Promoção de atividades produtivas sustentáveis para a melhoria dos meios de subsistência locais.

A promoção de atividades produtivas foi desenvolvida por meio de

  • Assembléias com as comunidades para reduzir a pressão sobre a floresta e o páramo.
  • A dinamização dos investimentos, como uma oportunidade de melhorar os meios de subsistência da comunidade e também como um exemplo a ser seguido pelas comunidades vizinhas em termos de mudança de atitude em relação à conservação da floresta e do páramo.
  • Melhoria das principais culturas tradicionais, como trigo, milho e batata, por meio de assistência técnica, irrigação tecnificada e sementes melhoradas.
  • Melhoria da cadeia de produção de laticínios, por meio da tecnificação do processo de produção de queijo, iogurte e manjar, pastagens melhoradas e irrigação tecnificada.
  • Promoção da aquicultura, por meio da criação de trutas, aproveitando a disponibilidade de água de boa qualidade e a demanda por proteína para a dieta local, incluindo mercados em cidades próximas.
  • Promoção de culturas alternativas, como árvores frutíferas (abacate, maçã, pêssego, laranja) e assistência técnica.

Articulação de vontades entre investidores e a comunidade em favor de atividades sustentáveis

Os impactos e resultados devem ser palpáveis na vida dos atores da comunidade local para fortalecer seu compromisso com o gerenciamento da ACA. Em outras palavras, um antes e um depois na vida das pessoas em relação à implementação do gerenciamento de projetos.

Um elemento-chave em todo o processo foi a criação do FUNDO DE ÁGUA QUIROZ-CHIRA, um mecanismo de retribuição por serviços ecossistêmicos (ou pagamento por serviços ambientais), desde 2014, que recebe apoio financeiro dos irrigantes dos vales costeiros, que se beneficiam da água que é "produzida" nos planaltos de Ayabaca e Pacaipampa, onde a área de conservação ambiental está localizada. Com isso, parte das atividades é financiada e a outra parte é gerenciada pela própria comunidade, com o apoio dos municípios e da cooperação internacional.

Também é fundamental manter uma comunicação boa e permanente com a comunidade.

Participação ativa das comunidades locais

A participação ativa permitiu uma perspectiva clara das responsabilidades e dos deveres das comunidades com relação à conservação, obtendo assim o reconhecimento de uma área de conservação ambiental pelo município provincial, fazendo bom uso dos recursos locais e beneficiando o maior número de famílias da área.

Da mesma forma, as comunidades demonstraram interesse em organizar e participar ativamente do gerenciamento da ACA.

Os fatores favoráveis foram 3, a saber:

  • Treinamento contínuo sobre questões de importância dos recursos naturais.
  • Acordos firmados e aprovados em assembleias comunitárias sobre o uso, a exploração e a proteção de ecossistemas naturais.
  • Promoção de atividades produtivas sustentáveis.

As comunidades locais precisam ser capacitadas no processo de gerenciamento da ACA.

Uma forte abordagem de ecossistema para o gerenciamento da área.

A adoção de uma abordagem ecossistêmica para o gerenciamento de áreas protegidas foi e é crucial nesse caso.

O manguezal de San Pedro de Vice é um habitat ameaçado que apoia e sustenta a vida de inúmeras espécies endêmicas de plantas e animais.

Por isso, é de vital importância não apenas trabalhar em nível de espécie, mas também, considerando os habitats como ecossistemas funcionais e globais, gerenciá-los de forma integrada com foco no manejo e na conservação da terra e da água.

Em outras palavras, preservar os recursos vivos.

O sucesso na implementação dessa abordagem ecossistêmica deve-se à compreensão factual e técnica da importância do manejo do mangue como um ecossistema, bem como ao fato de ter obtido a certificação RAMSAR, situação que demonstrou oficialmente a importância do cuidado e da preservação do sistema de mangue na área.

Essa visão precisa ser integrada, internalizada e materializada nas ações cotidianas dos habitantes para que se compreenda plenamente a dinâmica do gerenciamento e da proteção da área.

Abordagem participativa para o gerenciamento de áreas.

