Comunicação e divulgação dos resultados

A divulgação e a comunicação das intervenções ocorreram por meio de coletivas de imprensa locais organizadas pelo Colectivo Tomate como parceiro de implementação, juntamente com os governos locais, COMEX, GIZ e outros aliados estratégicos.

Além disso, foram criados microsites no Google Sites que funcionam como centros de informações acessíveis e atualizadas sobre o projeto. Esses microsites fornecem detalhes sobre as intervenções, as metodologias empregadas, os resultados alcançados e as próximas etapas. Eles também oferecem recursos educacionais, como guias e ferramentas relevantes para o gerenciamento de árvores urbanas e o reflorestamento.

  • O apoio da GIZ e do governo federal mexicano como promotores do projeto trouxe seriedade e relevância ao projeto, o que favoreceu sua aceitação.
  • Todos os atores compartilhavam um interesse comum na sustentabilidade urbana e no reflorestamento, o que facilitou a coordenação eficaz e o compromisso conjunto.
  • A criação de microsites permitiu a disseminação contínua de informações sobre o projeto, acessíveis de qualquer lugar e a qualquer momento.

  • A divulgação por meio de coletivas de imprensa locais e a colaboração com parceiros estratégicos mostraram-se eficazes para aumentar a visibilidade e a aceitação do projeto.
  • Os microsites no Google Sites foram ferramentas eficazes para o compartilhamento de informações detalhadas durante e após o projeto.
  • A experiência do projeto destacou a necessidade de estar aberto ao aprendizado contínuo e à adaptação de estratégias de acordo com as condições e os resultados locais.
  • A implementação bem-sucedida do projeto forneceu um modelo replicável e dimensionável para outras cidades e comunidades interessadas em iniciativas semelhantes de reflorestamento e gerenciamento sustentável de árvores urbanas.
Treinamento técnico-operacional no diagnóstico e gerenciamento de árvores urbanas.

Para fortalecer as capacidades técnicas e operacionais dos principais atores no gerenciamento de árvores urbanas e áreas verdes, foram realizados três workshops presenciais e um curso virtual. Esses eventos foram destinados a governos locais, acadêmicos, empresas privadas, organizações não governamentais e membros da sociedade civil com capacidade e interesse em influenciar a tomada de decisões sobre a paisagem urbana de cada cidade beneficiada pelo projeto.

O principal objetivo foi aumentar a capacidade de diagnóstico e gerenciamento de árvores urbanas, fornecendo conhecimentos e ferramentas essenciais para um gerenciamento eficiente e sustentável da infraestrutura verde. Cada evento presencial abordou os seguintes tópicos, com variações de acordo com o nível de conhecimento dos participantes:

  • Apresentação do projeto Sembrando Ciudades
  • Toolkit Infraestrutura Verde e Crianças, resultados para cada cidade.
  • Plano de gerenciamento integrado de árvores.
  • Macro e microdiagnóstico.
  • Inventários e censos.
  • Regulamentos.
  • Zoneamento das necessidades de ecologização.
  • Área de intervenção, estratégias e objetivos.
  • Seleção de espécies e plantas de viveiro.
  • Envolvimento da comunidade.
  • Pilotos inspiradores: implementação de intervenções.
  • Etapas críticas no reflorestamento urbano.
  • Avaliação e medidas de sucesso.
  • Qualidade do ar e sua relação com a infraestrutura verde.
  • Recomendações de avaliação e gerenciamento de árvores urbanas.

O curso virtual tem o mesmo objetivo que os workshops, portanto, eles se complementam e se reforçam mutuamente. No entanto, neste evento, o foco está em:

  • Calcular e avaliar economicamente os serviços ecossistêmicos prestados pelas árvores urbanas.
  • Gerar informações para promover a gestão urbana informada, por meio da identificação e caracterização de árvores, bem como da identificação de espaços plantáveis.
  • Conhecer os regulamentos, as entidades envolvidas no gerenciamento de árvores urbanas, bem como as oportunidades de financiamento e os recursos para promover o reflorestamento em áreas urbanas.
  • Desenvolver um plano abrangente de gerenciamento de árvores urbanas para garantir a conservação e o desenvolvimento sustentável do ambiente urbano.


