A abordagem transformadora de gênero final não é apenas mudar as relações, mas também iniciar mudanças nos limites estruturais, nas políticas e nos direitos por meio do fortalecimento de plataformas locais, nacionais e regionais onde as mulheres possam se conectar e compartilhar seus conhecimentos e experiências.
Em nível local, por exemplo, as mulheres de Uganda se organizaram em grupos para equilibrar algumas desvantagens econômicas que enfrentam devido à falta de capital e utensílios para processar peixes. Elas são lideradas pela "Katosi Women Development Trust" (KWDT) e receberam equipamentos modernos, como fornos de defumação, da RFBCP, ajudando assim a equilibrar filhos, casa e processamento de peixes. Com a ajuda do treinamento em desenvolvimento de negócios, as mulheres do grupo podem se organizar, compartilhar suas habilidades umas com as outras e investir suas economias em novos equipamentos sem ter que depender de apoio externo a longo prazo.
Em nível nacional, o programa também apoiou a criação da "Uganda National Women's Fish Organization" (UNWFO), uma plataforma para mulheres processadoras e comerciantes em Uganda. A rede se concentra na criação de oportunidades sustentáveis, na promoção da inovação e na defesa de cadeias de valor inclusivas. O apoio incluiu o desenvolvimento de uma constituição, uma estratégia, planos de ação e um plano de gênero.
Além disso, o programa fortaleceu a rede guarda-chuva regional, a "African Women Fish Processors and Traders Network" (AWFISHNET), apoiando o desenvolvimento de planos de ação, orçamentos e uma estratégia de mobilização de recursos para o capítulo da África Oriental. Também auxiliou na organização do AWAFISHNET Symposium 2019 em Kampala, Uganda, onde mulheres de todo o continente africano puderam se conectar, compartilhar conhecimentos e experiências sobre agregação de valor e influenciar os processos de tomada de decisão por meio de exposições e apresentações.
Essas plataformas nacionais e regionais permitem que as mulheres compartilhem práticas recomendadas, experiências e tecnologias de forma colaborativa, o que gera inovações. Elas promovem o diálogo e a negociação, aumentando a participação das mulheres nos diálogos sobre políticas, tanto em nível nacional quanto regional.