Mecanismo Dedicado para Povos Indígenas e Comunidades Locais (MDE México)

Solução completa
Membro do Grupo de Trabalho Juguete Arte Capulálpam.
Rainforest Alliance México

O objetivo do MDE México era fortalecer as capacidades das comunidades que vivem e dependem de florestas e selvas. Por meio de processos participativos e inclusivos para a consolidação de projetos, o MDE México conseguiu resgatar o conhecimento e o know-how dos beneficiários e fortalecer suas capacidades para promover iniciativas em nível local, o que contribuiu para combater as causas e as consequências da degradação e do desmatamento dos ecossistemas naturais. O MDE México contribuiu para o fortalecimento técnico, financeiro, administrativo e organizacional de 88 grupos de trabalho (3.850 pessoas), cobrindo uma área de 120.792 ha no sudeste do México. A iniciativa foi implementada por meio da Janela de Inclusão Financeira, destinada a grupos legalmente constituídos com experiência na implementação de projetos produtivos, e da Janela de Inclusão Social, destinada a grupos de mulheres e jovens que não estavam legalmente constituídos e não tinham experiência na implementação de projetos produtivos.

Última atualização: 08 May 2025
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Contexto
Desafios enfrentados
Seca
Chuvas irregulares
Calor extremo
Aumento das temperaturas
Degradação de terras e florestas
Perda de biodiversidade
Mudança de estações
Erosão
Perda de ecossistema
Poluição (inclusive eutrofização e lixo)
Colheita insustentável, incluindo a pesca excessiva
Gerenciamento ineficiente dos recursos financeiros
Falta de acesso a financiamento de longo prazo
Falta de oportunidades alternativas de renda

Desmatamento e degradação ambiental: o México está entre os 10 países com maior desmatamento, que é particularmente alto em Quintana Roo, Oaxaca, Campeche, Yucatan e Jalisco. As causas são complexas e é necessária uma série de intervenções para reduzir as emissões e tornar as florestas economicamente viáveis para as comunidades.

Pobreza: em 2014, mais de 40% dos pobres estavam concentrados em cinco estados, incluindo Chiapas e Oaxaca, com as maiores taxas de pobreza entre os povos indígenas. Estima-se que, dos 12 milhões de pessoas que vivem em áreas florestais no México, mais da metade vive na pobreza e 5 milhões são indígenas.

Exclusão social: aspectos culturais, falta de treinamento, falta de experiência, bem como limitações tecnológicas e de comunicação representam um grande obstáculo para que mulheres, jovens e pessoas locais tenham acesso a fontes de financiamento para projetos produtivos que impedem seu envolvimento na vida econômica da comunidade.

Escala de implementação
Local
Subnacional
Ecossistemas
Agrofloresta
Terra cultivada
Pomar
Rangeland / pastagem
Floresta temperada sempre verde
Floresta tropical decídua
Floresta tropical perene
Tema
Adaptação
Mitigação
Restauração
Integração de gênero
Meios de subsistência sustentáveis
Povos indígenas
Conhecimento tradicional
Localização
Jalisco, México
Campeche, Campeche, México
Quintana Roo, México
Yucatan, México
Oaxaca, Oaxaca, México
América do Norte
Processar
Resumo do processo

O Fortalecimento de Capacidades para a Implementação de Projetos Produtivos Sustentáveis em Paisagens Florestais (Bloco 1) e o Acompanhamento Técnico, Financeiro e Administrativo (Bloco 2) foram elementos-chave indispensáveis para a operação bem-sucedida do MDE México, por meio da implementação da Estratégia de Gênero e Inclusão Social para reduzir as Lacunas para o Financiamento de Projetos Produtivos Comunitários (Bloco 3), da implementação da estrutura de Salvaguardas Sociais e Ambientais (Bloco 5) e do Monitoramento e Avaliação Participativos para a Gestão de Projetos Produtivos Comunitários (Bloco 4), que ajudaram a melhorar a gestão e contribuir para a transparência das iniciativas apoiadas pelo MDE México. e o Monitoramento e Avaliação Participativa para a Gestão de Projetos Produtivos Comunitários (Bloco 4) que ajudaram a melhorar a gestão e contribuir para a transparência das iniciativas apoiadas pelo MDE México.

