Gestão participativa e zoneamento ambiental como ferramentas eficazes na preservação do manguezal de Barra Grande".

Solução completa
Manguezais e praia
Fuente: Cláudio Becerra

A área protegida "Manguezal de Barra Grande" sofreu processos devastadores com o desmatamento do ecossistema, causado pela ocupação humana, construções irregulares, instalações de extração de sal, criação de camarões (criação de camarões em cativeiro), atividades poluidoras como lançamento de efluentes e resíduos sólidos. Graças à implementação de uma estratégia baseada em uma gestão compartilhada, participativa e alinhada entre a comunidade, o poder público local e as empresas instaladas, além de uma administração pública local altamente comprometida com a responsabilidade socioambiental, foi possível reverter essa situação lamentável, transformando esse caso em um modelo altamente replicável em outras áreas com circunstâncias semelhantes.

Dessa forma, foram protegidos os manguezais, a caatinga e a mata atlântica, além de várias espécies de animais.

Última atualização: 30 Sep 2025
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Contexto
Desafios enfrentados
Perda de biodiversidade
Perda de ecossistema
Poluição (inclusive eutrofização e lixo)
Mudanças no contexto sociocultural
Governança e participação deficientes

Os desafios incluem:

  • Desmatamento do ecossistema de mangue
  • Assentamentos e ocupação humana sem controle
  • Construções irregulares e/ou segundas residências
  • Instalações e atividades de exploração de sal
  • Carcinicultura
  • Atividades geradoras de poluição da água, como derramamento de efluentes e resíduos sólidos
  • Navios ancorados nas margens dos manguezais
  • Ameaça iminente de redução/extinção de espécies
  • Devastação da biodiversidade
Escala de implementação
Local
Ecossistemas
Mangue
Floresta costeira
Tema
Integração da biodiversidade
Governança de áreas protegidas e conservadas
Saúde e bem-estar humano
Meios de subsistência sustentáveis
Planejamento do gerenciamento de áreas protegidas e conservadas
Poluição
Localização
Ceará, Brasil
América do Sul
Processar
Resumo do processo

Uma governança fortalecida, apoiada e altamente alinhada com todos os atores envolvidos é uma ferramenta realmente eficaz e poderosa para a realização dos objetivos propostos nesse projeto, especialmente quando acompanhada de alianças sólidas entre as organizações e os atores desse programa.Essa atividade não só proporcionou retorno econômico, como também ajudou na preservação e manutenção de outras espécies animais, além de valorizar o importante papel da mulher na promoção de atividades produtivas e de preservação.

Os elementos constituintes das soluções ou blocos de construção foram combinados de forma harmoniosa e eficaz nesse caso.

Blocos de construção
Governança do PLA fortalecida pelo alto grau de participação social, gestão compartilhada, participativa e consensual.

A tomada de decisões sobre a gestão do território é realizada respeitando e levando em consideração as expectativas e necessidades de todos os atores do projeto, que são os principais protagonistas das ações de preservação e da implementação de outras propostas, como pesca sustentável, turismo comunitário etc., e que, por sua vez, ajudam os órgãos municipais em seu papel de supervisão. e que, por sua vez, auxiliam os órgãos municipais em sua função fiscalizadora.

É importante mencionar que o licenciamento de atividades nessa área deve seguir um processo verificado por dois conselhos: o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMA) e o Conselho Gestor da APA.

Fatores facilitadores

Foi muito importante, para atingir os objetivos e chegar a decisões sólidas e rápidas, que a tomada de decisões fosse controlada por ambos os Conselhos, o que proporcionou um maior grau de confiança tanto na tomada de decisões quanto na concessão de licenças para operar na área.

Lição aprendida

Uma das lições aprendidas aqui é que, ao buscar decisões precisas, consensuais e sem oposição política, a realização dos objetivos se torna muito mais viável e alcançável do que tomar decisões não alinhadas.

Parcerias sólidas entre as partes interessadas

A ONG AQUASIS, nascida na Universidade Federal do Ceará, tem dado uma grande contribuição em termos de suas pesquisas para evitar a extinção de animais, realizando ações de resgate e reabilitação de espécies marinhas, além de fornecer informações para melhorar o banco de algas que, por sua vez, serve de alimento para as aves.

