
Heroes Wanted: turismo, parcerias e comunicação para financiamento em áreas marinhas protegidas

Quatro organizações da sociedade civil (OSCs) formam o Paralelo 28 com o objetivo de levantar recursos para contribuir com a gestão e o monitoramento de áreas naturais protegidas (NPAs) no Golfo da Califórnia. Em 2016, eles lançaram a campanha Heroes Wanted no Parque Nacional Islas Marietas, em colaboração com a Comissão Nacional de Áreas Naturais Protegidas (CONANP) e o Riviera Nayarit Convention and Visitors Bureau.
São estabelecidos acordos entre os Provedores de Serviços Turísticos (TSPs), as OSCs e o governo para estabelecer um mecanismo de financiamento que contribua para a boa gestão da ANP. Os TSPs formam a associação Bahía Unida e contribuem com $40 pesos por turista para o Fundo Marietas. O Paralelo 28 executa a campanha de comunicação reconhecendo as empresas participantes (+95%). As OSCs e o governo executam ações de gestão com os fundos gerados, oferecendo transparência e clareza na gestão financeira e iniciam a replicação em outros PNAs. O orçamento anual aumenta em 5.500%.
Contexto
Desafios enfrentados
As ANP do México carecem de recursos suficientes e a tendência é desanimadora. Isso se reflete na perda de atributos ambientais e de atratividade turística, ameaçando as atividades econômicas e a biodiversidade no médio prazo.
Em 2015, as visitas ao Parque Nacional Islas Marietas aumentaram em mais de 30%, após uma campanha que promoveu "La Playa del Amor" como uma das melhores do mundo. Com 40 metros de comprimento, ela recebeu até 3.000 turistas por dia na alta temporada, afetando a qualidade da visitação, gerando um alto risco de acidentes e deteriorando os recifes da ilha. Isso resultou no fechamento temporário da visitação à praia.
O maior desafio foi gerenciar e monitorar a atividade turística, com financiamento mínimo, para restabelecer a atividade econômica, restaurar os corais afetados, reduzir impactos futuros e manter a qualidade da experiência turística.
Localização
Processar
Resumo do processo
Os componentes básicos interagem em vários estágios do projeto; no entanto, grande parte do sucesso está na criação de parcerias intersetoriais sólidas, com funções e responsabilidades claras definidas e voltadas para a conservação da biodiversidade e a atratividade do turismo.
O marketing social foi concebido como um incentivo para promover as parcerias e é implementado durante todo o projeto para reconhecer os parceiros envolvidos nos mecanismos de captação de recursos (empresas e indivíduos).
O gerenciamento do turismo é a base para melhorar a qualidade da visitação, é projetado dentro da estrutura das parcerias e se beneficia da inspeção e da vigilância (I&V) para garantir a conformidade. A I&V, por sua vez, é financiada pelo mecanismo de arrecadação e faz cumprir os acordos de parceria.
Blocos de construção
Parcerias multissetoriais, mecanismos de coordenação e responsabilidade
São estabelecidos acordos entre o setor de turismo (prestadores de serviços, hotéis, grupos setoriais, escritórios de promoção do turismo, etc.), Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e governo para projetar e implementar um mecanismo de cobrança.
São estabelecidos acordos que indicam os mecanismos de coleta e prestação de contas, bem como as funções dos parceiros.
A cada ano, um programa operacional anual (POA) é desenvolvido com seu orçamento correspondente, que especifica os itens e os valores para os quais o investimento é alocado. O POA é desenvolvido pela Comissão Nacional de Áreas Naturais Protegidas (CONANP) e pela Pronatura Noroeste (a OSC local) e apresentado à diretoria da Bahía Unida (a associação do TSP) para aprovação.
A cada dois meses, relatórios técnicos e financeiros são apresentados à diretoria da Bahía Unida.
Esse bloco de construção é liderado pela CONANP e pela OSC local.
Fatores facilitadores
- Liderança governamental para: a) interromper atividades de turismo insustentáveis, b) promover parcerias e mecanismos e c) gerenciar a atividade turística.
- Integração do TSP em uma associação civil.
- Existência de um implementador terceirizado confiável para gerenciar e fornecer suporte técnico.
- Comunicação constante e confiança crescente entre os indivíduos e, posteriormente, entre as instituições.
- Equidade nas contribuições (proporcional ao número de turistas).
- Transparência no uso de recursos e prestação de contas no campo e por meio de relatórios de alta qualidade.