Por outro lado, o Sistema Participativo de Monitoramento e Avaliação para a Gestão de Projetos Produtivos Comunitários (Bloco 4) contribuiu para o cumprimento das Salvaguardas Sociais e Ambientais (Bloco 5), pois registrou o progresso na implementação dos Programas de Gestão Ambiental, desenvolvidos para evitar ou mitigar possíveis impactos sociais e ambientais negativos associados à atividade produtiva, e para operar o Sistema de Atenção a Pedidos de Informação e Reclamações.

Blocos de construção
Capacitação para a implementação de projetos de produção sustentável em paisagens florestais

O objetivo do MDE México foi fortalecer as capacidades dos Povos Indígenas e das Comunidades Locais que dependem de florestas e selvas por meio de processos participativos e inclusivos para a consolidação de projetos produtivos em paisagens florestais. O treinamento começou a tomar forma a partir do momento em que os subprojetos foram selecionados pelo Comitê de Avaliação, cujos membros receberam treinamento para facilitar a análise e o diálogo sobre as propostas recebidas para orientar o processo de avaliação e seleção.

Por outro lado, a Assistência Técnica Local proporcionou aos beneficiários apoio e assessoria especializada para a construção participativa das propostas técnicas e dos instrumentos de planejamento e monitoramento, o que garantiu o desenvolvimento de capacidades e a apropriação dos instrumentos em cada Grupo de Trabalho.

Além disso, a fim de fornecer apoio técnico aos beneficiários na implementação, monitoramento e avaliação dos subprojetos, foi implementado um programa de treinamento para agentes de mudança (Promotores Comunitários Locais) para projetos comunitários produtivos com uma abordagem de REDD+.

Da mesma forma, foram implementados Workshops de Intercâmbio de Conhecimento entre os beneficiários para fortalecer suas capacidades com o conhecimento de outros grupos mais experientes.

Fatores facilitadores
  1. Treinamento em todos os níveis e em vários tópicos (avaliação de projetos, suporte e fortalecimento técnico, financeiro, administrativo e organizacional).
  2. Desenvolvimento de materiais de treinamento e atividades didáticas adaptadas ao contexto local.
  3. Uso de ferramentas remotas para oferecer aos beneficiários treinamento à distância no contexto da pandemia para grupos com pouca ou nenhuma experiência anterior em atividades de planejamento e monitoramento de projetos produtivos.
  4. Envolvimento dos produtores na realização do treinamento.
Lição aprendida
  1. A elaboração de materiais específicos para orientar os produtores facilitou a homologação do conhecimento e a coordenação entre os atores.
  2. A apropriação de iniciativas produtivas foi favorecida por processos participativos, apoiados por metodologias, materiais e recursos didáticos culturalmente apropriados.
  3. O uso de plataformas digitais favoreceu a dinâmica de coordenação e a capacitação dos Promotores Comunitários Locais (PCLs) e dos produtores, principalmente durante o confinamento imposto pela COVID-19. Os módulos e recursos de aprendizagem on-line permitiram a aprendizagem autodirigida.
  4. A trajetória dos LCPs no MDE México contribuiu para seu crescimento pessoal e desenvolvimento profissional, o que se reflete em suas iniciativas e reconhecimentos obtidos, relacionados ao desenvolvimento rural sustentável, pesquisa e governança.
  5. A troca de conhecimento entre as comunidades promoveu a criação de sinergias entre os beneficiários e a adoção de melhores práticas de produção e governança em modelos que estão em estágios iniciais de consolidação.
Suporte técnico, financeiro e administrativo