  • Os workshops presenciais e o curso de e-learning proporcionaram um treinamento abrangente e atualizado sobre muitos aspectos do gerenciamento de árvores urbanas nas cidades do projeto, o que gerou um grande interesse entre os participantes.
  • É necessário programar workshops regulares para manter atualizados os profissionais e as partes interessadas envolvidas no manejo de árvores urbanas. O treinamento contínuo, especialmente dos recursos humanos do governo municipal, garantirá que a equipe esteja ciente das últimas tendências, práticas e tecnologias relacionadas ao manejo sustentável de árvores urbanas.
  • A integração dos cidadãos, do governo local, da sociedade civil, da academia e do setor privado é essencial para estabelecer parcerias sólidas com a capacidade de agir de forma eficiente em termos de financiamento, recursos humanos e técnicos. Nesse sentido, é essencial promover o diálogo regular e espaços de reunião onde todas as partes interessadas possam compartilhar conhecimentos, experiências e recursos. Além disso, é importante estabelecer mecanismos formais de cooperação e coordenação entre essas instituições para facilitar a implementação de projetos conjuntos.

Pilotos inspiradores: reflorestamento de escolas como uma medida de adaptação às mudanças climáticas

Uma vez identificadas as áreas com maior necessidade de reflorestamento urbano, foram selecionadas as escolas com potencial para desenvolver intervenções de reflorestamento escolar. Posteriormente, o projeto foi compartilhado com o Ministério da Educação correspondente para verificar a viabilidade das escolas escolhidas. Dessa forma, a escola primária Alfonso Arroyo Flores, localizada no município de Boca del Río, foi selecionada para essa atividade. Foi feita uma visita à escola para apresentar e socializar a iniciativa com as autoridades escolares, garantindo sua colaboração e apoio na implementação das atividades de reflorestamento.

A etapa seguinte foi a elaboração de um estudo diagnóstico da área de intervenção para analisar a fertilidade do solo, complementado por um voo de drone para gerar o projeto das intervenções. Esse projeto, validado pela comunidade escolar, foi baseado no Método Miyawaki, uma abordagem de florestamento de alta diversidade e alta densidade que acelera o desenvolvimento da vegetação e de outros processos ecológicos.

A implementação das atividades de reflorestamento foi dividida em duas etapas. A primeira etapa concentrou-se na conscientização e educação ambiental. Foi dada uma explicação à comunidade estudantil, incluindo crianças, jovens e professores, sobre a importância das árvores em ambientes urbanos e os princípios das florestas Miyawaki, bem como os pontos críticos no processo de reflorestamento. Foi utilizada uma linguagem acessível e adequada à idade, promovendo a participação ativa para facilitar o aprendizado significativo. Na segunda etapa, o conhecimento adquirido na etapa anterior foi colocado em prática e o reflorestamento da escola foi realizado junto com as crianças.

Essa experiência não só permitiu a melhoria tangível da infraestrutura verde, mas também proporcionou a oportunidade de conscientizar os alunos e permitir que eles vivenciassem o processo de reflorestamento de forma sensorial.

  • A colaboração e o apoio do Ministério da Educação e das autoridades escolares foram essenciais para garantir a viabilidade das intervenções.
  • O envolvimento ativo da comunidade escolar, incluindo alunos, professores e pais, promoveu um senso de propriedade e responsabilidade pelo projeto.
  • Considere a opinião das crianças como os principais usuários e beneficiários do espaço escolar.
  • O envolvimento de toda a comunidade escolar desde o início do projeto aumenta o senso de propriedade e responsabilidade em relação aos espaços verdes.
  • Usar o reflorestamento escolar como ferramenta pedagógica é essencial para garantir a sustentabilidade de longo prazo desses projetos. As atividades práticas de plantio e cuidado com as árvores proporcionam lições valiosas sobre ecologia, sustentabilidade e responsabilidade ambiental.
Green infrastructure and children toolkit: a tool for informed decision-making on urban greening needs (Kit de ferramentas para infraestrutura verde e crianças: uma ferramenta para a tomada de decisões informadas sobre as necessidades de ecologização u...

O objetivo dessa fase foi gerar um compêndio de ferramentas para orientar a tomada de decisões informadas sobre as necessidades de reflorestamento urbano em cinco cidades costeiras mexicanas (Boca del Río, Veracruz; Mérida, Yucatán; San Mateo del Mar, Oaxaca; Tepic, Nayarit; Tijuana, Baja California).

