


Para fortalecer a governança, foi necessário fazer melhorias na participação do governo e das partes interessadas locais na gestão da microbacia.
Em nível local, a base organizacional das comunidades foi reforçada por meio de líderes comunitários e sua compreensão da importância das áreas de recarga de água. Além disso, foi apoiada pelas Comissões Comunais de Viveiros Florestais, geralmente administradas por mulheres, e pelos Conselhos de Desenvolvimento Comunitário, que foram mais fortemente integrados ao Conselho da Microbacia do Rio Esquichá. Assim, a participação foi catalisada de baixo para cima, notadamente com a participação de jovens, especialmente em eventos de reflorestamento que envolviam mais de 1.000 pessoas.
O papel do Estado também aumentou por meio de diálogos e acordos com os municípios e do acesso das comunidades a incentivos florestais. O maior valor agregado foi o empoderamento local obtido por meio da mobilização social (incluindo mulheres), da "aprendizagem pela ação" (processo que envolve a implementação de atividades de AbE, juntamente com um programa prático de capacitação), da capacidade organizacional e dos processos de governança da comunidade e da microbacia. O que foi alcançado é o reflexo de um forte compromisso da comunidade graças à governança participativa.
- Os impactos relacionados às mudanças climáticas e, em particular, a disponibilidade de água, são fatores de preocupação para a maioria das partes interessadas das microbacias hidrográficas. Essa conscientização aumenta sua disposição de participar de processos de diálogo, aprendizado constante, busca de soluções e ações conjuntas. Em Esquichá, os eventos climáticos extremos dos anos anteriores afetaram fortemente várias comunidades, causando danos aos bens (por exemplo, colheitas, moradias, infraestrutura produtiva) e aos recursos hídricos.
- O Conselho da Microbacia do Rio Esquichá reúne: municípios, COCODEs (Conselhos de Desenvolvimento Comunitário), Comissões Comunais de Viveiros Florestais e representantes dos municípios. O compromisso de fortalecer essas estruturas comunitárias foi altamente eficaz, uma vez que a maior capacidade organizacional e a liderança feminina nas comunidades ajudaram a consolidar a governança do Conselho da Microbacia.
- O empoderamento das mulheres beneficia a gestão dos recursos naturais e a coesão social das comunidades. Na arena das Comissões Comunitárias de Viveiros Florestais, as mulheres sentiram que tinham muito a contribuir e, ao se apropriarem desses espaços, sua confiança para participar de outras estruturas também aumentou.
- As mulheres aprenderam que podem agir e que são atores-chave na promoção da restauração florestal para recarga de água. Elas aprenderam que a ação coletiva e a liderança são necessárias para ações em escala de restauração.