Para que os produtores pudessem implementar seus projetos com sucesso, várias figuras regionais foram convocadas para fornecer o apoio e o acompanhamento necessários. As equipes de Assistência Técnica Local, os Promotores Comunitários Locais e os Ligantes Operacionais Regionais forneceram aos grupos apoio técnico para desenvolver suas propostas, coletar evidências de implementação e preparar os relatórios de subprojetos. Em termos de compras, contratação e finanças, os Ligantes Administrativos Regionais forneceram apoio e consultoria para a conclusão dos procedimentos de compras, contratação e verificação, por meio dos relatórios financeiros. Para os grupos que não estavam legalmente constituídos, a Agência Executora Nacional (Rainforest Alliance México) foi responsável pela administração, elaboração direta de todos os procedimentos de aquisição, execução dos recursos alocados e as verificações correspondentes. Essa responsabilidade compartilhada com os beneficiários possibilitou a redução da lacuna existente para os grupos e o cumprimento integral dos mais altos padrões na execução de compras, contratação e gerenciamento financeiro durante a implementação dos subprojetos.

Fatores facilitadores
  1. Criação de figuras regionais para suporte/aconselhamento técnico e financeiro permanente.
  2. Designação de um ponto focal dentro do grupo de trabalho para promover uma boa comunicação.
  3. Estabelecimento de regras, procedimentos, métodos, diretrizes e documentos padrão para a execução do projeto no Manual Operacional do Projeto.
  4. Fornecimento de treinamento técnico, administrativo e financeiro para os grupos de trabalho.
Lição aprendida
  1. A designação de jovens de ejidos ou comunidades nas regiões de intervenção do MDE México como Promotores de Comunidades Locais facilitou o acompanhamento e a comunicação com os beneficiários dos subprojetos em nível local, principalmente nos casos em que atuaram como interlocutores ou intérpretes, facilitando a obtenção de informações importantes em idiomas indígenas.
  2. O apoio financeiro a grupos de trabalho sem status legal e com pouca experiência na gestão de projetos produtivos exigiu a elaboração de esquemas de colaboração específicos para garantir o apoio técnico e administrativo adequado.
  3. O fortalecimento das capacidades de gestão administrativa e financeira aumentou as possibilidades de acesso dos beneficiários a novas fontes de financiamento e investimento em projetos comunitários produtivos.
Estratégia de gênero e inclusão social para reduzir as lacunas no financiamento de projetos produtivos comunitários

No México, existem barreiras que dificultam o acesso a fontes de financiamento para projetos produtivos liderados por mulheres e jovens no contexto rural, especialmente aquelas associadas à posse da terra e ao acesso a cargos de participação, liderança comunitária e técnica. Além disso, a falta de acesso a oportunidades de treinamento, a experiência limitada, bem como as limitações tecnológicas e de comunicação, representam um grande obstáculo para esses grupos, sem mencionar os aspectos culturais que muitas vezes são incompatíveis com seu envolvimento na vida econômica da comunidade. Nesse contexto, o MDE México abordou o enfoque de inclusão social de forma transversal, por meio de ações que favoreceram a participação de mulheres, jovens e pessoas sem direitos agrários reconhecidos ou assentados. O desenho da Janela de Inclusão Social (VIS) permitiu definir estratégias de financiamento específicas para facilitar a participação dessas pessoas e sua inclusão no desenvolvimento comunitário. Essas estratégias resultaram em um aumento da participação de mulheres e jovens na identificação e implementação de atividades produtivas em territórios florestais.

