a consulta às comunidades é essencial para a obtenção e o uso de tecnologias.
Impactos
  1. As comunidades da Reserva Mamiraua possuem informações técnicas e científicas para fins de tomada de decisão.
  2. A reserva tem um programa de pesca sustentável.
  3. O trabalho de conservação em Mamiraua garante a conservação do pântano mais importante e biodiverso do planeta.
  4. Há mais de 300 profissionais trabalhando ativamente na conservação dessa região.
Beneficiários
  • Comunidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.
  • Cidades próximas que dependem de recursos hídricos.
  • A nação do Brasil que depende da conservação da cobertura florestal para garantir os serviços ambientais.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ODS 15 - Vida na terra
ODS 16 - Paz, justiça e instituições sólidas
História
Carlos Estrada
Luciano Regis
Carlos Estrada

O trabalho realizado em Mamiraúa é conhecido por muitas pessoas graças a Luciano Regis, um líder jovem e apaixonado, que valoriza a biodiversidade do Brasil e está comprometido com a conservação em seu país, que ocupa o primeiro lugar no mundo em termos de biodiversidade. Seu trabalho lhe deu a oportunidade de conhecer as comunidades que vivem em Mamirauá, suas tradições, seu modo de vida e sua conexão com a conservação. Elas o inspiraram a realizar atividades de desenvolvimento para promover o desenvolvimento local e a conservação.

Seu trabalho o levou a ingressar na RELLAC - Youth, uma organização composta por jovens profissionais em Áreas Naturais Protegidas na América Latina e no Caribe, onde, com liderança, conseguiu fortalecer uma rede de jovens para a conservação no Brasil.

Luciano e os jovens da RELLAC são um modelo para o #NatureForAll, um movimento global cuja missão é inspirar o amor pela natureza.

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Ana Mandri
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