Isso foi possível graças a um Plano de Gestão de sete anos, com o objetivo de "Conservar e usar de forma sustentável a biodiversidade e os recursos naturais do Sítio Ramsar Manglares de San Pedro de Vice".

Esse plano se concentra em cinco componentes

  • Valor do Sítio Ramsar
  • Turismo
  • Sinalização e acessibilidade
  • Uso dos recursos naturais e
  • Governança

A abordagem participativa é fundamental para o gerenciamento eficaz da área, pois permite que as partes interessadas locais façam parte da tomada de decisões e da implementação de ações em prol dos objetivos de conservação.

O alto e efetivo grau de envolvimento das comunidades nos processos de tomada de decisão e gerenciamento da área.

Uma das lições aprendidas foi a necessidade imperativa de um processo de capacitação em questões de conservação para que a participação da comunidade esteja estrategicamente alinhada com o objetivo do Plano de Gerenciamento.

Políticas públicas para a proteção biocultural das onças-pintadas

A criação de políticas públicas que protejam a onça-pintada nas dimensões bioculturais e éticas é de grande importância, pois a conservação adequada é integral.

Atualmente, solicitamos às autoridades federais que considerem a onça-pintada como patrimônio cultural imaterial, e em alguns estados mexicanos - Oaxaca - a onça-pintada foi considerada patrimônio cultural imaterial.

Também conseguimos escalar uma moção da IUCN que fornece uma diretriz para a conservação continental da onça-pintada que inclui esquemas bioculturais e éticos.

É essencial que todos os governos das Américas que têm onças-pintadas em sua distribuição protejam essa espécie do ponto de vista biológico, sociocultural e ético.

Essa relação entre a onça-pintada e o homem é tão importante que deveria ser protegida mundialmente pela UNESCO e declarada patrimônio cultural imaterial da humanidade.

Fortalecimento e coesão social.

Disseminação da riqueza biocultural da onça-pintada.

Abordagem integral da conservação da natureza.

Visibilidade dos povos e comunidades indígenas.

Participação dos povos e comunidades indígenas na conservação.

Em nossas atividades, contamos com o apoio da National Alliance for Jaguar Conservation para influenciar políticas públicas em favor da onça-pintada, seu habitat e sua relação biocultural.

A participação de diversos atores sociais, bem como de organizações civis e ONGs, é importante.

Infelizmente, no México, a influência da sociedade civil sobre as políticas públicas é muito complicada devido à falta de canais cívicos e de boa governança. Entretanto, a participação social pode ter um impacto positivo sobre essas atividades.

Resgatar e proteger o patrimônio biocultural da onça-pintada e seu habitat.

Por meio de estudos etnográficos, sociológicos e, em geral, de ciências sociais, são realizadas atividades para a proteção de elementos bioculturais em risco. Esses elementos são então incorporados às sociedades com o apoio da educação.

É necessário ter um grupo plural especializado em questões sociais ou instituições colaborando com as atividades, a fim de ter um trabalho especializado que apoie a conservação biocultural da natureza.

O trabalho de campo é uma prioridade para essas atividades, e a colaboração com pessoas de áreas rurais é indispensável e deve ser sempre incluída.

Educação para a libertação; ética e natureza

Um elemento transcendental é a educação como uma prática de liberdade para a conservação da natureza. Por meio de oficinas horizontais, incentivamos os alunos de áreas rurais megadiversas a fortalecer sua visão de mundo para transformá-lo e, assim, reincorporar a natureza como um elemento intrínseco das sociedades, com base na ética e no respeito a todos os seres com os quais convivem.

Os educadores passam a fazer parte da sociedade dos alunos e juntos buscam descolonizar o pensamento reducionista que considera a natureza como uma coisa, um objeto de mercado, algo que pode ser destruído.

Transformamos essa visão errônea da natureza com um modelo educacional que busca reincorporar um valor ontológico e ético à natureza.

A partir da periferia, a educação incorpora o conhecimento do outro.