Fatores facilitadores
  1. Elaboração de uma convocação de propostas voltada para mulheres e jovens de áreas rurais com transmissão em estações de rádio comunitárias para atingir comunidades remotas.
  2. Apoio técnico a grupos sem experiência para a construção de propostas e durante a implementação.
  3. Construção participativa de propostas para a apropriação dos projetos desde o início.
  4. Implementação de ações afirmativas para favorecer a participação de mulheres em atividades e treinamentos.
  5. Acordo com as autoridades locais para a execução da atividade produtiva.
Lição aprendida
  1. A criação de um mecanismo de apoio voltado para mulheres, jovens e residentes locais possibilitou o desenvolvimento de estratégias específicas para a divulgação da convocação de propostas, suporte técnico e capacitação. Isso impediu que os requisitos tradicionais de acesso a oportunidades de financiamento fossem uma restrição para os grupos de trabalho.
  2. A divisão da convocação do VIS em duas etapas facilitou a participação de grupos sem experiência na implementação de projetos produtivos, permitindo a construção participativa de uma proposta técnica sólida, com base em uma ideia inicial, e a apropriação dos projetos desde o início.
  3. A construção participativa de propostas técnicas deu voz a mulheres que não haviam participado de processos semelhantes, o que levou a um aumento de sua liderança e facilitou sua influência nos espaços de tomada de decisão.
  4. A validação comunitária para o desenvolvimento da atividade produtiva favoreceu a geração de acordos na comunidade para garantir a viabilidade dos projetos produtivos do VIS.
Monitoramento e avaliação participativos para o gerenciamento de projetos produtivos baseados na comunidade

O MDE México elaborou um Sistema de Monitoramento e Avaliação para medir seu desempenho em diferentes níveis, o que possibilitou a divulgação de seus resultados e das lições aprendidas. Esse sistema foi alimentado por evidências documentais das atividades realizadas durante a implementação da iniciativa, bem como pelas informações relatadas pelos beneficiários do Projeto e pela operação do Sistema de Atendimento a Solicitações de Informações e Reclamações, vinculado ao cumprimento das salvaguardas do Projeto. Nesse sentido, a criação de mecanismos e ferramentas para a obtenção de informações em primeira mão dos beneficiários, em processos participativos e inclusivos, foi fundamental para o seu funcionamento, para o qual foi projetado e implementado o Sistema de Monitoramento e Avaliação Participativa de Subprojetos (SiMyEPS). Esse sistema reuniu um conjunto de princípios, processos e ferramentas participativos para que os próprios grupos beneficiários medissem seu desempenho, monitorando, analisando e relatando o progresso no cumprimento de suas atividades e resultados. Ao documentar dessa forma o cumprimento das atividades e dos objetivos, os beneficiários obtiveram informações relevantes para fortalecer a tomada de decisões em seus projetos produtivos, melhorar sua gestão e contribuir para a transparência.

Fatores facilitadores
  1. Projeto de um Sistema de Monitoramento e Avaliação para medir o desempenho em diferentes níveis, o que permitiu relatar os resultados e as lições aprendidas aos diferentes níveis de governança do projeto.
  2. Capacitação para a implementação do sistema, suporte técnico, acompanhamento e treinamento para os beneficiários (manual do usuário).
  3. Acompanhamento e assessoria constantes aos grupos de trabalho para apoiar o trabalho de monitoramento.
  4. Informações relatadas pelos beneficiários do projeto.
  5. Designação de um ponto focal de monitoramento em cada grupo, cuja responsabilidade era coordenar as atividades de monitoramento em sua organização.
  6. O fortalecimento dos mecanismos de coordenação entre os facilitadores para fornecer consultoria e acompanhamento no campo foi fundamental para simplificar o processo de integração dos relatórios técnicos, garantindo a qualidade das informações e integrando as evidências.
  7. Desenvolvimento de uma estratégia de adaptação na implementação do SiMyEPS remotamente e sob as condições de implementação dos grupos.
  8. Geração de recursos e materiais didáticos para o desenvolvimento de atividades de treinamento, bem como a execução de atividades de monitoramento participativo com uma linguagem culturalmente apropriada.
  9. Elaboração de dinâmicas para facilitar o desenvolvimento das etapas de implementação do monitoramento participativo pelos facilitadores e membros do grupo.
  10. Coordenação entre os facilitadores em nível local e o Ponto Focal de Monitoramento para garantir a implementação correta do SiMyEPS, o que facilitou a integração de relatórios técnicos e a sistematização de evidências, que são as informações básicas que alimentam os indicadores de resultados do projeto MDE México.
  11. Desenho de um mecanismo para facilitar o processo de construção participativa de propostas técnicas remotamente para evitar que a pandemia da COVID-19 limite o desenvolvimento de capacidades e para fomentar a adoção e implementação do monitoramento participativo pelos beneficiários da Janela de Inclusão Social. Esses mecanismos incluíram a adaptação de instrumentos para registrar o progresso na implementação de atividades e o design de recursos didáticos para capacitação remota (guias explicativos, instruções e tutoriais em vídeo).

