Restaurando a vida embaixo d'água: Uma parceria com várias partes interessadas para salvar os recifes de coral na República Dominicana
A República Dominicana (RD) é conhecida por seu turismo, que depende dos serviços ecossistêmicos fornecidos pelos recifes de coral. No entanto, ela sofreu os impactos das mudanças climáticas e do desenvolvimento costeiro, tornando os recifes de coral mais vulneráveis. A restauração se tornou uma alternativa popular para proteger esses ecossistemas, que começaram a crescer rapidamente, sem controle, fazendo com que muitos viveiros fossem abandonados.Essa preocupação desencadeou a criação do Consórcio Dominicano de Restauração Costeira (CDRC), uma parceria de múltiplas partes interessadas que trabalha com o Ministério do Meio Ambiente.Atualmente, os membros do CDRC prestam apoio ao Ministério, monitorando viveiros de corais em todo o país e conduzindo as avaliações, além de orientar as iniciativas de restauração na RD.
Contexto
Desafios enfrentados
- O primeiro desafio foi estruturar e estabelecer uma plataforma nacional para a coordenação das iniciativas de restauração de recifes de coral. O crescimento inicial dos projetos de restauração de recifes de coral na República Dominicana não foi bem organizado, houve falta de coordenação entre as partes interessadas e de informações sobre as metas, a situação e os resultados dos projetos de restauração, e essas informações não foram coletadas e/ou compartilhadas.
- O segundo desafio estava relacionado à falta de financiamento de longo prazo para iniciativas de restauração de recifes de coral.
- O terceiro desafio foi a necessidade de um acordo público-privado para a avaliação dos projetos de restauração de recifes de coral. O Ministério do Meio Ambiente e as iniciativas de restauração sem fins lucrativos e do setor privado precisavam de um acordo para fazer isso.
- O quarto desafio foi a criação de uma ferramenta para a avaliação de projetos de restauração no país.
Localização
Processar
Resumo do processo
Os componentes básicos fazem parte de uma sequência cronológica de atividades voltadas para a consolidação da parceria multissetorial. Cada um deles tem sua própria importância e é complementado pelos outros dois componentes básicos. Uma parceria multissetorial com um objetivo comum é a base para um esforço colaborativo entre as instituições. Em seguida, foi necessário um acordo formal para a avaliação nacional dos viveiros de recifes de coral, além de uma ferramenta para esse fim. Considerando a sustentabilidade desses dois blocos anteriores, foi construído um mecanismo financeiro para garantir que a iniciativa seja mantida ao longo do tempo e para promover o envolvimento do setor privado.
Blocos de construção
Criação da parceria de múltiplas partes interessadas
Na República Dominicana, a restauração dos recifes de coral tornou-se uma alternativa popular para tentar proteger esses ecossistemas. No início, ela começou a crescer rapidamente, sem controle, fazendo com que muitos viveiros fossem abandonados.Essa preocupação desencadeou a criação do Consórcio de Restauração Costeira da República Dominicana (CDRC), uma parceria multissetorial que trabalha com o Ministério do Meio Ambiente e monitora os viveiros de corais.com o Ministério do Meio Ambiente monitorando viveiros de corais em todo o país e liderando as avaliações dos viveiros, além de orientar as iniciativas de restauração na RD.
Fatores facilitadores
- Interesse existente de várias organizações locais em fazer as coisas da maneira correta, sem prejudicar o meio ambiente.
- Disposição das organizações e autoridades locais para compartilhar conhecimento e experiência.
- A necessidade de estrutura e de uma plataforma nacional para coordenar e regulamentar as atividades de restauração de recifes de coral.
Lição aprendida
- Deve-se identificar um objetivo comum para as partes interessadas, de modo que todos se beneficiem da parceria e a situação seja sempre vantajosa para todos.
- Funções e capacidades específicas devem ser definidas desde o início.
- Os acordos formais devem ser preparados em tempo hábil para que a implementação das atividades não sofra atrasos.
- A definição de uma estrutura de direção funcional para a parceria é obrigatória desde o início.
