Conhecimento para melhor proteção e aprimoramento: Melhoria das instalações para visitantes no Parque Nacional do Banco (Abidjan, Costa do Marfim)

Solução completa
Ecomuseu do PNB
OIPR, 2021

O Parque Nacional do Banco (3.438 ha) está localizado no coração de Abidjan, a capital econômica da Costa do Marfim, o que o coloca sob forte pressão da urbanização. Seu enorme potencial como parque urbano é insuficientemente explorado, e as ameaças (poluição e caça ilegal) colocam em risco sua integridade. Além disso, a inadequação das instalações reduz consideravelmente a promoção de suas funções educacionais, recreativas e turísticas.

Para fortalecer a proteção e o desenvolvimento desse patrimônio natural, o Office Ivoirien des Parcs et Réserves (OIPR) está particularmente interessado em buscar financiamento para intensificar a educação ambiental e melhorar o apelo turístico do parque. O OIPR começou avaliando a qualidade da gestão do parque usando a Ferramenta de Eficácia da Gestão Integrada (IMET). Essa avaliação foi o ponto de partida para vários projetos de ecoturismo e para a adoção de uma cultura de avaliação no gerenciamento do parque.

Última atualização: 12 Nov 2021
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Contexto
Desafios enfrentados
Degradação de terras e florestas
Perda de biodiversidade
Caça furtiva
Poluição (inclusive eutrofização e lixo)
Desenvolvimento de infraestrutura
Falta de capacidade técnica
Falta de infraestrutura

Localizado no coração de Abidjan, o Parque Nacional do Banco (3.438 hectares) abriga mais de 40% das reservas de água que abastecem a capital econômica com água potável. Com um estoque médio de carbono estimado em 293,61 tC/ha, ele desempenha um papel de regulação microclimática para a cidade. O parque também oferece à população um local para recreação e relaxamento. No entanto, o apelo do parque continua fraco, pois ele oferece apenas turismo paisagístico devido à falta de produtos turísticos e recreativos em oferta.

O PNB enfrenta várias pressões, inclusive a ocupação ilegal de seus limites, a proibição da colheita de produtos florestais e a poluição de áreas periféricas.

Como resultado, o PNB enfrenta o risco de degradação e perda de valor, o que poderia, em última instância, comprometer os serviços ecossistêmicos que ele oferece (regulação, fornecimento, função recreativa).

Escala de implementação
Local
Ecossistemas
Floresta tropical decídua
Tema
Fragmentação e degradação do habitat
Divulgação e comunicações
Localização
Parque Nacional do Banco, Abidjan, Costa do Marfim
África Ocidental e Central
Processar
Resumo do processo

Para melhorar a gestão do parque, foi necessário realizar uma introspecção por meio de uma avaliação de gestão (Bloco 1). Os resultados dessa avaliação foram usados para elaborar um plano de gestão com as principais partes interessadas, incluindo parceiros técnicos e financeiros (Bloco 2). Esse planejamento inclusivo da gestão do parque levou à elaboração de um Plano de Desenvolvimento e Gestão (PAG) para o Parque Nacional do Banco para os próximos 10 anos (PAG 2019-2028). Com um custo total de 5.319.000.000 francos CFA, a implementação do PAG exigirá a busca de financiamento em nível nacional (Estado) e internacional (doadores). Devido à sua localização no coração de uma área urbana, o desenvolvimento do turismo no PNB é um dos principais focos do PAG. A modernização do parque por meio da construção e da reabilitação da infraestrutura turística deve ser realizada com rigor, em conformidade com os padrões internacionais, mantendo-se flexível e receptiva aos prestadores de serviços para obter melhores resultados (bloco 3). Isso deve levar à intensificação das atividades turísticas, com maior comunicação sobre o parque e o envolvimento das comunidades locais (bloco 4).

Blocos de construção
Avaliação do gerenciamento do PNB

Em 2016, o Parque Nacional do Banco (PNB) avaliou sua eficácia de gestão pela primeira vez, usando a Ferramenta de Eficácia de Gestão Integrada (IMET) https://rris.biopama.org/pame/tools. Como uma ferramenta de avaliação aprofundada, a IMET destacou todas as áreas de melhoria para gerenciar o parque de forma mais eficaz. Acima de tudo, destacou os benefícios do desenvolvimento harmonioso do turismo no PNB, que poderia resolver os problemas associados à sua localização urbana (poluição, invasão, questões fundiárias) e, ao mesmo tempo, aproveitar ao máximo essa oportunidade geográfica. Entre os pontos fracos identificados pelo IMET em termos de ecoturismo estão

  • Falta de inovação no desenvolvimento do ecoturismo
  • Falta de diversidade nas ofertas de turismo e nas experiências dos visitantes
  • Benefícios econômicos insuficientes para o parque e as comunidades locais.

