


Isso inclui a recuperação e a conservação da diversidade de plantas cultivadas e o conhecimento relacionado ao seu cultivo. Nos arredores, os campos e as cercas são criados para a criação de animais e para proteger as áreas degradadas. Além disso, foram desenvolvidas práticas para aumentar a cobertura vegetal e melhorar a infiltração e a retenção de umidade e o escoamento em áreas adjacentes às lagoas. Essas práticas incluem:
- cercamento de áreas sem cobertura vegetal e semeadura de gramíneas nativas nas pastagens comunitárias,
- práticas silvopastoris com cercas para controlar o sobrepastoreio em áreas de colinas e prados comunitários,
- construção de terraços,
- florestamento e reflorestamento,
- fechamentos com cercas vivas,
- uso de material orgânico,
- proteção e conservação de nascentes de água emergentes,
- plantio de plantas que "chamam a água",
- criação de lagoas,
- celebração da manutenção de nascentes e diques.
As lagoas são criadas por meio da construção de diques de pedra com núcleos de argila no ponto de convergência da drenagem natural ou de vasos naturais, a fim de armazenar a água que precisa filtrar e recarregar o lençol freático. (MINAGRI, 2015, b).
Os sistemas de conhecimento tradicional fazem parte de projetos que visam à afirmação cultural. É essencial restaurar os grupos de "ajuda mútua" Ayllus liderados pelos Umas (líderes), mobilizando grupos de interesse comum e valorizando as habilidades e os papéis inerentes de mulheres, homens, jovens, crianças e idosos para a recuperação da agricultura camponesa andina que cuida da água, do clima e do território.
Essa experiência responde a uma visão de mundo viva e holística dos povos andinos, o que implica uma maneira diferente de agir e se relacionar com o território e seus elementos. Isso é o que chamamos de acompanhamento mútuo, que é distinto e muito diferente da maneira de intervir em um projeto de desenvolvimento ou em um projeto de irrigação. É importante destacar três elementos-chave em relação à questão da água, que devem ser levados em conta ao implementar essas medidas nas comunidades e com os povos indígenas:
- Levar em conta a dimensão viva ou "biocultural" do território andino. A dimensão viva da água ou a personalização da água com base na visão de mundo andina, na cultura local da água, no conhecimento e nos segredos da "criação da água".
- O foco da agricultura tradicional, a biodiversidade na fazenda e sua dispersão no território.
- Reciprocidade ou apoio social, fundação da comunidade e dinâmica comunitária.