Construção de um acordo público-privado e uma ferramenta para a avaliação de viveiros de recifes de coral
Havia a necessidade de colaborar entre as partes interessadas e garantir os recursos para realizar atividades de campo específicas, como o monitoramento e a avaliação dos viveiros de recifes de coral, que não podem ser realizados apenas pelo setor público ou privado de forma independente. Na RD, foi assinado um acordo entre o CDRC (Dominican Coastal Restoration Consortium) e o Ministério do Meio Ambiente para que o CDRC pudesse liderar o monitoramento e a avaliação de todos os viveiros de corais do país, com o apoio técnico do Ministério.
Para realizar o monitoramento e a avaliação dos viveiros de corais, o CDRC criou um manual específico.
Fatores facilitadores
- Disposição das instituições públicas e privadas para trabalhar em conjunto.
- Um objetivo compartilhado por ambas as instituições.
- A necessidade de monitoramento e avaliação dos viveiros em todo o país.
- Conhecimento técnico e científico e experiência.
Lição aprendida
- O envolvimento de instituições públicas em processos realizados pelo setor privado ou por ONGs é fundamental para atingir metas e ter acesso a projetos, neste caso, viveiros, em todas as partes do país.
- Uma boa explicação, incluindo atividades de campo, para funcionários do governo e tomadores de decisão é fundamental para conseguir o engajamento.
- Uma boa sugestão seria tentar manter as coisas simples. Um acordo como esse deve ser fácil de entender e focado em um assunto específico.
Constituição de um mecanismo financeiro para o investimento do setor privado na conservação e restauração de recifes de coral
Juntamente com as partes interessadas envolvidas na parceria, foi estabelecido um mecanismo financeiro bem estruturado. Para isso, foi realizada uma análise jurídica, examinando os esquemas de pagamento por serviços ecossistêmicos existentes na RD e em outros países (por exemplo, Costa Rica). Depois disso, uma estrutura inicial para o mecanismo foi proposta e discutida em vários workshops com os membros da parceria e representantes de outras instituições relevantes. Por fim, foi implementada uma versão conjunta da estrutura do mecanismo.
Fatores facilitadores
- Envolvimento do setor privado
- Disposição de todas as partes interessadas em fazer parte do processo
- Uma organização liderando todo o processo, neste caso o CDRC, trabalhando em estreita colaboração com o Ministério do Meio Ambiente
- Várias opções de renda (diversificação das alternativas de renda)
- Aprendizado com experiências nacionais e regionais anteriores
Lição aprendida
- Um mecanismo financeiro é fundamental para garantir a sustentabilidade desse tipo de iniciativa.
- Conhecer e entender as experiências bem-sucedidas em outros países pode ajudar a criar um caso local.
- Não existe uma "receita" que possa ser seguida para criar um mecanismo financeiro para a conservação da biodiversidade. As experiências podem ser levadas em conta, mas o mecanismo deve ser feito "ad hoc" para cada lugar, considerando as características e condições locais.
Impactos
O Consórcio Dominicano de Restauração Costeira (CDRC) conserva e restaura os ecossistemas de recifes de coral para aumentar a resiliência ambiental e social contra os impactos das mudanças climáticas e outros fatores degradantes por meio da aplicação de abordagens práticas nas quais as comunidades podem participar ativamente.
O CDRC, com a autorização legal e o apoio técnico do Ministério do Meio Ambiente, lidera o processo de avaliação de viveiros de corais em toda a República Dominicana (RD).Atingir essa meta é um desafio que o CDRC tem enfrentado por meio de uma ferramenta de avaliação que termina com recomendações para cada um dos projetos de restauração do país, de modo que cada viveiro seja fortalecido e os esforços de conservação continuem. Essa avaliação com avanços sólidos visa consolidar procedimentos padronizados para a configuração, manutenção, coleta de dados, troca de informações e desempenho geral dos viveiros.
Atualmente, o CDRC é a instituição líder em esforços de restauração de corais na RD e também é um modelo regional, compartilhando suas habilidades e conhecimentos com outros países, como Costa Rica e Honduras. Na RD, um total de 17 viveiros de corais são gerenciados por membros do CDRC e monitorados e avaliados pela equipe do CDRC.
Beneficiários
Os beneficiários diretos incluem ONGs locais e comunidades locais, usuários do recife de coral, setor privado que se beneficia dos serviços do ecossistema do recife e o Ministério do Meio Ambiente da República Dominicana.