Houve uma grande aliança entre a Prefeitura de Icapuí e os órgãos municipais e ONGs para evitar a assinatura de convênios com empresas extratoras de petróleo que prejudicam o meio ambiente, a AQUASIS também fez alianças muito produtivas com a Cooperativa de carcinicultores locais, em benefício das aves que se alimentam dos camarões da região, a Organização Mulheres de Corpo e Alga também fez parte dessa aliança, obtendo resultados muito produtivos, a Fundação Brasil Cidadão também fez parte dessa aliança, obtendo resultados muito produtivos, a Fundação Brasil Cidadão também fez parte dessa aliança, obtendo resultados muito produtivos, a Fundação Brasil Cidadão também fez parte dessa aliança, a Fundação Brasil Cidadão também fez parte dessa aliança, a Fundação Brasil Cidadão também fez parte dessa aliança.A Fundação Brasil Cidadão, em termos de cultura, educação e tecnologia, a Associação Comunitária de Criadores de Camarão, contribuindo para o fortalecimento social e econômico sustentável com o meio ambiente, a Secretaria de Educação, com seu trabalho interdisciplinar, a ONG ARATU, que realiza tarefas de educação ambiental e está fortemente ligada à Prefeitura, essa ONG também desempenha um papel muito importante no campo do turismo comunitário.

Fatores facilitadores

O alto grau de comprometimento das organizações, da comunidade e de outros levou a parcerias sólidas que foram mantidas ao longo do tempo, facilitando assim o progresso do projeto e a obtenção dos benefícios atuais.

Lição aprendida

Aprendeu-se que as parcerias garantem um alto grau de envolvimento de todas as partes interessadas, o que está diretamente relacionado à eficácia e ao alcance dos objetivos de proteção, preservação e conservação dos sistemas ambientais e de seus habitats.

Zoneamento ambiental para uma melhor delimitação de áreas

Como ferramenta para auxiliar na gestão ambiental, a categorização das zonas foi realizada pela Fundação Brasil Ciudadano, por meio do Projeto Olho na Água, em conjunto com o apoio municipal.

O zoneamento ambiental foi dividido nas seguintes zonas:

  • Zona de preservação ambiental - ZPA
  • Zona de Conservação Ambiental - ZCA
  • Zona de Recuperação Ambiental - ZRA
  • Zona de Reciclagem da Biodiversidade - BZRZ
  • Zona de Controle de Expansão de Vilas - ZCEV
  • Zona de Uso Tradicional e Pesca - ZUT
  • Zona de Monitoramento de Aves, Peixes Boi Marino e Macroalgas - ZMAP
  • Zona de cultivo de algas marinhas - ZALGAS
Fatores facilitadores

Isso levou a uma atribuição correta de usos e atividades, permitindo o desempenho das atividades específicas de cada zoneamento e restringindo as atividades incompatíveis com cada categoria de zoneamento.

A eficácia das medidas tomadas, devido à flagrante natureza da situação causada pelas empresas ali instaladas, quando não lhes foram concedidas mais licenças para continuar operando, elas não tiveram outra alternativa senão se adaptar à nova situação e encerrar suas atividades.

Lição aprendida
  • Essa estratégia de preservação implica um instrumento de legislação ambiental e urbana, ao mesmo tempo em que permite o desenvolvimento sustentável e o deslocamento de atividades prejudiciais ao meio ambiente, demonstrando ser um meio eficaz de alcançar um equilíbrio entre a proteção ambiental e o desenvolvimento de atividades produtivas, sem implicar contradição entre estas e a conservação:
  • Ser um meio eficaz de alcançar um equilíbrio entre a proteção ambiental e o desenvolvimento de atividades produtivas, sem implicar uma contradição entre estas últimas e a conservação.
  • Ser um gerador de trabalho por meio da Fundação "Mujeres de cuerpo y algas" (Mulheres de corpo e algas). Promover o papel da mulher e a igualdade de gênero no local de trabalho.
  • Ser uma ferramenta de conscientização de que a gestão e a preservação dos recursos naturais não é tarefa exclusiva das Unidades de Conservação, mas que é dever de todos zelar pelo processo de gestão e cuidado dessas áreas.
  • Que o zoneamento de algas é um atrativo para peixes, lagostas, camarões e o tão valorizado peixe-boi, fortalecendo assim essas espécies e enriquecendo a biodiversidade da área.

