
Gestão participativa e zoneamento ambiental como ferramentas eficazes na preservação do manguezal de Barra Grande".

A área protegida "Manguezal de Barra Grande" sofreu processos devastadores com o desmatamento do ecossistema, causado pela ocupação humana, construções irregulares, instalações de extração de sal, criação de camarões (criação de camarões em cativeiro), atividades poluidoras como lançamento de efluentes e resíduos sólidos. Graças à implementação de uma estratégia baseada em uma gestão compartilhada, participativa e alinhada entre a comunidade, o poder público local e as empresas instaladas, além de uma administração pública local altamente comprometida com a responsabilidade socioambiental, foi possível reverter essa situação lamentável, transformando esse caso em um modelo altamente replicável em outras áreas com circunstâncias semelhantes.
Dessa forma, foram protegidos os manguezais, a caatinga e a mata atlântica, além de várias espécies de animais.
Contexto
Desafios enfrentados
Os desafios incluem:
- Desmatamento do ecossistema de mangue
- Assentamentos e ocupação humana sem controle
- Construções irregulares e/ou segundas residências
- Instalações e atividades de exploração de sal
- Carcinicultura
- Atividades geradoras de poluição da água, como derramamento de efluentes e resíduos sólidos
- Navios ancorados nas margens dos manguezais
- Ameaça iminente de redução/extinção de espécies
- Devastação da biodiversidade
Localização
Processar
Resumo do processo
Uma governança fortalecida, apoiada e altamente alinhada com todos os atores envolvidos é uma ferramenta realmente eficaz e poderosa para a realização dos objetivos propostos nesse projeto, especialmente quando acompanhada de alianças sólidas entre as organizações e os atores desse programa.Essa atividade não só proporcionou retorno econômico, como também ajudou na preservação e manutenção de outras espécies animais, além de valorizar o importante papel da mulher na promoção de atividades produtivas e de preservação.
Os elementos constituintes das soluções ou blocos de construção foram combinados de forma harmoniosa e eficaz nesse caso.
Blocos de construção
Governança do PLA fortalecida pelo alto grau de participação social, gestão compartilhada, participativa e consensual.
A tomada de decisões sobre a gestão do território é realizada respeitando e levando em consideração as expectativas e necessidades de todos os atores do projeto, que são os principais protagonistas das ações de preservação e da implementação de outras propostas, como pesca sustentável, turismo comunitário etc., e que, por sua vez, ajudam os órgãos municipais em seu papel de supervisão. e que, por sua vez, auxiliam os órgãos municipais em sua função fiscalizadora.
É importante mencionar que o licenciamento de atividades nessa área deve seguir um processo verificado por dois conselhos: o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (CONDEMA) e o Conselho Gestor da APA.
Fatores facilitadores
Foi muito importante, para atingir os objetivos e chegar a decisões sólidas e rápidas, que a tomada de decisões fosse controlada por ambos os Conselhos, o que proporcionou um maior grau de confiança tanto na tomada de decisões quanto na concessão de licenças para operar na área.
Lição aprendida
Uma das lições aprendidas aqui é que, ao buscar decisões precisas, consensuais e sem oposição política, a realização dos objetivos se torna muito mais viável e alcançável do que tomar decisões não alinhadas.
Parcerias sólidas entre as partes interessadas
A ONG AQUASIS, nascida na Universidade Federal do Ceará, tem dado uma grande contribuição em termos de suas pesquisas para evitar a extinção de animais, realizando ações de resgate e reabilitação de espécies marinhas, além de fornecer informações para melhorar o banco de algas que, por sua vez, serve de alimento para as aves.
