Cogumelos ostra de sumagre. Uma nova forma de conservação e produção sustentável
Os cogumelos comestíveis têm um alto valor nutricional e medicinal e são um bom exemplo do uso de resíduos agrícolas.
A produção sustentável de cogumelos nasceu como uma iniciativa alternativa para reduzir a extração de madeira e o desmatamento das florestas, juntamente com a necessidade de contribuir para a luta contra a pobreza nas populações que cercam o Parque Nacional Sumaco Napo Galeras, nos setores de Pacto Sumaco, Cocodrilos (Guacamayos).
Essa produção de cogumelos ostra é um exemplo claro de uma alternativa de produção orgânica, que promove a segurança alimentar, reduz as ameaças aos recursos naturais e melhora as condições de vida da população local por meio de uma melhor renda econômica para os habitantes da área e do ecossistema.
Contexto
Desafios enfrentados
Um dos desafios fundamentais é comercializar um produto com características benéficas para a saúde humana, em que a maioria da população está envolvida no processo de transformação do produto, até a sua venda. A obtenção de alvarás de venda e registros sanitários são requisitos que os produtos alimentícios devem superar para conquistar um lugar no mercado. O objetivo é conseguir exportar e atingir paladares nacionais e internacionais. Esse aspecto apoia a conservação do Parque Nacional de Sumaco ao oferecer oportunidades econômicas para as populações da zona de amortecimento da área protegida para reduzir o desmatamento e as pressões de caça, um desafio substancial dentro do plano de aprimoramento para obter a certificação do Green List Standard.
Localização
Processar
Resumo do processo
Os cogumelos comestíveis têm um alto valor nutricional e medicinal e são um bom exemplo do uso de resíduos agrícolas.
A produção sustentável de cogumelos nasceu como uma iniciativa alternativa para reduzir a extração de madeira e o desmatamento das florestas, juntamente com a necessidade de contribuir para a luta contra a pobreza nas populações que cercam o Parque Nacional Sumaco Napo Galeras, nos setores de Pacto Sumaco, Cocodrilos (Guacamayos).
Essa produção de cogumelos ostra é um exemplo claro de uma alternativa de produção orgânica, que promove a segurança alimentar, reduz as ameaças aos recursos naturais e melhora as condições de vida da população local por meio de uma melhor renda econômica para os habitantes da área e do ecossistema.
Blocos de construção
Elaboração de pesquisa de mercado para bioempresas
Para estabelecer uma bioempresa, são necessárias informações de mercado para otimizar os recursos e os esforços para posicionar uma nova oferta nas populações-alvo.
Fatores facilitadores
- Identificar e selecionar as espécies mais promissoras e as experiências anteriores de outras regiões que possam ser adaptadas à realidade.
- Gerar o interesse dos moradores e facilitar a assistência técnica inicial que possa mostrar os requisitos de trabalho e esforço do novo empreendimento.
- Considerar os benefícios explícitos e implícitos que o novo empreendimento pode ter dentro da dinâmica social e econômica, em relação à conservação dentro da área protegida.
Lição aprendida
- A experiência anterior é importante, mas aprender sobre outras experiências ajuda a entender melhor as oportunidades que podem ser desenvolvidas e o processo de trabalho associado a um novo empreendimento.
- Os funcionários de uma área protegida não são responsáveis apenas pelo controle e pela vigilância, eles precisam estabelecer um vínculo com as populações da zona de amortecimento, entender suas necessidades e participar de ações conjuntas para melhorar suas condições sociais e econômicas, que podem ser desencadeadoras de afetações dentro da área protegida.
- A obtenção de licenças de venda e registros sanitários para produtos alimentícios é essencial para obter acesso a novos mercados.
Fortalecimento das capacidades locais
A interação da comunidade com o setor privado, as ONGs e o meio acadêmico, juntamente com a equipe da área protegida, permite que as iniciativas de bioempresas sejam sustentáveis.
Fatores facilitadores
- Identificação de partes interessadas em empreendedorismo e facilitação de treinamento prático.
- Melhoria do trabalho coletivo e estabelecimento de associações produtivas fortalecidas em aspectos técnicos, financeiros e administrativos.
- Acompanhamento permanente da área protegida na busca de novas oportunidades de expansão de mercado.
Lição aprendida
- A iniciativa de empreendedorismo de cogumelos ostra apoia a conservação do PNSNG ao oferecer oportunidades econômicas para as pessoas na zona de amortecimento da área protegida de forma a reduzir o desmatamento e as pressões de caça.