Lição aprendida
- É necessário que haja uma necessidade de organização e ação no setor (por exemplo, o fechamento da Playa del Amor). A liderança da autoridade pode ser decisiva para gerar/motivar isso.
- É importante gerar um impacto rápido e visível para todos os colaboradores, pois isso gera confiança e credibilidade (por exemplo, presença de vigilantes).
- A definição dos principais objetivos do fundo é fundamental. É possível expandi-los, em acordo com os contribuintes, se houver excedentes.
- Os especialistas devem elaborar os programas operacionais (governo + OSCs), mas os doadores devem ter uma palavra a dizer sobre seu uso.
- É desejável que haja incentivos relacionados às necessidades dos doadores (por exemplo, marketing, preferência no acesso a licenças etc.).
- A replicação é possível, dentro ou fora das áreas naturais protegidas, desde que haja um objeto de interesse comum (por exemplo, visitar o mesmo local ou colher as mesmas espécies etc.).
Recursos
Mecanismos de coleta
A iniciativa explorou várias estratégias e mecanismos de arrecadação de fundos, como pulseiras, vendas de souvenirs, doações pelo site, urnas de hotéis etc. Até o momento, a pulseira turística foi a mais bem-sucedida.
A pulseira
Nas Islas Marietas, foi acordada uma doação de US$ 40 por turista. Os prestadores de serviços turísticos (TSPs) fazem uma doação proporcional ao número de turistas projetados e, em troca, recebem as pulseiras correspondentes e o recibo de doação. Os turistas recebem a pulseira quando fazem a reserva da excursão.
Em locais como Cabo Pulmo e Loreto, esse mecanismo não pareceu adequado e estamos testando outras opções.
Outros mecanismos
- Edição limitada de tubarões, arraias-manta e atobás de pelúcia para venda on-line e em eventos. Em alguns casos, os PSTs os compram em volume.
- Módulo no site do Paralelo 28 para doações on-line.
- Instalação de caixas em hotéis para facilitar as doações de turistas. Em um caso, isso é acompanhado por uma campanha de comunicação do hotel.
- Em Cabo Pulmo, alguns PSTs e lojas concordaram em fazer doações mensais de 1.000 a 2.000 pesos.
Esse bloco de construção é liderado pelos PSTs, pela organização local e pelo Paralelo 28.
Fatores facilitadores
- O compromisso de mais de 95% dos TSPs de apoiar por meio de um mecanismo justo e equitativo.
- O uso habitual da pulseira pelos SWPs em Marietas favoreceu uma adoção rápida e generalizada.
- Uma boa campanha de comunicação, explicando o significado da pulseira dupla e a importância das contribuições dos TSPs, ajudou a motivar o apoio.
*O acesso a áreas naturais protegidas no México exige o pagamento de uma taxa. Em troca desse pagamento, é entregue uma pulseira.
Lição aprendida
- A pulseira é um mecanismo muito bom para manter o controle das doações, para garantir que as doações sejam equitativas e proporcionais ao volume de turistas que cada empresa transporta.
- A venda de souvenirs on-line requer infraestrutura e capacidade operacional significativas, além da equipe do Paralleo 28 (nós suspendemos). As vendas antecipadas e por volume provaram ser uma boa opção em alguns casos, mas não são amplamente aceitas pelos vendedores finais.
- As urnas eletrônicas são um mecanismo bastante econômico para pequenas despesas de apoio à campanha.
- No México, as doações on-line são raras. É necessário ter essa opção, no entanto, as projeções de arrecadação de fundos devem ser conservadoras.
- Acordos de doação mensal fixa não são recomendados, pois colocam os contribuintes em desvantagem durante as épocas de menor movimento, e a doação não está vinculada à capacidade de geração de renda da casa do PST.
- O reconhecimento das empresas pode ser muito importante nos casos em que a proporção de participantes é baixa.
Recursos
Marketing para mudança social
A campanha Heroes Wanted foi criada para promover e reconhecer as contribuições de indivíduos e empresas para o financiamento de áreas naturais protegidas.
Seu site descreve seus parceiros, os locais onde trabalha, os riscos e ameaças que aborda, sua lógica de trabalho e o que é feito com as doações. Ele também agradece a todas as empresas que contribuem para a causa e tem um módulo para receber doações.
No Facebook, mantém uma comunicação fresca, fluida e muito gráfica com seus mais de 19.500 seguidores para posicionar a marca e reconhecer as empresas parceiras.