Lição aprendida
  1. O monitoramento participativo requer a adoção de ferramentas para documentar e relatar o cumprimento de atividades e resultados na implementação de uma atividade produtiva pelas comunidades locais, usando evidências concretas para contribuir com a transparência e a responsabilidade dos projetos financiados.
  2. A documentação do cumprimento das atividades e dos objetivos permite obter informações relevantes para fortalecer a tomada de decisões em projetos produtivos e melhorar sua gestão e desempenho.
  3. O desenvolvimento e o fortalecimento das capacidades de monitoramento e avaliação participativos de projetos produtivos fornecem aos beneficiários o conhecimento e as ferramentas para monitorar e relatar o progresso, bem como o cumprimento das metas, o que facilitará a implementação dessa atividade em projetos futuros com financiamento de doadores nacionais ou internacionais.
  4. O aprimoramento e as adaptações contínuas do sistema de monitoramento participativo facilitaram o projeto adequado de processos e ferramentas com base nas necessidades dos beneficiários, obtendo uma melhor adoção das atividades de monitoramento a partir de sua própria experiência.
  5. As ferramentas tecnológicas e digitais foram inovadoras para documentar e evidenciar o progresso remotamente em contextos de pandemia, mas o acompanhamento e a atenção diretos no campo foram fundamentais para fortalecer a confiança dos beneficiários no projeto e abordar desafios específicos, melhorando a compreensão e a adoção de processos e ferramentas.
Salvaguardas sociais e ambientais

Foi implementado um quadro de referência para a implementação de salvaguardas sociais e ambientais, com base nas políticas operacionais do Banco Mundial, bem como na estrutura legal e regulatória nacional e internacional sobre salvaguardas. As salvaguardas são definidas como as ações tomadas para garantir que os impactos ambientais e sociais derivados das atividades produtivas possam ser identificados e mitigados por meio da implementação de boas práticas. Elas foram projetadas como um sistema de gerenciamento de mitigação de riscos, mas também para aumentar os impactos positivos dos subprojetos implementados. O desenvolvimento de uma estrutura para a implementação do componente de salvaguardas garantiu que o componente de salvaguardas operasse de forma transversal em todas as ações e etapas do projeto. Isso promoveu a implementação de estratégias e ações específicas no nível dos implementadores de subprojetos, de acordo com os princípios e padrões estabelecidos para a realização dos objetivos sociais e ambientais. Como parte da implementação das salvaguardas do Projeto MDE México, foram elaborados os Planos de Gestão Ambiental (PGA), cujo objetivo era identificar as medidas de mitigação que cada subprojeto deveria implementar para evitar ou mitigar possíveis impactos socioambientais negativos associados à sua atividade produtiva, aumentando assim os benefícios de cada iniciativa. Sua construção foi realizada de forma participativa, em conjunto com os beneficiários selecionados, como parte do processo de integração das propostas técnicas e dos documentos de planejamento de cada subprojeto.