  1. Um compêndio de ferramentas em escala de paisagem foi preparado com os produtos:
  • Avaliação econômica dos serviços de ecossistema fornecidos por árvores urbanas.
  • Mapa do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI)
  • Mapa do Índice de Visão Verde (GVI)
  • Mapa de fontes fixas de poluição (FFC)
  • Mapa do Índice de Equidade do Acesso das Crianças à Natureza.
  • Mapa de Ilhas de Calor Urbanas (UHI)
  1. A linha de base para o gerenciamento eficiente de árvores urbanas foi elaborada por meio do componente de detalhamento rua a rua de um inventário digital de alta resolução, representativo dos eixos viários e das ilhas de cada cidade. Esse inventário não apenas registrou as árvores existentes e suas necessidades de manutenção, mas também identificou espaços plantáveis, identificou e catalogou os espaços plantáveis disponíveis, especificando as características apropriadas de cada área, bem como o tipo de árvore que pode ser plantada em cada local. Essa abordagem holística garante um planejamento mais preciso e sustentável, otimizando a seleção de espécies e melhorando a saúde e a biodiversidade do estoque de árvores urbanas.

  2. Além disso, foram preparadas ferramentas educacionais e de projeto. Foram desenvolvidos um guia prático para reflorestamento urbano e duas paletas de plantas para reflorestamento inteligente em relação ao clima.
  • Disponibilidade de dados geoespaciais e estatísticos precisos.
  • Abertura dos governos locais para receber e usar as informações.
  • As ferramentas e os dados fornecidos complementam as estratégias atuais de planejamento urbano.
  • A colaboração entre diferentes campos de estudo, como ecologia, planejamento urbano e mudanças climáticas, é fundamental para enfrentar os complexos desafios do reflorestamento urbano de forma holística.
  • É importante não apenas identificar os problemas, mas também propor soluções concretas e viáveis. As recomendações devem ser práticas e focadas na solução dos desafios apresentados.
Restauração e regeneração da natureza: Adaptação baseada em ecossistemas (EbA)

O Programa de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, por meio de seus eixos revegetação e resgate de rios e corpos d'água, contempla diretamente ações de Adaptação Baseada em Ecossistemas (AbE), uma vez que a revegetação implica contribuir para a regeneração da própria natureza da cidade: revalorização e uso de espécies nativas, revegetação com diferentes estratos para regenerar comunidades vegetais resilientes; reabilitar, conservar e restaurar corpos d'água e sua biodiversidade associada; restaurar a fertilidade do solo e promover tecnologias como os tecnossolos que permitem a infiltração de água, integrando os princípios da circularidade, já que são desenvolvidos com base em resíduos como PET e lodo de dragagem; bem como promover tecnologias que permitam o manejo integrado de pragas e doenças da vegetação. Isso possibilita lidar com os efeitos da mudança climática, pois a recuperação da cobertura vegetal e a presença de áreas úmidas funcionam como amortecedores contra condições climáticas extremas. Também melhora a conectividade dos espaços naturais na cidade para aumentar o habitat disponível para a vida selvagem, restabelecendo os componentes dos ecossistemas e sua resiliência.

  • Compreender a composição e a função das comunidades vegetais que originalmente habitavam os espaços.
  • Reconhecer a importância da resiliência da água e os fatores que a possibilitam, como a conservação dos ecossistemas que recarregam o aquífero, as nascentes e os rios que fornecem água para a cidade e a manutenção e melhoria da interconexão entre a infraestrutura verde e azul da cidade.
  • Gerenciar o uso de espaços públicos para a recreação de comunidades vegetais fora das áreas de conservação.
  • Restauração ambiental e melhoria das áreas verdes adjacentes a corpos d'água.
  • Promover tecnologias que permitam o gerenciamento integrado de pragas e doenças da vegetação.
  • Socialização e conscientização da comunidade.

Antes de iniciar qualquer intervenção, é importante realizar campanhas e estratégias de divulgação sobre urbanismo sustentável para promover a visão de uma cidade regenerativa entre os habitantes da cidade, bem como divulgar informações sobre a importância das plantas nativas dentro das comunidades vegetais e o impacto que elas têm na manutenção da biodiversidade e nas interações com outros seres vivos, o que tem um impacto positivo direto nos serviços ecossistêmicos. O conhecimento proporciona aos cidadãos uma melhor compreensão da natureza e pode contribuir para a conservação da biodiversidade.

Abordagem de direitos humanos e justiça social

Os programas integram uma visão de direitos e justiça ambiental. Isso envolve trabalhar para reduzir as desigualdades, integrando a natureza dentro e ao redor de nossa cidade, para o que trabalhamos com uma abordagem de Soluções Baseadas na Natureza (NBS) em diferentes áreas da cidade, recuperando espaços naturais e restaurando-os para o benefício da população, melhorando e aumentando o acesso à natureza e aos serviços ecossistêmicos.

