O processo de integração de áreas protegidas ao planejamento territorial colombiano

Solução completa
Processo de planejamento social e interinstitucional do uso da terra em Leguizamo Putumayo, Colômbia
Gisela Paredes

Eles aumentaram as pressões sobre as áreas protegidas (APs), colocando em risco a conservação da biodiversidade e a prestação de serviços ecossistêmicos. No planejamento do uso e ocupação do solo e nos modelos de desenvolvimento promovidos pelos municípios, departamentos, nação e setores produtivos, as APs estão ausentes ou são vistas como limitadoras do progresso. É essencial e urgente que as APs sejam integradas aos planos de uso da terra. Nosso processo combinou ações políticas, técnicas e operacionais. Hoje, a Parques Nacionales faz parte do Comitê Especial Interinstitucional da Comissão Colombiana de Planejamento do Uso da Terra, conseguiu a inclusão das APs nos instrumentos municipais, departamentais e nacionais de planejamento do uso da terra, desenvolve casos-piloto em diferentes partes do país e treina diferentes atores.

Última atualização: 01 Apr 2019
5781 Visualizações
Contexto
Desafios enfrentados
Degradação de terras e florestas
Usos conflitantes / impactos cumulativos
Falta de capacidade técnica

Afastar-se do planejamento tradicional de áreas protegidas isoladas do território.

Reduzir a multiplicidade de instrumentos de planejamento.

Fortalecer a capacidade das autoridades ambientais de participar e influenciar as políticas públicas com argumentos e linguagem mais compreensíveis para outros setores nos processos de planejamento do uso da terra.

A visão integral do território e a gestão conjunta interinstitucional, intersetorial e comunitária em um nível de múltiplas escalas.

a visão privilegiada do desenvolvimento extrativista no planejamento governamental do desenvolvimento

Informações insuficientes sobre a contribuição das áreas protegidas para o desenvolvimento territorial e o produto interno bruto do país, com base na prestação de serviços ecossistêmicos essenciais para o desenvolvimento regional em um contexto territorial.

Elaboração de uma política fiscal que reconheça e incentive os municípios com a maior parte de seu território em áreas protegidas com a alocação do orçamento geral do país.

Escala de implementação
Local
Subnacional
Nacional
Ecossistemas
Terra cultivada
Deserto costeiro
Floresta tropical perene
Mangue
Área úmida (pântano, brejo, turfa)
Pastagens tropicais, savanas, arbustos
Tema
Integração da biodiversidade
Redução do risco de desastres
Conectividade/conservação transfronteiriça
Estruturas jurídicas e políticas
Paz e segurança humana
Conhecimento tradicional
Planejamento espacial terrestre
Localização
Tadó, Chocó, Colômbia
América do Sul
Processar
Resumo do processo

Os territórios são o produto da interação das pessoas em um espaço específico, sendo um dos componentes desse espaço os ecossistemas e a diversidade associada a eles. Os territórios não são pequenas urnas, mas o produto das interações de diferentes atores sociais e institucionais, portanto, para planejar um território não basta planejar um ecossistema ou uma comunidade, é necessário harmonizar todos esses instrumentos de planejamento e visões de intervenção no território.

Blocos de construção
Planejamento e planejamento espacial

Conhecer e gerenciar os instrumentos, órgãos e processos nos quais o planejamento do uso da terra, os modelos de uso da terra e a regulamentação das atividades são planejados é fundamental para a gestão eficaz das áreas protegidas e a viabilidade do território.

Fatores facilitadores

Capacitação em planejamento do uso da terra.

A ascensão do planejamento rural e a nova agenda urbana global que nos permite ver não apenas as cidades, mas também os assentamentos humanos.

A tendência e o compromisso de gerenciar áreas protegidas além das fronteiras.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Lição aprendida

O território não é apenas um conceito polissêmico, mas também a arena onde diferentes interesses sociais e institucionais são gerenciados.

No território, não há apenas conflitos socioambientais, mas também conflitos étnico-territoriais, setoriais e político-administrativos, mas a gestão de todos eles exige um acordo social.

O posicionamento da biodiversidade e das áreas protegidas nas políticas públicas de desenvolvimento e planejamento territorial requer uma gestão intersetorial e o desenvolvimento de habilidades para a participação de órgãos técnicos com contribuições técnicas que contribuam para objetivos comuns, ou seja, aprender a fazer parte de um coletivo e a gerenciar em rede.

Diversidade como ponto de partida para o planejamento do uso da terra

A América Latina e o Caribe são uma região multidiversa. Na maioria dos territórios latino-americanos, coexistem modelos pré-hispânicos, coloniais e modernistas de planejamento de desenvolvimento e uso da terra. Essa situação gera conflitos socioecossistêmicos e territoriais. Na pesquisa sobre a Integração de Áreas Protegidas no Planejamento do Uso da Terra, uma Necessidade para a Conquista do Bem-Estar Humano na Colômbia, concluiu-se que, para planejar e gerenciar com eficácia o planejamento do uso da terra, é necessário partir do reconhecimento dediversidade sociocultural, ecossistêmica e político-administrativa dos territórios, bem como esclarecer o papel insubstituível da biodiversidade e das áreas protegidas na conquista do bem-estar humano, na prevenção e no gerenciamento eficaz de conflitos socioecológicos, territoriais e humanitários para propor políticas públicas diferenciadas,
de acordo com contextos biodiversos, multiétnicos e pluriculturais, a partir de uma visão holística, complementar e sinérgica.

a partir de uma visão integral, complementar e sinérgica em todos os
territórios. Com base nisso, são propostas algumas estratégias e esclarecimentos conceituais.