Utiliza vários espaços públicos para marcar presença na marca e promover doações, incluindo a instalação de caixas de doação em hotéis e outdoors em locais públicos.
Organiza eventos de lançamento da campanha e de reconhecimento dos doadores.
Esse bloco de construção é liderado pela Paralelo 28.
Fatores facilitadores
- O projeto inicial da campanha foi realizado por uma grande empresa internacional de marketing, que doou parte dos custos.
- Os parceiros da iniciativa Paralelo 28 são reconhecidos como organizações sérias e profissionais, com ampla experiência em conservação na região.
- Temos dois anos de financiamento para a implementação da campanha.
- Os chefes do Ministério do Meio Ambiente e da CONANP apoiam a campanha e transmitem às suas equipes a importância de replicá-la em outros NPAs.
Lição aprendida
É fácil dispersar os esforços das campanhas de comunicação. No Paralelo 28, foi fundamental definir claramente o objetivo da campanha desde o início, permitindo que os membros, parceiros e financiadores tivessem clareza sobre as ações a serem tomadas e as métricas a serem avaliadas. O objetivo é arrecadar fundos para o gerenciamento e o monitoramento das ANP.
Ter um coordenador da iniciativa permitiu gerenciar adequadamente a participação das quatro organizações parceiras e sempre cuidar dos interesses comuns.
A geração de projetos facilmente adaptáveis a outros PNAs reduz significativamente os custos da campanha.
Ter funções e liderança bem definidas para cada parceiro em cada local permite uma coordenação eficaz.
Gerenciamento de turismo
Em maio de 2016, a Comissão Nacional de Áreas Naturais Protegidas (CONANP) decidiu suspender temporariamente as visitas à Playa del Amor devido ao impacto da atividade turística não regulamentada no Parque Nacional. Essa decisão obriga as partes interessadas a redefinir a forma como o turismo será realizado na área natural protegida.
Foram realizadas várias reuniões com todos os prestadores de serviços turísticos, autoridades e acadêmicos para definir novas regras, concordar com os direitos de uso da praia e comprometer-se com o co-investimento.
As principais regras estabelecidas foram a capacidade de carga (116 pessoas por dia), o número de pessoas na praia ao mesmo tempo (15), a permanência máxima (30 minutos), a proibição do uso de nadadeiras e a obrigação de usar capacete e colete para acessar a praia, e o uso exclusivo da praia para prestadores de serviços turísticos (TSP) com barcos com no máximo 15 passageiros.
Por outro lado, durante o encerramento da atividade turística, são realizadas atividades de restauração de corais, limpeza do fundo do mar e monitoramento da composição e estrutura das comunidades de recifes.
Esse bloco de construção é liderado pela autoridade, nesse caso a CONANP.
Fatores facilitadores
A decisão firme do CONANP de realizar o fechamento forçou todos a se sentarem à mesa para negociar e chegar a acordos rapidamente para que a ANP pudesse ser reaberta.
A liderança, a credibilidade e a confiança geradas pelo diretor da área natural protegida (ANP) em relação às diversas partes interessadas.
O trabalho profissional anterior da gerência da ANP nas Ilhas Marietas.
A participação da PST e de todos os órgãos governamentais envolvidos.
Lição aprendida
O Estado mexicano, por meio do CONANP, deve regulamentar a atividade turística nas APNs para garantir a sustentabilidade da atividade, mas não deve subsidiar ações de gestão para manter a atividade. São os TSPs que podem e devem cobrir os custos associados ao gerenciamento de sua atividade. As Islas Marietas e seus TSPs tornaram-se pioneiros nacionais na consecução desse objetivo por meio de seu mecanismo de arrecadação de receitas.
As decisões de gerenciamento, como o fechamento de praias, devem ser tomadas com base em informações científicas relevantes para a questão e com ampla comunicação com as partes interessadas.
Recursos
Inspeção e vigilância eficazes
Esse componente é descrito em detalhes na solução"Uma estratégia holística para o gerenciamento de Áreas Protegidas", componentes 1, 2, 3 e 5. Os outros quatro componentes descritos nessa solução fazem parte do componente 4(Financiamento de longo prazo para o gerenciamento de AMPs) da solução holística.
A primeira etapa é ter um diagnóstico de inspeção e vigilância na área protegida por meio de entrevistas com especialistas e visitas de campo.
O segundo passo é promover a coordenação interinstitucional para que as autoridades responsáveis e com poder de decisão estejam na água.