Também foram identificados vários pontos fortes, que merecem ser capitalizados, como a existência de instalações de acomodação próximas ao parque, instalações de alimentação e lazer, acessibilidade, segurança etc.

Fatores facilitadores

A avaliação do gerenciamento do PNB é um exercício participativo e inclusivo que reúne representantes do gerente, pesquisadores, doadores, ONGs e comunidades locais. A natureza representativa das partes interessadas significa que os pontos de vista de todos podem ser apreciados e levados em conta. Os instrutores do IMET facilitaram a avaliação para que todas as partes interessadas se sentissem à vontade para expressar suas opiniões. Eles também ajudaram a fazer uma análise mais crítica dos resultados da avaliação.

Lição aprendida

A primeira avaliação da eficácia da gestão com o IMET em 2016 demonstrou a importância e os benefícios da avaliação participativa. Desde 2017, o PNB tem dado continuidade à avaliação anual da eficácia de sua gestão com a ferramenta METT. Essas avaliações são uma exigência do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), que financia o PROGIAP-CI, e a ferramenta METT foi escolhida em um momento em que a ferramenta IMET ainda não havia sido popularizada. A partir de 2018, essa avaliação levou ao desenvolvimento do Plano de Desenvolvimento e Gerenciamento do PNB (2019-2028), que serve como um documento de estrutura para todas as atividades do parque. As sucessivas avaliações do PNB realizadas desde 2017, usando a ferramenta METT, mostram uma clara melhoria na gestão do parque, com pontuações de 61,29% em 2017, 66,67% em 2018 e 81,72% em 2019. A avaliação da eficácia da gestão agora faz parte da cultura do PNB.

Uma abordagem voltada para financiadores e parceiros

Para atender a todas as necessidades identificadas nas avaliações, o Office Ivoirien des Parcs et Réserves (OIPR) está continuamente buscando financiamento por meio da formulação e apresentação de projetos a vários parceiros. Para isso, ele tem um catálogo de projetos que pode ser adaptado de acordo com as exigências do financiamento solicitado. No caso do PNB, além do financiamento do GEF, o Escritório apresentou uma solicitação ao programa BIOPAMA como parte do programa de pequenos subsídios técnicos. Esse financiamento permitiu que o museu ecológico do parque fosse reformado e equipado, e que um estudo de viabilidade fosse realizado com o objetivo de construir uma passarela suspensa na copa das árvores do PNB.

Para aumentar o perfil do PNB como destino, a colaboração com profissionais de turismo, incluindo o Ministério do Turismo, permitiu que o PNB fosse incluído nos itinerários turísticos oferecidos aos viajantes na Costa do Marfim.

Além disso, os clubes de serviço, como o Lions Club e o Rotary Club, frequentemente oferecem apoio ocasional ao PNB.

Fatores facilitadores

O PAG 2019-2028 do PNB incorpora as conclusões das diversas avaliações e constitui um manual de referência para a seleção de projetos de gestão do parque. Vários parceiros podem, portanto, contribuir para alcançar os objetivos do parque. A gerência do OIPR e do PNB deve estar aberta a diferentes formas de parceria, mas sabendo exatamente o que o parque precisa.

Lição aprendida

A existência de um Plano de Desenvolvimento e Gestão (PAG) é um elemento importante e necessário para buscar financiamento e orientar a gestão de um parque. Além disso, devemos estar sempre atentos às necessidades dos órgãos financiadores para atender às suas exigências e obter financiamento.

Rigor e flexibilidade para o trabalho de restauração turística

A obtenção de financiamento nem sempre garante que os resultados serão alcançados. Para implementar os vários projetos, especialmente o subsídio do BIOPAMA, foi necessário identificar prestadores de serviços capazes de realizar o trabalho e cumprir os prazos de entrega estabelecidos nos proformas. Como o PNB não tinha a capacidade de realizar o trabalho de reabilitação e equipamento do ecomuseu, foi necessário terceirizar esses serviços. Nesse sentido, o monitoramento mostrou-se essencial para orientar os prestadores de serviços a cada vez e eliminar quaisquer gargalos.

Fatores facilitadores

Para garantir o sucesso do projeto, foi criada uma pequena unidade de coordenação. Essa unidade se reunia regularmente com os prestadores de serviços para entender o andamento das atividades e quaisquer dificuldades que surgissem. Uma vez identificadas essas dificuldades, buscavam-se soluções consensuais e atualizavam-se os prazos.

Lição aprendida

Esse projeto nos ensinou que nem sempre é uma questão de recrutar o prestador de serviços certo; é preciso manter contato constante até que a infraestrutura seja entregue. A reforma de um edifício exige monitoramento constante para comunicar melhor sua visão ao prestador de serviços.