Impactos
  • Recuperação de 9 hectares de mangue.
  • Integração à rede hemisférica de reservas para aves limícolas migratórias, monitoramento e preservação de aves costeiras.
  • Declaração que institui o peixe Boi-Marinho como Patrimônio Natural de Icapuí
  • Limitação de atividades potencialmente poluidoras, resoluções e leis de proteção para áreas de proteção ambiental
  • Criação de áreas fechadas para construção e áreas de preservação permanente
  • Geração de empregos
  • Aumento da relevância do interesse ecológico, ambiental e paisagístico.
  • Incentivo ao turismo comunitário, atividades empreendedoras sustentáveis, estímulo ao sentimento de pertencimento e mudanças de atitude nas comunidades inseridas na área da APA.
  • Criação do Instituto Municipal de Controle e Licenciamento Ambiental, que favoreceu o controle da área.
  • Proteção de aves migratórias
  • Preservação da espécie Boto Cinza (Sotalia Guianensis),
  • Conservação de bancos de algas e fanerógamas, entre muitas outras conquistas desse projeto bem-sucedido.
  • Ganhos econômicos para a comunidade, provenientes da geração de empregos por meio da cooperativa, onde é produzida matéria-prima à base de algas para o setor de alimentos e cosméticos.
  • Mais empregos gerados pela Associação Comunitária de Criadores de Camarão, que atualmente conta com 26 famílias associadas.
Beneficiários

Os beneficiários são:

  • O município
  • O governo local
  • A comunidade que vive no ecossistema e obtém benefícios e serviços ambientais dele.
  • O próprio sistema de mangue
  • O ecossistema e sua biodiversidade
  • As espécies que habitam a área
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ODS 3 - Boa saúde e bem-estar
ODS 6 - Água potável e saneamento
ODS 8 - Trabalho decente e crescimento econômico
ODS 11 - Cidades e comunidades sustentáveis
ODS 13 - Ação climática
ODS 14 - Vida debaixo d'água
ODS 15 - Vida na terra
ODS 17 - Parcerias para os objetivos
História
Luana Rebouças
Gerente do projeto APA Manguezal da Barra Grande
Luana Rebouças

Meu nome é Luana Rebouças, sou assessora técnica de Meio Ambiente e membro do Conselho Gestor da APA do Manguezal da Barra Grande, representando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Acredito que nosso projeto foi bem-sucedido devido ao modelo de gestão implementado, ou seja, uma gestão compartilhada e transparente, interagindo e apoiando o trabalho do outro, o protagonismo da comunidade, as ações de preservação, a implementação de propostas de pesca, turismo e outras atividades sustentáveis e de baixo impacto. Gostaria de enfatizar que a APA é uma das unidades de conservação municipais que inclui e protege ecossistemas muito importantes para a preservação da biodiversidade, da qualidade da água e é o meio de vida econômico de todo o município de Icapuí. Vale ressaltar também que, para todo o trabalho realizado na APA e no município, contamos com uma estrutura organizacional e um enorme apoio do Sistema Municipal de Meio Ambiente, formado por um Conselho, o COMDEMA, uma Secretaria de Meio Ambiente, a SEDEMA, um Fundo de Meio Ambiente, o FUNDEMA, um Instituto de Fiscalização e Licenciamento Ambiental, o IMFLA, e um conjunto de leis, decretos e resoluções ambientais municipais.

O objetivo foi alcançado graças ao fato de que a comunidade e todos os atores envolvidos agiram de forma coerente com a situação e garantiram a preservação e o cuidado da APA Manguezal do Barra Grande.

A sistematização desse caso foi realizada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O caso foi destaque em uma chamada de experiências na gestão de Unidades de Conservação Municipais no Brasil, realizada pelo ICLEI América do Sul em 2018. Para mais informações: http://sams.iclei.org/es/que-hacemos/proyectos-en-ejecucion/areas-protegidas-locales/brasil.html

As ações da IUCN e do ICLEI ocorreram no âmbito do projeto regional Áreas Protegidas e outras medidas de conservação baseadas em áreas em nível de governo local, e contaram com o apoio financeiro da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH. O projeto regional é implementado pelos Ministérios do Meio Ambiente do Brasil, Colômbia, Equador e Peru, e pela GIZ, em cooperação com o ICLEI e a IUCN. O projeto regional é apoiado pelo Ministério Federal Alemão do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear (BMU) no âmbito da Iniciativa Internacional do Clima (IKI).

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