Para enfrentar os desafios sociais e apoiar o bem-estar humano, por meio do Programa Altépetl, os produtores recebem ajuda financeira, assistência técnica e treinamento para promover práticas agroecológicas, sistemas de produção sustentáveis que integram e protegem a biodiversidade em nível local e cadeias curtas de comercialização. Por outro lado, ao melhorar os espaços públicos por meio da melhoria ou criação de áreas verdes e azuis, os cidadãos puderam se apropriar dos espaços públicos, melhorando a segurança, principalmente em áreas de alta marginalização e vulnerabilidade. Além disso, por meio do programa Women Pollinators (Mulheres Polinizadoras), as mulheres foram treinadas como líderes na criação de jardins para polinizadores, reforçando a relação sociedade-natureza e tornando o trabalho das mulheres visível como um pilar na estrutura social; e por meio do programa Rain Harvesting (Coleta de Chuva), são instalados sistemas de coleta de água da chuva, distribuindo de forma mais justa e equitativa o trabalho de fornecimento de água, que geralmente recai sobre as mulheres.

  • Por meio das "Comunidades de Aprendizagem Camponesa", 40.000 pessoas foram treinadas para melhorar os esquemas produtivos; a área de uso sustentável foi aumentada, usando práticas agroecológicas que protegem a biodiversidade; e a comercialização de produtos sustentáveis foi promovida.
  • Capacitação de organizações comunitárias para o estabelecimento de jardins de polinizadores e sistemas de coleta de água da chuva.
  • O objetivo do programa de coleta de água da chuva é reduzir as desigualdades no acesso à água, aumentar a resiliência a crises específicas de abastecimento de água e contribuir para fechar as lacunas de gênero que afetam as mulheres, às quais geralmente é atribuída a tarefa de buscar água para as necessidades básicas da casa.

O crescimento da população humana e a urbanização descontrolada levaram a uma infinidade de consequências ambientais graves, juntamente com a crise climática, e a única maneira de resolver e interromper os danos é mudar a forma como lidamos com eles, levando em conta a integração dos aspectos sociais e econômicos. Os danos ambientais contribuem para o aumento da desigualdade social, criando um ciclo vicioso de mais danos ambientais, menos recursos disponíveis, mais escassez e mais pobreza. Romper esse ciclo exige a implementação de soluções sistêmicas; não pode haver esforços de conservação e restauração de longo prazo sem considerar os benefícios para a sociedade e a capacitação.

Fortalecimento da estrutura jurídica e das políticas públicas Governança e coordenação intersetorial

A perspectiva de como abordar os problemas ambientais enfrentados pela cidade foi modificada, integrando os seguintes princípios:

  • Melhorar a acessibilidade aos espaços naturais e a distribuição dos benefícios ambientais, priorizando áreas da cidade com alta marginalização e vulnerabilidade.
  • Priorizar a participação social e as pessoas cujos meios de subsistência dependem da natureza.
  • Aumentar o investimento em restauração ambiental.

Além de fortalecer as estruturas legais, como a Constituição Política da Cidade do México, que garante o investimento em terras de conservação; a modificação da Lei Ambiental para a Proteção da Terra da Cidade do México, onde o termo biodiversidade é considerado em suas disposições; a adoção da Lei de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável da Cidade do México e a Lei de Economia Circular.Além do Programa de Mudança Climática Ambiental, estratégias e planos de ação foram construídos de forma participativa para articular políticas públicas para lidar com a mudança climática e conservar a biodiversidade. O planejamento e a implementação desses instrumentos envolveram a participação e a coordenação de vários setores, além do setor ambiental e da participação dos cidadãos, levando em conta a geração de benefícios ambientais, sociais e econômicos.

Comunicação com outros órgãos governamentais de outros setores além do setor ambiental. Isso permite a colaboração interinstitucional, uma visão mais ampla e abrangente das necessidades, do conhecimento e das capacidades necessárias, bem como o apoio entre aqueles que colaboram de acordo com suas atribuições.

É importante ter clareza sobre as atribuições de cada instituição, especialmente em setores diferentes do setor ambiental, para reconhecer seu papel na Cidade do México e, assim, melhorar as ações de coordenação na implementação de programas abrangentes, como o PERIVE, e realizar workshops ou grupos de trabalho para aumentar a conscientização e apresentar os interesses e pontos de vista de cada setor.

