Gerenciamento florestal integrado

O manejo florestal integrado, como uma estratégia de desenvolvimento local, permite que diferentes percepções sejam articuladas em uma visão conjunta para alcançar o desenvolvimento sustentável. Essa é uma política estadual que vem sendo implementada desde 2009 e estabeleceu avanços importantes, como a regulamentação de terras para as quais designou um tipo de uso e um tipo de disponibilidade.

Para isso, a área protegida desempenha um papel fundamental na integração de ações em nível local que, por sua vez, são integradas à política nacional e, possivelmente, à visão regional de conservação.

  • As políticas de gestão territorial são cumpridas por cada um dos atores locais, o que estabelece uma organização de funções e atividades em diferentes escalas.
  • As comunidades cumprem o mandato e o uso potencial da terra, e uma estrutura natural estável é mantida.

O manejo florestal integrado requer uma abordagem que leve em conta as múltiplas perspectivas que o contexto exige. Por isso, é importante ter equipes transdisciplinares para alcançar uma visão conjunta de desenvolvimento.

Além disso, é necessária a participação ativa de instituições que investem recursos, como a ACEAA e o WWF.

Envolvimento da população local no monitoramento

Ele busca motivar a participação da população local e da população civil em geral, para que se tornem parte ativa da conservação da LBR e, dessa forma, gerem consciência ambiental.

  • Estabelecer processos de divulgação com jovens e estudantes que demonstrem afinidade com a implementação do monitoramento participativo.
  • Preparar guias e outros materiais didáticos que possam ser utilizados por pessoas interessadas no monitoramento.
  • Desenvolver processos práticos de treinamento/educação para observadores de espécies de aves dentro da RBL.
  • A educação ambiental deve ser um eixo transversal de todas as atividades realizadas para a conservação das áreas naturais protegidas, gerando um aumento do impacto positivo na conservação.
  • O monitoramento participativo, além de ser um mecanismo de obtenção de informações, tem servido como ferramenta de conscientização da população.
  • O aumento da disseminação das atividades de monitoramento participativo é diretamente proporcional ao aumento do número de pessoas em nível nacional e internacional que se interessam pela área protegida. Isso permite que a Limoncocha seja posicionada como um local importante para a observação de aves na bacia do alto Amazonas.
Monitoramento de aves

É a parte biológica que tem a ver com o monitoramento de pássaros, que fornece informações para saber como está a zona úmida. O objetivo é envolver jovens das comunidades locais e pessoas interessadas na contagem de pássaros, após o treinamento, para que participem junto com a equipe da área protegida no monitoramento de espécies de pássaros.

  • Definição de um plano de monitoramento com base em experiências desenvolvidas por instituições especializadas.
  • Preparação de protocolos de monitoramento que possam ser facilmente implementados pelos guarda-parques da área protegida.

Desenvolvimento de visitas e passeios de observação de aves, com registro organizado e técnico das informações coletadas.

  • O estabelecimento de protocolos de monitoramento biológico que sejam fáceis de aplicar ajuda a despertar o interesse das pessoas em colaborar com essas atividades e também permite a continuidade ao longo do tempo.
  • Os protocolos de monitoramento devem ser estabelecidos de forma que não causem desconforto aos habitantes locais. Nesse caso, o monitoramento de peixes causou desconforto entre os Kichwa da comunidade, devido ao fato de que a pesca das pessoas estava sendo manipulada, razão pela qual esse protocolo está sendo reconsiderado.
Fortalecimento das capacidades locais

A interação da comunidade com o setor privado, as ONGs e o meio acadêmico, juntamente com a equipe da área protegida, permite que as iniciativas de bioempresas sejam sustentáveis.

  • Identificação de partes interessadas em empreendedorismo e facilitação de treinamento prático.
  • Melhoria do trabalho coletivo e estabelecimento de associações produtivas fortalecidas em aspectos técnicos, financeiros e administrativos.
  • Acompanhamento permanente da área protegida na busca de novas oportunidades de expansão de mercado.
  • A iniciativa de empreendedorismo de cogumelos ostra apoia a conservação do PNSNG ao oferecer oportunidades econômicas para as pessoas na zona de amortecimento da área protegida de forma a reduzir o desmatamento e as pressões de caça.
  • Essa estrutura é muito importante para a obtenção de boa governança como um trampolim para a certificação Green List Standard que a área protegida está buscando.
Elaboração de pesquisa de mercado para bioempresas

Para estabelecer uma bioempresa, são necessárias informações de mercado para otimizar os recursos e os esforços para posicionar uma nova oferta nas populações-alvo.

  • Identificar e selecionar as espécies mais promissoras e as experiências anteriores de outras regiões que possam ser adaptadas à realidade.
  • Gerar o interesse dos moradores e facilitar a assistência técnica inicial que possa mostrar os requisitos de trabalho e esforço do novo empreendimento.
  • Considerar os benefícios explícitos e implícitos que o novo empreendimento pode ter dentro da dinâmica social e econômica, em relação à conservação dentro da área protegida.
  • A experiência anterior é importante, mas aprender sobre outras experiências ajuda a entender melhor as oportunidades que podem ser desenvolvidas e o processo de trabalho associado a um novo empreendimento.
  • Os funcionários de uma área protegida não são responsáveis apenas pelo controle e pela vigilância, eles precisam estabelecer um vínculo com as populações da zona de amortecimento, entender suas necessidades e participar de ações conjuntas para melhorar suas condições sociais e econômicas, que podem ser desencadeadoras de afetações dentro da área protegida.
  • A obtenção de licenças de venda e registros sanitários para produtos alimentícios é essencial para obter acesso a novos mercados.
Educação e conscientização

As informações científicas/técnicas associadas ao monitoramento da biodiversidade devem ser compartilhadas com a população para gerar conscientização ambiental e apoio à gestão da área protegida.

