
Conexão de uma reserva costeira com seus arredores

"Conectando uma reserva costeira com seu entorno" é um processo que está abordando o problema das inundações dentro da Reserva Natural de Uso Múltiplo de Monterrico para o benefício dos habitantes da reserva, por meio do envolvimento e da inclusão de novas partes interessadas, ampliando o escopo da gestão e estabelecendo uma nova escala de ações.
Contexto
Desafios enfrentados
Os desafios que a solução busca abordar são:
- Efeitos negativos das inundações nos ecossistemas e nos assentamentos humanos dentro da Reserva.
- Alterações nas bacias hidrográficas e seus efeitos nas zonas úmidas costeiras.
- Gerenciamento de escopo restrito que ignora as conexões entre a Reserva e seus arredores.
Localização
Processar
Resumo do processo
A primeira etapa é entender as relações entre a Área Protegida e seu entorno e compreender a escala em que os ecossistemas, os processos, os fatores de mudança e os estressores ocorrem dentro e fora da área protegida (Modelo Ecológico Conceitual). Com base nesse entendimento, é possível que a escala de ações e o escopo de gerenciamento da área protegida não sejam suficientes para garantir sua viabilidade em longo prazo. Se esse for o caso, será necessária uma nova escala e um escopo mais amplo de gestão para a área protegida. Em segundo lugar, uma vez adotada uma nova escala e um escopo mais amplo de ações de gestão, também é necessário determinar todas as partes interessadas envolvidas e envolvê-las em um processo permanente de participação. Por fim, a nova escala de gestão, a ampliação do escopo de gestão e a nova configuração das partes interessadas precisam ser formalmente reconhecidas na gestão da área protegida, ou seja, devem ser incluídas em seu nível mais alto de planejamento (seu plano de gestão).
Blocos de construção
Modelo ecológico conceitual da Reserva de Monterrico
O Modelo Ecológico Conceitual (MCE) da Reserva foi criado por meio de uma abordagem participativa com o objetivo de entender as interações entre a Reserva e seus arredores, especificamente os processos que ligam ecossistemas, espécies e valores de conservação dentro da Reserva, e reconhecer as condições sob as quais esses processos poderiam mudar e afetar os valores de conservação dentro da Reserva.
Fatores facilitadores
- Disponibilidade de informações.
Lição aprendida
- Durante a elaboração do CEM e com os resultados que surgiram durante essa fase, ficou evidente que a escala atual de ações que ocorrem somente dentro da Reserva não será suficiente para resolver os problemas de inundação na área.
Processo permanente de engajamento das partes interessadas
Percebendo a importância de envolver todas as principais partes interessadas, foi estabelecido um processo permanente de engajamento das partes interessadas com o objetivo de envolver aquelas que atualmente não estão envolvidas na gestão da Reserva e que devem ser incluídas para atender à nova escala de ações sugeridas pelo CEM da Reserva. Essas partes interessadas incluem, entre outras, as usinas de cana-de-açúcar, a Secretaria Geral de Planejamento e os governos locais dentro das bacias hidrográficas.
Fatores facilitadores
Os fatores facilitadores foram:
- A escala efetiva de gerenciamento da área protegida é conhecida.
- As partes interessadas que afetam a área são identificadas.
- Disposição dos gerentes da área protegida para envolver as partes interessadas.
- Capacidade da instituição responsável pelo gerenciamento da área protegida de gerar interesse generalizado entre os diferentes interessados.
- As partes interessadas estão comprometidas a participar ativamente do processo.
-
Alta conscientização pública sobre os valores da Reserva (econômicos e não econômicos).
Lição aprendida
Partes interessadas importantes que afetam a Reserva foram deixadas para trás no esquema de governança atual; portanto, é necessária a inclusão de novos atores para corresponder à nova escala de ações.
Atualização do Plano Diretor da Reserva
Fatores facilitadores
Lição aprendida
Impactos
Durante esse processo contínuo, foram alcançados resultados intermediários para a gestão da Reserva: a) nova escala de ações de gestão; b) arranjos de governança mais amplos; e c) escopo mais amplo de gestão. Além disso, alguns impactos iniciais desse processo são: a) Os gestores da Reserva e os habitantes passaram a compreender melhor a magnitude e a escala do problema das enchentes dentro da Reserva. b) O processo destacou a necessidade de realizar ações de conservação fora da Reserva para manter a integridade do ecossistema e controlar as enchentes que ocorrem dentro da área protegida.
Beneficiários
Os principais beneficiários dessa solução são:
- Habitantes da Reserva de Monterrico
- Pessoas que dependem das atividades econômicas que ocorrem na área, principalmente turismo e pesca.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
História
Os habitantes de Monterrico, continuamente afetados por inundações, perceberam um aumento em sua intensidade e frequência; considerando isso como consequência das alterações da bacia hidrográfica feitas pelas usinas de cana-de-açúcar. Em busca de uma maneira de enfrentar esse problema, os habitantes pediram à Universidade de San Carlos da Guatemala (USAC) que intermediasse essa questão e tentasse encontrar uma solução compartilhada; isso porque a Universidade, por meio do Centro de Estudos de Conservação (CECON), é a instituição responsável pela gestão da Reserva e, por isso, é uma instituição pública altamente conhecida em nível nacional. Para isso, o CECON organizou uma série de viagens de campo ao longo de todas as bacias hidrográficas, nas quais importantes partes interessadas participaram para entender as causas por trás dos problemas de inundação, como um elemento importante no processo de construção de um Modelo Ecológico Conceitual, com o objetivo de deixar claras todas as principais interligações entre a Reserva e seus arredores. A realização dessas interligações também levou à compreensão de que trabalhar somente dentro da Reserva não será suficiente para lidar de forma eficaz com os problemas de inundação. Assim, uma área de trabalho maior foi considerada; entretanto, uma área maior também significava que seria necessário coordenar e trabalhar em conjunto com outras partes interessadas, não levadas em conta no gerenciamento atual da Reserva. Da mesma forma, durante esse processo, considerou-se que todas as percepções obtidas devem ser integradas à gestão da Reserva, e a melhor maneira de fazer isso seria incluí-las na ferramenta de planejamento mais importante da Reserva, seu Plano Diretor. Assim, o processo de atualização do atual Plano Diretor teve início e ainda está em andamento, com o objetivo de estabelecer uma nova escala de ações, um escopo mais amplo de gestão e um novo esquema de governança, que reconheça seu entorno.