Houve uma grande aliança entre a Prefeitura de Icapuí e os órgãos municipais e ONGs para evitar a assinatura de convênios com empresas extratoras de petróleo que prejudicam o meio ambiente, a AQUASIS também fez alianças muito produtivas com a Cooperativa de carcinicultores locais, em benefício das aves que se alimentam dos camarões da região, a Organização Mulheres de Corpo e Alga também fez parte dessa aliança, obtendo resultados muito produtivos, a Fundação Brasil Cidadão também fez parte dessa aliança, obtendo resultados muito produtivos, a Fundação Brasil Cidadão também fez parte dessa aliança, obtendo resultados muito produtivos, a Fundação Brasil Cidadão também fez parte dessa aliança, a Fundação Brasil Cidadão também fez parte dessa aliança, a Fundação Brasil Cidadão também fez parte dessa aliança.A Fundação Brasil Cidadão, em termos de cultura, educação e tecnologia, a Associação Comunitária de Criadores de Camarão, contribuindo para o fortalecimento social e econômico sustentável com o meio ambiente, a Secretaria de Educação, com seu trabalho interdisciplinar, a ONG ARATU, que realiza tarefas de educação ambiental e está fortemente ligada à Prefeitura, essa ONG também desempenha um papel muito importante no campo do turismo comunitário.
Fatores facilitadores
O alto grau de comprometimento das organizações, da comunidade e de outros levou a parcerias sólidas que foram mantidas ao longo do tempo, facilitando assim o progresso do projeto e a obtenção dos benefícios atuais.
Lição aprendida
Aprendeu-se que as parcerias garantem um alto grau de envolvimento de todas as partes interessadas, o que está diretamente relacionado à eficácia e ao alcance dos objetivos de proteção, preservação e conservação dos sistemas ambientais e de seus habitats.
Zoneamento ambiental para uma melhor delimitação de áreas
Como ferramenta para auxiliar na gestão ambiental, a categorização das zonas foi realizada pela Fundação Brasil Ciudadano, por meio do Projeto Olho na Água, em conjunto com o apoio municipal.
O zoneamento ambiental foi dividido nas seguintes zonas:
- Zona de preservação ambiental - ZPA
- Zona de Conservação Ambiental - ZCA
- Zona de Recuperação Ambiental - ZRA
- Zona de Reciclagem da Biodiversidade - BZRZ
- Zona de Controle de Expansão de Vilas - ZCEV
- Zona de Uso Tradicional e Pesca - ZUT
- Zona de Monitoramento de Aves, Peixes Boi Marino e Macroalgas - ZMAP
- Zona de cultivo de algas marinhas - ZALGAS
Fatores facilitadores
Isso levou a uma atribuição correta de usos e atividades, permitindo o desempenho das atividades específicas de cada zoneamento e restringindo as atividades incompatíveis com cada categoria de zoneamento.
A eficácia das medidas tomadas, devido à flagrante natureza da situação causada pelas empresas ali instaladas, quando não lhes foram concedidas mais licenças para continuar operando, elas não tiveram outra alternativa senão se adaptar à nova situação e encerrar suas atividades.
Lição aprendida
- Essa estratégia de preservação implica um instrumento de legislação ambiental e urbana, ao mesmo tempo em que permite o desenvolvimento sustentável e o deslocamento de atividades prejudiciais ao meio ambiente, demonstrando ser um meio eficaz de alcançar um equilíbrio entre a proteção ambiental e o desenvolvimento de atividades produtivas, sem implicar contradição entre estas e a conservação:
- Ser um meio eficaz de alcançar um equilíbrio entre a proteção ambiental e o desenvolvimento de atividades produtivas, sem implicar uma contradição entre estas últimas e a conservação.
- Ser um gerador de trabalho por meio da Fundação "Mujeres de cuerpo y algas" (Mulheres de corpo e algas). Promover o papel da mulher e a igualdade de gênero no local de trabalho.
- Ser uma ferramenta de conscientização de que a gestão e a preservação dos recursos naturais não é tarefa exclusiva das Unidades de Conservação, mas que é dever de todos zelar pelo processo de gestão e cuidado dessas áreas.
- Que o zoneamento de algas é um atrativo para peixes, lagostas, camarões e o tão valorizado peixe-boi, fortalecendo assim essas espécies e enriquecendo a biodiversidade da área.
