O meio ambiente é um continuum que não adere a fronteiras político-administrativas. As medidas unilaterais que podem ser tomadas por um país para proteger um recurso compartilhado geralmente são ineficazes, e o uso não regulamentado do recurso geralmente leva à exploração excessiva e à destruição do recurso.
Com base nisso, a conservação da biodiversidade em áreas de alto valor ecológico em áreas de fronteira deve ser feita com base na cooperação e no entendimento entre os países. Entretanto, essas áreas, que estão longe dos centros de tomada de decisão, geralmente não são prioridade para os ministérios estrangeiros.
Nesses casos, as organizações da sociedade civil passam a desempenhar um papel importante, pois podem se movimentar e se articular com uma liberdade que os governos em diferentes níveis não têm.
Para ser eficaz, a governança de áreas protegidas transfronteiriças, como o Corredor Biológico Trinacional, requer todos os atores envolvidos: autoridades locais, regionais e nacionais, empresários e sociedade civil organizada.
Como no caso do nível local, as organizações da sociedade civil têm uma continuidade ao longo do tempo que os atores políticos não têm.
Além disso, elas não estão vinculadas a protocolos e hierarquias e podem se comunicar diretamente umas com as outras e com qualquer outra pessoa.
Além disso, assim como em nível local, as ONGs podem se concentrar em questões ambientais, ao contrário do poder político, que precisa lidar com uma ampla gama de questões.
A coordenação entre ONGs de países vizinhos pode ser feita facilmente. No entanto, às vezes, questões internas em um dos países, como o relacionamento de uma organização com as autoridades do momento, fazem com que um projeto transfronteiriço fique mais lento, parado ou o contrário.
A inclusão de ONGs de países vizinhos faz com que os governos prestem mais atenção aos projetos em questão.