Educadores e pesquisadores são parte fundamental das atividades, assim como o modelo pedagógico utilizado no processo educacional é reivindicativo, busca a transformação e a liberdade e, dessa forma, construímos uma pedagogia de conservação da natureza com elementos bioéticos.

Durante mais de uma década de atividades de conservação, a partir das dimensões bioética e biocultural, tomamos consciência da grande marginalização e invisibilização das áreas rurais no México.

Atualmente, há uma visão reducionista errônea da natureza, dos animais não humanos e até mesmo das pessoas que vivem em áreas rurais.

É importante ter um amplo trabalho de colaboração com os oprimidos em uma abordagem horizontal.

Nunca se deve ter uma maneira colonialista de pensar, nem se deve dar uma educação bancária. Sempre opte por uma educação para a liberdade.

Adotar tecnologias da informação para o bem comum da sociedade

Para os Defensores del Chaco [Protetores do Chaco], as tecnologias de informação e comunicação são agora uma parte fundamental da luta contra as mudanças climáticas e a sustentabilidade do planeta.

A Defensores del Chaco conta com uma equipe de jovens comprometidos e com habilidades criativas. Eles usam as ferramentas tecnológicas mais recentes para produzir conteúdo de qualidade, priorizando o que deve ser comunicado e usando as ferramentas para criar conteúdo e realizar chamadas para ação.

Os produtos que eles produzem envolvem

  1. Criação de um vídeo
  2. A preparação de um folheto
  • Preparação e treinamento de jovens no Paraguai
  • Mídia digital de baixo custo
  • Orçamento para a aquisição de equipamentos de comunicação (câmeras, drones, computadores etc.)
  • A crescente conscientização sobre a necessidade urgente de cuidar do nosso planeta.

Você pode ter todos os componentes para fazer mudanças no comportamento, mas se não adaptar esses componentes e não usar as ferramentas tecnológicas mais recentes, não conseguirá uma mudança significativa.

Disseminação e comunicação de informações para mudança de comportamento

Os voluntários estão fortemente envolvidos nos processos de comunicação para buscar mudanças na sociedade, cumprindo assim quatro funções: informar, persuadir, entreter e educar.

O trabalho de comunicação é fundamental para que a sociedade conheça e valorize os recursos naturais, a fim de aumentar a educação e a conscientização ambiental e contribuir para uma melhor conservação das áreas naturais.

O programa faz parte do movimento #NatureForAll, que permite que eles tenham acesso a ferramentas de comunicação eficazes.

O conteúdo e os meios de distribuição devem ser adaptados a diferentes públicos (rural, urbano, empresarial, acadêmico e de pesquisa).

Capacitação das ONGs implementadoras

A participação na capacitação do Programa Conjunto de Recursos Compartilhados da IUCN para a sociedade civil sobre engajamento empresarial ajudou as ONGs a aumentar suas chances de sucesso, mas também a se conectar com outras ONGs no evento. O treinamento incluiu defesa de direitos, construção de confiança com a empresa, elaboração de uma boa abordagem de engajamento empresarial e engajamento com uma empresa de forma agradável, mantendo-se fiel aos princípios. Por meio desse treinamento, a IUCN forneceu às ONGs implementadoras o contato existente com uma pessoa-chave da empresa, o que reforçou ainda mais seu envolvimento.

A SRJS buscou criar um espaço de aprendizado que reunisse a sociedade civil para compartilhar conhecimentos para aumentar o impacto do envolvimento comercial, considerando seus contextos e necessidades. As ONGs beninenses envolvidas no treinamento também estavam dispostas a saber mais sobre como influenciar efetivamente os negócios, além de compartilhar conhecimentos com outras ONGs em seu cenário.

- É necessário elaborar uma estratégia de engajamento comercial adequada, pois um tipo de estratégia não se ajusta a todas as situações.

-É importante que uma ONG se aproxime de uma empresa de forma amigável e, ao mesmo tempo, mantenha suas posições.

-A construção de confiança entre as empresas e as OSCs é fundamental para atingir as metas de sustentabilidade.

-As ONGs devem trabalhar juntas e aprender umas com as outras para aumentar o impacto.