Trabalhar com os campeões locais
Nosso projeto nasceu de uma parceria entre a Sustainable Livelihoods Foundation e Neville van Schalkwyk, um jardineiro talentoso e ancião herbalista rasta em Seawinds. Trabalhar e desenvolver relacionamentos com indivíduos estabelecidos, respeitados e confiáveis é fundamental para a longevidade e o sucesso do projeto. O objetivo desse bloco de construção é garantir a relevância do projeto para a comunidade local ou para os órgãos envolvidos, já que o defensor está inserido na realidade socioeconômica, ecológica ou institucional do local do projeto. O defensor também atua como uma interface ou tradutor entre a comunidade do bairro, os parceiros do projeto e outras partes interessadas. Essa mesma abordagem de blocos de construção funciona quando se tenta vincular e criar comunicação entre as partes interessadas. Por exemplo, apresentamos Neville a um membro influente de uma organização de conservação da província que conhecíamos de trabalhos anteriores. Ele pôde, então, apresentar Neville a outras pessoas e recursos do setor de conservação.
O desenvolvimento de relacionamentos pessoais, a comunicação clara e as relações horizontais de poder são alguns dos fatores facilitadores mais importantes ao se trabalhar com defensores locais em um projeto. O defensor local atua como a interface entre as organizações ou grupos parceiros e a comunidade na área local. Portanto, é imperativo que as necessidades, as metas e a visão do projeto sejam claramente comunicadas.
Os relacionamentos com os campeões locais devem ser construídos com uma visão de longo prazo em mente e devem se basear no respeito mútuo, com humildade demonstrada desde o início por aqueles que estão iniciando o trabalho em busca de uma solução. Igualmente importante no processo é a honestidade com relação à possibilidade de receber financiamento, pois uma comunicação pouco clara pode gerar expectativas irreais, decepção ou frustração. Outro aspecto a ser considerado ao trabalhar com os campeões locais é evitar fazer suposições sempre que possível. Isso é particularmente verdadeiro quando se trabalha com pessoas de diferentes origens culturais e socioeconômicas, cujos entendimentos ou interpretações de processos e eventos podem ser diferentes dos seus.