Fatores facilitadores

O reconhecimento da diversidade étnica e cultural como uma estratégia para o planejamento territorial, com base no conhecimento tradicional e como uma medida de adaptação às condições ecossistêmicas.

A proposta de formas de harmonização entre instrumentos de planejamento étnico, autoridades ambientais e governos.

É o produto do trabalho em diversos territórios do país.

Lição aprendida

Foram identificados os fatores técnicos, institucionais e sociais que impedem a gestão integrada do território.

O território é um conjunto de vários territórios, ou seja, estamos falando de multiterritórios a serem gerenciados e harmonizados para garantir a conservação da biodiversidade e o bem-estar humano.

O idioma é um fator fundamental para a compreensão e o gerenciamento conjunto.

Impactos

Políticas públicas: Inclusão das áreas protegidas nas políticas públicas, instâncias e instrumentos de planejamento territorial -OT- nas escalas nacional, departamental e municipal. Atualmente, os Parques Nacionais fazem parte do Comitê Especial Interinstitucional da Comissão de Planejamento Territorial da Colômbia.

Planejamento territorial participativo: reconhecimento e compreensão coletiva do território como um espaço comum, onde convergem diferentes atores, interesses, processos e áreas protegidas.

Gestão de conflitos socioambientais: trabalho conjunto, sinérgico, multiescalar e complementar de instituições nacionais, regionais, locais, setoriais e comunitárias para: identificação e compreensão de problemas, harmonização de instrumentos de planejamento (comunidade, AP, entidades setoriais e territoriais), gestão, redirecionamento e complementaridade de investimentos para processos contextualizados.

Capacitação: concepção de ferramentas metodológicas e de treinamento em AP em TO e workshops.

Casos-piloto: estruturação e implementação de 8 casos-piloto nas 5 regiões do país como insumo para a política geral do BM na Colômbia, sobre zonas úmidas e BM, AP e risco, territórios coletivos e AP no BM, esquema associativo trifronteiriço do BM, contexto urbano-PA e BM.

Beneficiários

autoridades ambientais regionais, comunidades rurais, comunidades indígenas e de etnia negra, instituições nacionais, equipe dos Parques Nacionais, etc.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ODS 11 - Cidades e comunidades sustentáveis
ODS 15 - Vida na terra
ODS 16 - Paz, justiça e instituições sólidas
ODS 17 - Parcerias para os objetivos
História

Trabalhar em áreas protegidas é a oportunidade que se tem na vida de contribuir para a conquista de um mundo melhor, baseado no respeito e na promoção da diversidade étnica, cultural e natural. Nesses 22 anos de gestão em Parques Nacionais, nas regiões da Amazônia, Orinoco, Caribe, Pacífico e Andina e em nível nacional, ou nos intercâmbios com a UICN Sul no Equador ou com os Sistemas de Parques do Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e América Central, foi possível interagir com diferentes pessoas, comunidades, grupos étnicos, instituições, governos e academia. Que quantidade e diversidade de conhecimentos, experiências e motivações. Entendi que não é possível continuar planejando áreas protegidas - APs - dos limites para dentro ou explorar a criação de corredores de conservação. É essencial e inadiável transcender dessa forma de gestão para o planejamento das APs no contexto do território, uma vez que as pressões da mudança do uso da terra, da globalização, do modelo de desenvolvimento extrativista, da pobreza e da crescente perda de biodiversidade mostram que a abordagem ecossistêmica, de direitos, produtiva ou de planejamento urbano não é suficiente. A questão é como criar territórios viáveis e justos que contribuam para a conquista do bem-estar humano e para a conservação da natureza e de todos os seres que a compõem. Em outras palavras, é necessário planejar e gerenciar áreas protegidas em termos de direitos humanos de terceira e quarta geração. Para isso, é fundamental nos colocarmos no lugar dos outros, entendermos suas lógicas de intervenção, reconhecermos e conhecermos suas formas de planejamento (étnico, ambiental, produtivo etc.), zoneamento e regulamentação do uso da terra e do desenvolvimento de atividades. Isso nos permite reconhecer que também somos geradores de conflitos, mas também somos parte da solução. Isso nos permite esclarecer que os termos ecossistema, resguardo, município não são a mesma coisa que territórios, mas fazem parte do mesmo. Em outras palavras, você, eu e outros, como seres humanos, cidadãos e funcionários públicos, temos a responsabilidade pela conservação do patrimônio natural e pelo bem-estar das pessoas.

Conecte-se com os colaboradores
Outros colaboradores
Gisela Paredes
Parques Nacionais