  • Coleta e adaptação regulares de informações para que possam ser divulgadas e compreendidas por um amplo grupo de públicos-alvo.
  • Feedback contínuo entre especialistas e pesquisadores e a equipe responsável pela divulgação e educação ambiental para que haja informações atualizadas que possam ser compartilhadas.
  • Aumentar a conscientização do público sobre os perigos que podem afetar as espécies ameaçadas dentro das áreas protegidas.
  • A educação ambiental e a conscientização são ferramentas muito importantes para fortalecer as ações de proteção e conservação do páramo como fonte de água, riqueza biológica e sua interdependência.
  • Os atores e as instituições locais envolvidos na gestão da área protegida precisam ser permanentemente informados com base nos resultados do monitoramento e não apenas na teoria.
Pesquisa para a proteção do patrimônio natural

A geração de informações em primeira mão é essencial para a tomada de decisões sólidas, especialmente quando há populações pequenas de espécies ameaçadas, como é o caso do Bandurria andina.

  • Desenvolvimento de um programa de monitoramento de uma espécie ameaçada com base em protocolos bem definidos e com suporte técnico científico.
  • Treinamento da equipe de guarda-parques para a coleta regular e contínua de dados com suporte técnico de instituições de pesquisa com ampla experiência no monitoramento de espécies de aves ameaçadas.
  • O monitoramento e a pesquisa sobre o íbis-negro-andino identificaram que o sucesso reprodutivo e a sobrevivência dessa espécie dependem de fontes de água estáveis.
  • O crescimento populacional das grandes cidades e a demanda por água estão aumentando. Nesse cenário, a proteção, a restauração e a conservação dos pântanos e de sua biodiversidade, especialmente do Bandurria como espécie indicadora de fluxos de água estáveis na fonte, é uma prioridade.
Um olhar sobre a governança, vinculando as partes interessadas e os usuários locais para fortalecer a gestão

O envolvimento de vários atores comunitários e institucionais melhora a gestão das áreas protegidas e fortalece sua governança.

  • Estabelecimento do princípio de conservação participativa com uma abordagem de paisagem para uma espécie ameaçada como o Bandurria andina, compartilhada com outras partes interessadas.

  • Manutenção de boas relações com as comunidades e instituições na zona de amortecimento como parte do processo de governança participativa.
  • A conservação de espécies ameaçadas de extinção em uma área protegida não é responsabilidade apenas de sua administração, mas exige a atenção de todos os atores comunitários e institucionais, razão pela qual é de vital importância realizar ações coordenadas com os atores envolvidos na conservação e no uso de serviços ambientais.
  • O uso dos recursos naturais e de seus serviços ambientais deve levar em conta os possíveis impactos sobre os ecossistemas naturais em geral e sobre as espécies ameaçadas em particular.
Monitoramento e avaliação

Definição de uma agenda para a verificação do cumprimento e feedback dos acordos. A implementação do monitoramento e da avaliação começou a partir da assinatura dos acordos e da criação do comitê de monitoramento do Ramsar Bureau. Esse comitê é responsável por garantir e gerenciar o cumprimento dos acordos endossados.

  • Os 24 acordos assinados definem agendas de trabalho para monitoramento, avaliação e feedback para definir novas prioridades.
  • Estabelecimento do comitê de gerenciamento e monitoramento.
  • Para a Mesa Ramsar, a priorização de ações e a geração de agendas voltadas para a gestão e o monitoramento dos acordos têm sido um processo de aprendizado permanente.
  • Sem dúvida, o maior aprendizado tem a ver com a atuação local e nacional do coletivo Mesa Ramsar e o reconhecimento adquirido como porta-voz da conservação, do manejo e do uso sustentável dos recursos do sítio Ramsar.
Interação, articulação e geração de acordos

O desenvolvimento de uma estrutura previamente definida de papéis, momentos e instâncias criou uma atmosfera de diálogo entre a pessoa convidada, que é um representante da instituição pública com capacidade de tomada de decisão, e o questionador, um líder comunitário que representa a voz das comunidades. O questionador faz a pergunta previamente contextualizada na problemática específica e propõe o acordo, dá espaço para a conversa com o convidado que propõe alternativas e negocia com o líder e, por fim, se compromete ou não a gerar um acordo.

  • Confiança do coletivo no uso do diálogo como um mecanismo para chegar a um acordo sobre ações conjuntas.
  • Resposta de participação dos convidados para o diálogo proposto pelo Escritório de Ramsar.
  • Estabelecimento de um espaço para o diálogo e a assinatura de acordos.
  • Adaptação dos atores institucionais aos mecanismos de participação inclusiva, onde são chamados a gerar diálogos e acordos com base em suas competências e deveres com o território e os coletivos.
  • O coletivo Mesa Ramsar reconheceu que, por meio de um processo organizado e qualificado, é possível acordar ações com as instituições locais para avançar na conquista de objetivos comuns que beneficiem a todos.