
Iniciativa de Desenvolvimento da Cadeia de Valor das Terras Áridas do Quênia (KAVADI) ©

As "ASAL - Terras Áridas e Semiáridas" cobrem cerca de 80% do território nacional do Quênia. Os habitantes desses condados são principalmente comunidades pastoris que cobrem vastas áreas. No entanto, as terras áridas e semiáridas do Quênia são dotadas de uma rica diversidade de recursos vegetais que exalam goma e resinas.
A abordagem KAVADI desenvolve a capacidade em terras áridas treinando as comunidades em técnicas de colheita selvagem de goma arábica e outras resinas, como incenso e mirra, e por meio do cultivo de lotes de Aloe e plantações-piloto de árvores com interesses comerciais. Esses recursos resistentes à seca criam oportunidades alternativas de subsistência, tornando as comunidades mais resistentes e em uma posição melhor para atenuar a vulnerabilidade à seca. Além da criação de meios de subsistência, as plantações de árvores e plantas resistentes à seca regeneram e restauram paisagens, já que essas espécies se dão bem em terrenos considerados "degradados" e, portanto, não utilizados para a agricultura tradicional nem para o pasto.
Contexto
Desafios enfrentados
- Desflorestamento
- Mudança climática (desertificação, erosão do solo)
- Informalidade dos setores de produtos florestais não madeireiros (NTFP)
- Escassez de investimentos no setor
Localização
Processar
Resumo do processo
A AGAR está empenhada em contribuir para a melhoria das condições de vida das comunidades rurais em terras áridas e semiáridas, promovendo o desenvolvimento socioeconômico inclusivo e sustentável por meio do aprimoramento de recursos agroflorestais de alto potencial, em sinergia com o setor privado local e a agenda nacional.
Para que esse conceito funcione de forma eficaz, nossos blocos de licitação dependem uns dos outros para obter um impacto bem-sucedido:
- Contar com boas parcerias de todos os participantes do setor em suas respectivas funções para aumentar o potencial produtivo da goma, das resinas e do aloe vera por meio da ação sinérgica dos setores público e privado
- Gestão sustentável dos recursos naturais por meio da introdução de práticas ambientais corretas, aprimorando as estratégias de adaptação às mudanças climáticas, reduzindo o impacto da desertificação e do desmatamento e promovendo a inclusão social das mulheres nos processos de produção.
- São realizados treinamentos sobre gestão de negócios, prestação de contas e vendas, visando à resiliência econômica das comunidades.
- Formalização da capacidade setorial, aumento da gestão organizacional e financeira e estabelecimento de políticas e padrões.
Blocos de construção
Parcerias, sinergias e colaborações
A empresa criou parcerias com participantes do setor de goma e resinas e do setor de aloe vera e cosméticos para um engajamento colaborativo no mercado. A parceria com a permacultura de Laikipia resultou na criação de um viveiro de aloe vera e no aprimoramento dos produtos que os grupos de Laikipia estavam formulando, certificando o orgânico e registrando os produtos no Ethical Bio Trade. Isso significa que os produtos ganharão a demanda global, pois são rastreáveis e têm qualidade garantida.
Atualmente, colaboramos estreitamente com o governo do condado de Isiolo, o governo do condado de Turkana, o governo do condado de Marsabit e o governo do condado de Wajir, no Quênia. Também colaboramos com frequência com instituições como a Kenya Forestry Association (KFS), o Kenya Forestry Research Institute (KEFRI), a Gum And Resins Association (GARA), onde somos membros do comitê executivo, garantindo padrões de qualidade, a National Environment Management Authority (NEMA) e o Kenya Wildlife Service (KWS). Ao longo dos anos, fizemos parcerias com ONGs, entre as quais CEFA, COOPI, CESVI, World Vision, VSF-G no Quênia, C&D - Africa Mission em Uganda e, a partir de 2019, FAO e WFP, entre as agências da ONU.
Fatores facilitadores
- Bom relacionamento de trabalho com os habitantes locais.
- Relações de trabalho existentes com participantes do mercado pronto
- Facilitação da educação sobre os acréscimos à cadeia de valor de gomas e resinas de aloe
- Fornecimento de ferramentas de colheita e classificação para as matérias-primas.
- Fontes diversificadas de renda.