Fatores facilitadores
  1. Construção de PGAs para garantir a conformidade com os regulamentos aplicáveis a cada uma das atividades produtivas apoiadas e para incentivar a adoção de boas práticas sociais e ambientais.
  2. Construção de uma ferramenta para a geração automática de um PMA desktop e pilotagem: processo de consulta, feedback e validação do instrumento (construção participativa da ferramenta e apropriação pelos beneficiários).
  3. Integração de medidas de mitigação (estabelecidas nos PMDs) nos Programas Operacionais Anuais para garantir sua integração nas atividades implementadas.
  4. Integração das salvaguardas em diferentes estágios do projeto.
  5. Desenho de uma janela de apoio exclusiva para facilitar a participação de mulheres, jovens e pessoas sem direitos agrários reconhecidos na convocação (Janela de Inclusão Social), na qual foram simplificados os processos e requisitos para a apresentação de solicitações e foi realizada uma divulgação diferenciada para mulheres e jovens, facilitando seu acesso e aumentando sua participação.
  6. Durante o processo de avaliação e seleção de beneficiários, foram incluídos critérios ambientais e sociais para garantir a conformidade com a estrutura legal aplicável a cada atividade produtiva, bem como para incentivar a implementação de boas práticas.
  7. Elaboração de folhetos sobre práticas seguras para fortalecer a cultura de prevenção de riscos ocupacionais nos subprojetos.
  8. Criação de um mecanismo de recebimento e atendimento de solicitações de informações e reclamações para garantir que todas as solicitações de informações e reclamações relacionadas ao MDE México e sua implementação fossem registradas e atendidas em tempo hábil (número de telefone, e-mail, formulário de solicitação ou reclamação, formulário de solicitação de informações etc.).
Lição aprendida
  1. A geração de um quadro de referência para a implementação de salvaguardas no Projeto MDE garantiu a conformidade com os regulamentos ambientais e sociais, bem como a mitigação de possíveis impactos que poderiam resultar da implementação de atividades produtivas apoiadas pelo MDE em diferentes níveis. Também assegurou a integração das ações em diferentes níveis de implementação do projeto e dos beneficiários.
  2. A criação de uma ferramenta automatizada para a elaboração dos PMDs agilizou o processo de construção e aprimoramento participativo dos mesmos, no âmbito de cada subprojeto.
  3. O processo de construção participativa dos PGAs permitiu que os implementadores dos subprojetos identificassem os riscos e impactos potenciais de suas atividades produtivas e obtivessem a apropriação de um instrumento de planejamento que garantisse a aplicação de boas práticas sociais e ambientais, maximizando os benefícios de cada subprojeto.
  4. A integração das salvaguardas em todos os componentes e atividades do Projeto MDE México implicou o desenvolvimento de estratégias e ações específicas, tanto em nível de Projeto quanto de subprojeto, de acordo com os princípios, normas e procedimentos estabelecidos para a consecução dos objetivos sociais e ambientais.
  5. As ações afirmativas facilitaram a participação de grupos de trabalho compostos por mulheres e jovens.
  6. A vinculação do instrumento PMA com o sistema de monitoramento de subprojetos facilitou o acompanhamento, a avaliação e o relatório sobre a conformidade com as medidas de mitigação pelos implementadores e tornou mais fácil para a Agência Nacional de Execução (Rainforest Alliance Mexico) revisar, validar e registrar a conformidade com as salvaguardas no nível do projeto.
Impactos