Aproveitamento dos centros de conhecimento para o desenvolvimento de capacidades sustentáveis

O Ministério da Terra e Meio Ambiente (MTA), em parceria com a UICN Moçambique, lançou três Centros de Conhecimento como parte de seus esforços para centralizar e agilizar o treinamento em conservação e restauração e a troca de conhecimentos do nível central para o local e da administração pública para as comunidades. Esses centros servem como ferramentas essenciais de treinamento, especialmente para a restauração e proteção de manguezais e para a aplicação mais ampla da Adaptação baseada em Ecossistemas (EbA) e Soluções baseadas na Natureza (NbS) para comunidades e formuladores de políticas.

Localizados nas instalações do governo em Maputo, no Parque Nacional de Maputo e em Pemba, os hubs funcionam como centros de acesso aberto onde são compartilhados manuais, ferramentas e cursos de conservação, inclusive os da Academia da IUCN. Esses recursos (por exemplo, sobre NbS, Outras Medidas Eficazes de Conservação Baseadas em Áreas (OECMs), restauração de manguezais), traduzidos para o português e adaptados a projetos e comunidades locais, ajudam a expandir o alcance do conhecimento sobre conservação, especialmente para comunidades rurais, mulheres e jovens. Ao oferecer treinamento sistemático on-line e presencial, os hubs proporcionam um espaço tanto para o aprendizado personalizado quanto para o desenvolvimento socioeconômico, incorporando dimensões importantes de governança, gênero e envolvimento dos jovens.

Os Centros de Conhecimento capacitam as comunidades locais, especialmente aquelas em áreas de amortecimento e costeiras, a se tornarem agentes ativos na conservação e adaptação climática, fornecendo ferramentas sobre tópicos como restauração de manguezais e NbS. Essa iniciativa não apenas promove práticas sustentáveis, mas também alimenta uma cultura de aprendizado e participação.

Os Centros de Conhecimento provaram ser uma solução econômica para treinamento, usando a infraestrutura existente e exigindo apenas conectividade com a Internet. O programa inclui treinamento presencial, como o programa "Blue Training in Practise", que treinou com sucesso mais de 20 professores e funcionários da MTA para integrar a gestão costeira e marinha aos planos e projetos de desenvolvimento local. Essa abordagem foi projetada como um processo intersetorial de longo prazo, garantindo que as considerações sobre biodiversidade, clima e desenvolvimento sejam incorporadas às estratégias de desenvolvimento local. Sempre que possível, o programa também facilita o intercâmbio pessoal com as comunidades locais para aumentar o envolvimento e a transferência de conhecimento.

Além disso, os Centros de Conhecimento também serviram de modelo para outros agentes de desenvolvimento e conservação, atraindo apoio financeiro e em espécie, o que fortalece ainda mais as parcerias e aumenta a conscientização.

As parcerias com o governo e os membros financiadores da IUCN, como o WWF, e os líderes locais foram fundamentais para o sucesso dos Centros de Conhecimento.

O sucesso depende do desenvolvimento de um plano de investimento claro, da seleção de provedores de Internet confiáveis e da designação de agentes competentes para gerenciar o desenvolvimento e o upload de conteúdo. A colaboração com parceiros locais e internacionais é essencial para sustentar os centros e expandir seu alcance.

Ao estabelecer esses Centros de Conhecimento e priorizar o desenvolvimento de capacidades, a IUCN não apenas compartilhou ferramentas essenciais para a conservação, mas também contribuiu para a sustentabilidade de longo prazo dos esforços de conservação em Moçambique.

Fomentando parcerias sólidas para a conservação colaborativa

A abordagem da IUCN estava enraizada em sua união de membros, da qual o Governo de Moçambique é um parceiro. Moçambique abriga vários membros importantes da IUCN, incluindo a Peace Parks Foundation, a WCS e a WWF, além de se beneficiar de iniciativas financiadas pela UE, como a PANORAMA. Isso facilitou para a IUCN avaliar o interesse e o apoio ao estabelecimento de uma plataforma para o compartilhamento de conhecimento e informações, como a Plataforma de Diálogo.