Lição aprendida
- Poder da colaboração - com boas relações de trabalho com os habitantes locais e o governo do condado, respectivamente, nos permitiu estabelecer parcerias com os habitantes locais para a alocação de 100 acres de terras comunitárias para restauração por meio de plantações de aloés e de espécies de árvores de goma e resina.
- Devido ao investimento em capacitação que a AGAR fez com nossos parceiros coletores e fazendas de aloés, houve uma grande melhoria na quantidade e na qualidade das matérias-primas obtidas, mostrando que, com boas informações e técnicas de colheita aprimoradas, os fazendeiros e coletores podem fazer um ótimo trabalho.
- Com várias fontes de renda, uma família nas áreas áridas do Quênia pode se adaptar às mudanças decorrentes da mudança climática, em caso de longas secas e outras calamidades naturais, e se proteger dos riscos por meio de fontes diversificadas de renda provenientes da colheita e da coleta de aloe vera, gomas e resinas.
- Com bons parceiros a bordo, tanto do setor público quanto do privado, há espaço para melhores políticas e diretrizes para governar esse setor de produtos florestais não madeireiros.
Biodiversidade, conservação e sustentabilidade
O plantio de árvores de alto potencial de interesse comercial, como Acacia Senegal para goma arábica, Boswelia Neglecta para incenso e espécies indígenas de aloe (Turkanensis, Secundiflora) nas terras áridas do Quênia, ajudou a melhorar o gerenciamento dos recursos naturais pelos membros da associação florestal das florestas comunitárias, que ajudamos a formar e que atuam como guardiões do meio ambiente, além de serem treinados em práticas corretas de gerenciamento ambiental.
A recuperação da biodiversidade local e o uso de técnicas agroecológicas inovadoras pelas comunidades locais nas áreas áridas aprimoram suas estratégias de adaptação à mudança climática, reduzindo, assim, o impacto da desertificação provocada pelo desmatamento generalizado para a queima de carvão como fonte diversificada de renda, além do pastoreio, que é a principal fonte de renda para as pessoas nas regiões áridas, deixando as comunidades dependentes de ajuda em épocas de seca.
Por meio de nossas capacitações, as comunidades conseguiram aprimorar suas habilidades no gerenciamento sustentável dos recursos naturais por meio da introdução de práticas ambientais corretas, melhorando as estratégias de adaptação às mudanças climáticas e reduzindo o impacto da desertificação e do desmatamento.
Fatores facilitadores
- Disponibilidade de grandes parcelas de terra para restauração
- Disponibilidade de espécies de plantas que podem sobreviver em áreas áridas e usadas para geração de renda.
- Disponibilidade de técnicas e especialistas que treinam como restaurar suas terras.
- Aceitação do aprendizado e da colaboração dos habitantes locais.
- Capacitação sobre a maneira correta de cultivar, colher e coletar matérias-primas de aloe vera, gomas e resinas.
- Colaboração de nossos parceiros, como os governos dos condados, para a alocação de terras comunitárias ociosas para a conservação ecológica.
Lição aprendida
- Espécies de plantas endêmicas em áreas áridas podem ser usadas para conservar e restaurar o ecossistema.
- Os membros da comunidade podem proteger seus próprios ecossistemas com métodos indígenas e científicos de conservação.
- A colaboração entre agentes privados e governamentais pode trazer resultados positivos para a conservação ecológica.
- O cultivo de espécies nativas e o cuidado com elas podem gerar uma fonte de renda diversificada.
- As áreas áridas são ricas em recursos naturais que, se bem mantidos, podem ser usados para a geração de renda.
Desenvolvimento de capacidade e resiliência
O principal objetivo da AGAR na capacitação é contribuir para a melhoria das condições de vida das comunidades rurais em terras áridas e semiáridas, promovendo o desenvolvimento socioeconômico inclusivo e sustentável por meio do aprimoramento de recursos agroflorestais de alto potencial, em sinergia com o setor privado local e a agenda nacional. Fazemos isso por meio de treinamentos e seminários sobre cadeias de valor agroflorestais ambientalmente sustentáveis, pelos quais os membros da comunidade são orientados:
- Gerenciamento sustentável de recursos naturais
- Propagação, transplante, colheita e formulação de aloe e seus produtos
- Colheita, seleção e classificação de gomas e resinas
- Fornecimento de ferramentas de classificação e de colheita de gomas e resinas
- Fornecimento de armazenamento para gomas e resinas
- Princípios e desenvolvimento de negócios
Com esses treinamentos, as comunidades:
- Criam resiliência econômica devido a uma fonte alternativa de renda
- Criam comunidades fortes e independentes por meio do fornecimento de oportunidades de trabalho,
- Aprimoram as estratégias de adaptação às mudanças climáticas,
- Reduzir o impacto da desertificação e do desmatamento e
- Promove a inclusão social de mulheres, jovens e pessoas com deficiência nos processos de produção
Fatores facilitadores
- Disponibilidade de conhecimento e recursos de treinamento
- Disponibilidade de agricultores e coletores existentes que podem ser treinados para agregar valor.