- Essa estrutura é muito importante para a obtenção de boa governança como um trampolim para a certificação Green List Standard que a área protegida está buscando.
Impactos
Por meio de pesquisas realizadas por Ricardo Viteri na área do Parque Nacional Sumaco Napo Galeras (PNSNG) e comunidades vizinhas, ele descobriu que havia 12 espécies de cogumelos comestíveis. Os resultados dessa primeira pesquisa deram lugar à segunda, com o objetivo de verificar se era possível cultivar essas espécies na área e ratificar se as técnicas de plantio e cuidado poderiam ser adaptadas às condições das comunidades.
Com a orientação técnica da equipe do PNSNG, as pessoas das comunidades optaram por cultivar os cogumelos ostra em sacos, pois o processo era muito mais rápido, a produção era maior e o sabor era mais apetitoso.
Por meio do treinamento contínuo da equipe do PNSNG, eles trabalharam no gerenciamento do produto, na sustentabilidade, na gestão financeira e na conscientização dos problemas ambientais locais, como a derrubada da floresta.
Atualmente, há seis famílias do Pacto Sumaco, cinco famílias no setor Cocodrilos e uma família em Santa Rosa, que estão lutando por um mercado nacional com um produto que gera um valor agregado significativo.
A Asoñucanchi é uma organização criada com foco social, econômico e ambiental. Com a venda de seu produto (SUMACO HONGOS OSTRA), é garantido o consumo de um alimento natural rico em proteínas e vitaminas.
Beneficiários
Comunidade Pacto Sumaco; 5 famílias.
Guacamayos: 9 famílias.
Santa Rosa: 1 família.
No total, 15 famílias. 32 pessoas treinadas e três organizações funcionando
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
História
Em busca de alternativas produtivas sustentáveis, em 1988, o Programa Gran Sumaco (PGS) visitou Salinas de Guaranda com agricultores locais. Lá, eles puderam aprender sobre diferentes atividades produtivas e sobre uma indústria de cogumelos secos que era uma das alternativas mais bem-sucedidas. Em 1999, o PGS contratou um consultor para investigar quais cogumelos comestíveis existiam na área e analisar o nível de aceitação pela população. O estudo foi realizado em seis comunidades: Pacto Sumaco, 10 de Agosto, Wamaní Wawa Sumaco, Protoyacu e Accilac, na zona de amortecimento do Parque Nacional. Doze espécies diferentes de cogumelos comestíveis foram encontradas durante a pesquisa. As pessoas mais velhas lembraram que as mulheres os coletavam quando a caça não era boa, para compensar o nível de proteína.
Foram testadas três variedades de cogumelos: taca ala e chinchi ala, porque as pessoas locais gostavam mais deles, e rinri ala, porque é conhecido, especialmente nos países asiáticos. Além disso, duas espécies conhecidas foram incluídas nos testes: cogumelo ostra(Pleuratus ostreatus) e shiitake(Lentinus edodes). Foram usadas três técnicas de cultivo: simples, em troncos e em invólucros. As pessoas preferiram o cultivo de cogumelos ostra em sacos, pois o processo era muito mais rápido, o rendimento maior e o sabor mais agradável. Depois de escolher a espécie, o número de produtores começou a aumentar, com homens e mulheres da área de Sumaco aprendendo a técnica. Foram realizadas oficinas de preparação de alimentos com cogumelos e foi criado um livro de receitas com 33 fórmulas diferentes. A produção foi bem-sucedida, mas eles queriam ter o registro sanitário para poder vender. Isso significou um primeiro obstáculo: para obtê-lo, foi organizada uma microempresa, reunindo 15 produtores. Uma vez obtido o registro sanitário, iniciou-se a promoção do produto, que era desconhecido pela população.
Foram implementadas estratégias de promoção. A população da região começou a consumir o cogumelo ostra ou cogumelo Sumaco, como passou a ser chamado. A microempresa era responsável pela produção, colheita, embalagem e venda dos cogumelos frescos. O excedente era seco, embalado e vendido em suas comunidades, em Tena, Archidona, Puyo, Baeza, El Chaco, Riobamba e Quito.
No momento, essa iniciativa participativa e de governança está em andamento e é um sinal da capacidade da área protegida de aprimorar sua gestão com vistas à certificação do Padrão da Lista Verde.