Nesse caso, certas circunstâncias, essencialmente problemas imprevistos com a impermeabilização do telhado, atrasaram a reforma do edifício. Foi necessário chegar a um acordo com a empreiteira para levar em conta os vários parâmetros necessários para tornar o edifício funcional.

Eventos imprevistos, geralmente casos de força maior, podem comprometer a realização de um objetivo. A melhor prática adotada é visitar o local regularmente e reunir-se com o prestador de serviços para entender as dificuldades encontradas e encontrar soluções consensuais.

Promoção do turismo no PNB com as comunidades locais

Esse bloco se concentra no desenvolvimento de um plano de desenvolvimento e promoção do turismo, com ênfase no envolvimento das comunidades locais.

Para garantir o desenvolvimento harmonioso do turismo de acordo com os padrões internacionais, o OIPR contratou uma empresa de consultoria sul-africana para ajudá-lo a elaborar um plano de desenvolvimento do turismo e um plano de negócios, entre outras coisas. Até o momento, a promoção do turismo tem sido apoiada pelo estabelecimento de uma escala de preços de incentivo para visitas e pelo fornecimento de informações e mídia de comunicação.

Por meio da ONG local Vision Verte, que foi contratada pelo OIPR para fornecer ingressos e orientação no parque, os guias são recrutados entre a população local e treinados em técnicas de orientação. A Vision Verte fica de plantão nas entradas do parque para registrar os visitantes e cobrar as taxas de entrada. Além disso, determinadas atividades de manutenção no parque, como a remoção de árvores eólicas, são confiadas à ONG, que deve recrutar pessoas locais para os diversos trabalhos.

Fatores facilitadores
  • O planejamento conjunto com as partes interessadas garante maior propriedade das atividades e dos resultados.
  • Desenvolvimento do ecoturismo
  • Forte mobilização de recursos financeiros, humanos e materiais
  • Organização rigorosa.
Lição aprendida

O desenvolvimento de uma visão por meio do plano de promoção e desenvolvimento do turismo é um recurso para direcionar melhor as ações em prol do ecoturismo no parque. A transferência de determinadas atividades para a população local também ajudou a aliviar certas tensões e a conquistar sua simpatia pelo parque. A intensificação da comunicação ajudou a aumentar a conscientização pública sobre as questões do PNB.

Impactos

Graças a uma abordagem de vários doadores, apoiada por uma avaliação sistemática de sua gestão, o Parque Nacional do Banco (PNB) melhorou muito sua oferta turística. Vários projetos foram formulados para desenvolver a infraestrutura e o ecoturismo. Um projeto apresentado ao Programa BIOPAMA como parte do programa de pequenos subsídios técnicos recebeu um financiamento total de € 93.250 para reformar e equipar o museu ecológico. Esse subsídio também deve permitir a realização de um estudo de viabilidade para a construção de um passeio pelo dossel do parque.

A reforma do ecomuseu, realizada entre outubro de 2020 e abril de 2021, aproximou o gerente do parque de sua equipe e, acima de tudo, dos visitantes. Uma sala no ecomuseu agora serve como seu escritório. Além disso, a sala de exposições foi equipada com ar condicionado split, tornando-a mais confortável para os visitantes, assim como a nova biblioteca e o quiosque. O eco-museu oferece espaço e equipamentos para oficinas e conferências sobre o meio ambiente e a conservação da biodiversidade. Embora recentes, essas instalações turísticas e educacionais já estão ajudando a aumentar a conscientização ambiental entre a população local e os visitantes.

Beneficiários

A população de Abidjan, estimada em mais de 5 milhões nos arredores.

Pessoas que vivem nos 6 distritos periféricos que se beneficiaram de microprojetos e alguns empregos.

Visitantes (cerca de 15.500 em 2017).

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
ODS 13 - Ação climática
ODS 15 - Vida na terra
História
OIPR, 2019
Vista aérea do PNB
OIPR, 2019

A elaboração do Plano de Desenvolvimento e Gestão do PNB forneceu um documento de referência para a ação no parque. Além de observar a fragilidade do desenvolvimento do turismo, ele destacou a necessidade de fortalecer a vigilância por meio do desenvolvimento de capacidades humanas e materiais. A ênfase está sendo colocada no conhecimento da biodiversidade do parque por meio do fortalecimento do monitoramento ecológico e da colaboração com órgãos de pesquisa e universidades. Dentro dessa estrutura, foram identificados temas de pesquisa prioritários que formam a base da pesquisa a ser realizada no parque.

O objetivo de todas essas ações é garantir a boa saúde do Parque Nacional do Banco e sua influência na conservação da biodiversidade.

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