Impactos
- Recuperação de 9 hectares de mangue.
- Integração à rede hemisférica de reservas para aves limícolas migratórias, monitoramento e preservação de aves costeiras.
- Declaração que institui o peixe Boi-Marinho como Patrimônio Natural de Icapuí
- Limitação de atividades potencialmente poluidoras, resoluções e leis de proteção para áreas de proteção ambiental
- Criação de áreas fechadas para construção e áreas de preservação permanente
- Geração de empregos
- Aumento da relevância do interesse ecológico, ambiental e paisagístico.
- Incentivo ao turismo comunitário, atividades empreendedoras sustentáveis, estímulo ao sentimento de pertencimento e mudanças de atitude nas comunidades inseridas na área da APA.
- Criação do Instituto Municipal de Controle e Licenciamento Ambiental, que favoreceu o controle da área.
- Proteção de aves migratórias
- Preservação da espécie Boto Cinza (Sotalia Guianensis),
- Conservação de bancos de algas e fanerógamas, entre muitas outras conquistas desse projeto bem-sucedido.
- Ganhos econômicos para a comunidade, provenientes da geração de empregos por meio da cooperativa, onde é produzida matéria-prima à base de algas para o setor de alimentos e cosméticos.
- Mais empregos gerados pela Associação Comunitária de Criadores de Camarão, que atualmente conta com 26 famílias associadas.
Beneficiários
Os beneficiários são:
- O município
- O governo local
- A comunidade que vive no ecossistema e obtém benefícios e serviços ambientais dele.
- O próprio sistema de mangue
- O ecossistema e sua biodiversidade
- As espécies que habitam a área
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
História

Meu nome é Luana Rebouças, sou assessora técnica de Meio Ambiente e membro do Conselho Gestor da APA do Manguezal da Barra Grande, representando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Acredito que nosso projeto foi bem-sucedido devido ao modelo de gestão implementado, ou seja, uma gestão compartilhada e transparente, interagindo e apoiando o trabalho do outro, o protagonismo da comunidade, as ações de preservação, a implementação de propostas de pesca, turismo e outras atividades sustentáveis e de baixo impacto. Gostaria de enfatizar que a APA é uma das unidades de conservação municipais que inclui e protege ecossistemas muito importantes para a preservação da biodiversidade, da qualidade da água e é o meio de vida econômico de todo o município de Icapuí. Vale ressaltar também que, para todo o trabalho realizado na APA e no município, contamos com uma estrutura organizacional e um enorme apoio do Sistema Municipal de Meio Ambiente, formado por um Conselho, o COMDEMA, uma Secretaria de Meio Ambiente, a SEDEMA, um Fundo de Meio Ambiente, o FUNDEMA, um Instituto de Fiscalização e Licenciamento Ambiental, o IMFLA, e um conjunto de leis, decretos e resoluções ambientais municipais.
O objetivo foi alcançado graças ao fato de que a comunidade e todos os atores envolvidos agiram de forma coerente com a situação e garantiram a preservação e o cuidado da APA Manguezal do Barra Grande.
A sistematização desse caso foi realizada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). O caso foi destaque em uma chamada de experiências na gestão de Unidades de Conservação Municipais no Brasil, realizada pelo ICLEI América do Sul em 2018. Para mais informações: http://sams.iclei.org/es/que-hacemos/proyectos-en-ejecucion/areas-protegidas-locales/brasil.html
As ações da IUCN e do ICLEI ocorreram no âmbito do projeto regional Áreas Protegidas e outras medidas de conservação baseadas em áreas em nível de governo local, e contaram com o apoio financeiro da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH. O projeto regional é implementado pelos Ministérios do Meio Ambiente do Brasil, Colômbia, Equador e Peru, e pela GIZ, em cooperação com o ICLEI e a IUCN. O projeto regional é apoiado pelo Ministério Federal Alemão do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear (BMU) no âmbito da Iniciativa Internacional do Clima (IKI).