A IUCN trabalhou em estreita colaboração com o Ministério da Terra e do Meio Ambiente, incluindo a ANAC, para envolver organizações e governos locais na identificação das principais áreas temáticas e políticas para discussão. Essa abordagem ajudou a simplificar as abordagens e os manuais de conservação e desenvolvimento, criando uma voz unificada para influenciar as políticas e alinhando o engajamento e o acordo dos atores da conservação. A primeira edição da Plataforma de Diálogo foi um sucesso, proporcionando um diálogo aberto com o governo e os agentes de conservação para discutir a biodiversidade e as prioridades de conservação. O evento também apresentou os Prêmios SOMN Mangrove Champion, que foram entregues conjuntamente por um representante da IUCN, o representante da Embaixada da Alemanha e o Secretário Permanente do MTA, ressaltando o valor das parcerias e do reconhecimento na promoção de esforços ambientais.

Ao fomentar parcerias, a IUCN garantiu que a voz dos atores da conservação permanecesse ativa, influenciando positivamente as decisões políticas, particularmente na integração da biodiversidade e da adaptação baseada em ecossistemas em todos os projetos de desenvolvimento. As atividades contínuas da Plataforma de Diálogo aprofundaram o engajamento em torno de temas como o uso da terra e a gestão de interesses fundiários concorrentes.

A forte rede de membros da UICN, seu alcance e uma imagem positiva junto aos agentes de conservação e doadores, bem como a imagem pública, ajudaram a criar confiança e facilitar a cooperação com o governo e as organizações locais.

A filiação à UICN, o alcance e a imagem positiva da UICN junto a doadores e atores da conservação, a visibilidade e a imagem pública e, como dito anteriormente, a confiança do governo.

O envolvimento precoce com o governo e os parceiros foi fundamental para o sucesso. A comunicação clara e o planejamento conjunto ajudaram a identificar metas comuns e a criar consenso. Uma vez estabelecidos os interesses comuns, foi elaborada uma agenda para abordar as principais áreas temáticas e garantir uma ampla participação.

Processos estratégicos para ações coordenadas de conservação

A base do processo foi construída sobre dois elementos fundamentais: A ampla rede de membros da IUCN e sua reputação como parceira confiável dos governos. Essa base sólida permitiu que a UICN mobilizasse atores ambientais, tanto locais quanto internacionais, para colaborar com as contrapartes governamentais. Ao criar um espaço aberto para discussão, a IUCN possibilitou conversas sobre desafios e oportunidades para ampliar os esforços de conservação por meio de abordagens coordenadas e complementares.

A Declaração de Paris sobre a Eficácia da Ajuda forneceu uma estrutura essencial para a compreensão do fluxo da ajuda ao desenvolvimento e suas implicações. Ela também serviu de guia para os participantes verem como seus esforços se encaixam em compromissos nacionais e globais mais amplos, como a meta de conservação 30x30.

Além disso, foi projetada uma série de eventos temáticos sob a égide da sustentabilidade ambiental, com foco em ferramentas como o PNDT e o Planejamento Espacial Marinho (MSP/POEM), que são essenciais para a criação de planos de desenvolvimento baseados em ecossistemas locais e para a avaliação e resposta a usos concorrentes de áreas de conservação e de amortecimento. Esses planos são vitais para lidar com questões complexas de uso da terra e conservação. A abordagem estruturada não apenas ajudou a melhorar a governança e a participação pública, mas também garantiu que o papel da IUCN na elaboração de políticas fosse fortalecido por meio de seu diálogo contínuo com o governo.

A forte adesão da UICN, incluindo atores-chave como o Ministério da Terra e do Meio Ambiente (MTA) (por meio da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC)), a confiança do governo na experiência e no engajamento transparente da UICN, e a orientação para resultados e o alinhamento da UICN com as metas nacionais ajudaram a criar uma plataforma eficaz para a colaboração.

As principais conclusões incluem a importância do compromisso de longo prazo com o diálogo. É fundamental não se envolver com os parceiros apenas durante o período de um projeto - o envolvimento contínuo gera confiança e garante que as ações estejam alinhadas aos objetivos nacionais e globais. É essencial demonstrar como a ação contribui para o compromisso 30x30 e, ao mesmo tempo, garantir o uso eficiente do conhecimento, dos dados e das pesquisas disponíveis como base para a elaboração de intervenções eficazes e sustentáveis. Essa abordagem deve priorizar a praticidade e a relação custo-benefício, principalmente no envolvimento com as comunidades.

A coordenação com os parceiros de desenvolvimento e a compreensão das estruturas de políticas, como a Declaração de Paris, da qual Moçambique é signatário, também foram essenciais para alinhar as prioridades, especialmente ao abordar as metas de conservação e meio ambiente. Além disso, o uso eficiente de dados e pesquisas ajuda a projetar intervenções sustentáveis que fazem o melhor uso dos recursos disponíveis.