- Disponibilidade de um mercado pronto que exige produtos de qualidade, daí o treinamento para matérias-primas de qualidade.
- Disponibilidade de mão de obra pronta
- Disponibilidade de recursos naturais, ou seja, terra
- Prontidão para aprender com a comunidade
- Aceitação do projeto pelas comunidades, governos locais e parceiros comerciais.
Lição aprendida
- Parcerias saudáveis com as comunidades locais podem resultar em um progresso ambiental e econômico notável.
- Com todos os atores de um setor trabalhando juntos, grandes avanços são feitos no desenvolvimento do setor de gomas e resinas, abrindo caminho para melhores políticas e regulamentações que garantam o gerenciamento da qualidade de produtos madeireiros não florestais.
- Para obter um bom produto final, as plantas e árvores precisam ser bem cuidadas, de modo a melhorar a qualidade do produto final, daí o grande investimento em capacitação.
- Novas técnicas devem ser incorporadas à agricultura e à colheita para obter produtos finais de qualidade
Impactos
- Atividades de geração de renda de cadeias de valor agroflorestais alternativas e ambientalmente
cadeias de valor agroflorestais alternativas e ambientalmente sustentáveis - Acesso a mercados para setores emergentes por meio do fortalecimento dos vínculos com atores públicos e privados, a fim de criar alianças estratégicas para a promoção e a comercialização de produtos;
- 100 a 200 acres de terras degradadas são restaurados por meio do uso de árvores e plantas resistentes à seca (espécies de aloe, acácia e boswellia)
Beneficiários
O conceito KAVADI foi projetado para garantir que as comunidades mais vulneráveis da região, como
- Pastoralistas
- Mulheres
- Jovens
- Pessoas com deficiências
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
História

Antes de fundar a Agar Limited, eu (Tommaso Menini - Diretor) trabalhei por vários anos em terras áridas como especialista em desenvolvimento de negócios com várias ONGs: durante esse tempo, vi inúmeras iniciativas com o objetivo de fortalecer as microeconomias por meio de atividades de geração de renda. O que faltou a todas essas iniciativas, incluindo o projeto financiado pela UE que liderei pessoalmente em Isiolo por 2,5 anos, foi o envolvimento do setor privado desde a fase de concepção. Na maioria dos projetos, o setor privado só foienvolvido no final, enquanto buscava uma estratégia de saída. Acreditamos que o desenvolvimento verdadeiramente sustentável só pode ser alcançado por meio da identificação de oportunidades de mercado e da ajuda a grupos marginalizados para que desenvolvam habilidades e capacidades a fim de desenvolver parcerias com empresas dinâmicas em termos equitativos.
Projetei a KAVADI© tendo em mente a base da pirâmide em nosso comércio, as comunidades em terras áridas, que se beneficiariam de uma estrutura que nenhuma iniciativa de desenvolvimento conseguiu construir até agora. Com isso em mente, voltei ao setor privado em 2017, depois de quase 10 anos trabalhando no setor de ajuda, reativando uma empresa que lidava com recursos naturais no nordeste do Quênia, defendendo práticas ambientais adequadas e o empoderamento socioeconômico das comunidades pastoris por meio da diversificação da renda e, ultimamente, do uso de plantas e árvores resistentes à seca como meio de restaurar terras degradadas.
Em 2018, fundei a "African Agency for Arid Resources Ltd", uma empresa especializada em espécies de árvores de terras áridas,capacitaçãosocioeconômica em terras áridas, desenvolvimento de recursos naturais e conservação ambiental e, em 2019, tornei-me consultor da ONU para um projeto que trabalha em 4 condados ASAL no Quênia sobre restauração de terras e desenvolvimento de bio-entropias, para o qual estou contribuindo atualmente.