Beneficiou 3.850 pessoas (88 projetos produtivos), que obtiveram uma renda média anual com a venda de seus produtos de aproximadamente US$ 3,7 milhões. Da mesma forma, as capacidades dos beneficiários foram fortalecidas para melhorar as práticas de produção em mais de 120.792 ha e 26 jovens Promotores Comunitários Locais (65% mulheres) foram treinados. Como novos agentes de mudança, eles desenvolveram capacidades para facilitar processos participativos para o acompanhamento de projetos de produção comunitária. Para compartilhar as diferentes experiências dos produtores, foram realizadas 30 Oficinas de Intercâmbio de Conhecimento sobre questões técnicas, comerciais, organizacionais, de governança, de inclusão social, de gestão florestal e de ecoturismo. Esses workshops fortaleceram as capacidades de 587 beneficiários (34 localidades), 76% dos quais pertencem a uma comunidade indígena. Como resultado, mais de 90% dos grupos beneficiários reconheceram ter aumentado suas capacidades de influenciar a redução das emissões provenientes do desmatamento e da degradação. A participação ativa de 33% das mulheres e 25% dos jovens ajudou a desencadear processos de melhoria para a consolidação de projetos produtivos na área de intervenção. Com o padrão W+, foi determinado que três grupos de mulheres em Oaxaca aumentaram sua renda em 74%, suas habilidades de conhecimento/educação em 161% e suas habilidades de liderança em 59,4%.

Beneficiários

O programa beneficiou 3.850 pessoas em Campeche, Yucatán, Quintana Roo, Oaxaca e Jalisco, por meio de 88 projetos produtivos (sistemas agroflorestais, sistemas silvipastoris, ecoturismo, manejo florestal sustentável e agricultura inteligente em relação ao clima).

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ODS 1 - Erradicação da pobreza
SDG 5 - Igualdade de gênero
ODS 8 - Trabalho decente e crescimento econômico
ODS 10 - Redução das desigualdades
ODS 12 - Consumo e produção responsáveis
ODS 13 - Ação climática
ODS 15 - Vida na terra
História
Grupo de Trabalho de Jamiaca de Chacala (Jalisco).
Grupo de Trabalho de Jamiaca de Chacala (Jalisco).
Rainforest Alliance México

A comunidade de Chacala está localizada na costa sul de Jalisco. Seus habitantes cultivam principalmente milho, mas há mais de 50 anos a produção de hibisco foi introduzida como uma alternativa de renda para as famílias (cerca de 30 ha de hibisco são cultivados atualmente em Chacala). Até alguns anos atrás, essa cultura não era lucrativa, pois a comunidade não tinha o processo ou os insumos necessários para ensacar e rotular o produto, de modo que era forçada a vender sua colheita a intermediários, que impunham um preço muito baixo e a revendiam em outros estados.

Para aumentar o preço de mercado do hibisco, favorecer a melhoria econômica da comunidade e proporcionar uma melhor qualidade de vida para as famílias, o MDE México forneceu apoio ao grupo Jamaica de Chacala para produzir em espaços que eram usados apenas para o cultivo de milho e, assim, diversificar as culturas. O grupo usou sementes nativas de hibisco adaptadas ao solo e ao clima locais para evitar o uso de agroquímicos tóxicos. Eles também aproveitaram as parcelas onde já estavam cultivando outras culturas para evitar o desmatamento, pois não precisaram mudar o uso da terra para cultivar. Além disso, pararam de queimar para limpar a terra e usaram as ervas daninhas como fertilizante natural, evitando assim a liberação de gases de efeito estufa. A rotação de culturas entre o milho e o hibisco também permitiu o controle natural de pragas do solo, já que as pragas do milho não se proliferam tão facilmente com o hibisco.

Após a colheita do hibisco, o grupo começou a embalar e rotular o produto para vendê-lo diretamente aos clientes a um preço justo nos mercados de Colima e Jalisco, tornando a Jamaica de Chacala conhecida.

O aumento das vendas, o processo de diversificação de produtos derivados do hibisco, como geleias, molhos e flores, bem como a eliminação de intermediários, tiveram um impacto positivo no grupo Jamaica de Chacala e na comunidade, pois os produtores começaram a se sentir mais autoconfiantes e a gerar renda para melhorar sua qualidade de vida e a de suas famílias. O grupo começou a ser reconhecido em outros municípios e estados por seu trabalho na agricultura e na produção de hibiscos. Atualmente, está em processo de constituição legal e de consolidação de sua estratégia de marketing, além de ter conseguido aumentar a produção de hibiscos e o preço de venda.

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