A terceira etapa é ter os recursos, os equipamentos, a tecnologia e a capacidade necessários para estar presente.
A quarta e fundamental etapa é a operação conjunta no mar, para garantir a conformidade com as regulamentações. Isso é feito pela Comissão Nacional de Áreas Naturais Protegidas (CONANP) sozinha (Marietas) ou com o apoio de outras autoridades (Cabo Pulmo e Loreto) e organizações locais (Espírito Santo). As informações de cada passeio são sistematizadas em um aplicativo móvel e são gerados relatórios para tomar decisões operacionais e verificar o bom uso dos recursos.
A liderança desse componente básico é implementada pelas autoridades e/ou pela organização local.
Fatores facilitadores
Acordos de colaboração entre organizações e governo.
Trabalhar em uma área protegida permite que a autoridade responsável seja identificada.
A Pronatura Noroeste e a Red de Observadores Ciudadanos vêm trabalhando há mais de sete anos para fortalecer a inspeção e a vigilância em alguns desses locais.
Aliança com parceiros com experiência em sistemas de informações geográficas e aplicativos móveis para projetar o diário de bordo on-line.
Financiamento privado de organizações que permitem sua participação contínua.
Lição aprendida
A sociedade civil organizada tem várias funções a desempenhar no fortalecimento da inspeção e da vigilância das áreas naturais protegidas.
Mecanismos alternativos de financiamento permitem um progresso significativo nesse bloco de construção.
A tecnologia pode desempenhar um papel muito importante na redução dos custos operacionais e no aumento da eficácia das ações. É importante adquirir tecnologia adequada ao local, que seja fácil de usar e consertar.
O envolvimento das comunidades na vigilância marinha pode ser bem-sucedido quando há direitos exclusivos de uso dos recursos e existe um estado de direito; caso contrário, resultará em frustração para os usuários.
Impactos
No local:
Receita de US$ 550.000 em 18 meses, equivalente a um aumento anual de 5780% em relação ao orçamento do ano fiscal de 2018.
Investimento de US$ 450.000 na ANP para: a) aumentar a presença de guardas (pessoal, equipamentos e suprimentos); b) aumentar a conscientização ambiental (educadores ambientais); c) fortalecer o monitoramento e a restauração do recife; d) treinar os TSPs em práticas recomendadas e e) fortalecer a capacidade de gerenciamento do CONANP.
Mais de 800 passeios e 25.000 embarcações verificados e aumento de 88 para 99% na conformidade com os regulamentos pelos TSPs.
Ordenamento da atividade turística (instalação de boias de amarração, capacidade de carga estabelecida, regras para evitar impacto nos corais), recuperação do recife e aumento da qualidade da visitação.
Em nível regional:
Posicionamento de uma campanha de comunicação sólida e bem-sucedida, com produtos replicáveis para vários cenários.
Modelo de trabalho para outras áreas marinhas e terrestres, com um caso de replicação bem-sucedido (avistamento de tubarão-baleia na Baía de La Paz, Baja California Sur) e outros em andamento (Espiritu Santo NP, Cabo Pulmo e Baía de Loreto).
Beneficiários
O setor de turismo em geral e as 175 empresas de serviços turísticos que mantêm sua atividade.
O CONANP com um orçamento operacional.
As OSCs que testam e replicam abordagens inovadoras.
Os 300.000 turistas que visitam a ANP.
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
História

Uma bela fotografia de La Playa del Amor no Parque Nacional Islas Marietas, capturada pelo fotógrafo argentino Nicolás Melani, tornou-se viral nas mídias sociais. Logo, a fotografia ilustraria um dos "lugares imperdíveis desta vida", e o destino receberia uma promoção e demanda para as quais não estava preparado.
Foi essa imagem que me levou pela primeira vez às Ilhas Marietas. Comprei uma passagem para Puerto Vallarta, Jalisco, fiz minha mala, peguei meu bastão de selfie e fui para o terminal de ônibus. Chegando lá, encontrei um grupo com o mesmo objetivo. Juntos, fomos para a marina e embarcamos em um catamarã com outras 250 pessoas em busca da selfie.
Ao nos aproximarmos da ilha, vimos mais de 50 barcos e um mundo de pessoas nadando para chegar à praia. Nosso guia pulou na água e nós o seguimos. Ao meu lado, havia uma senhora que não sabia nadar, ela estava tão animada que pulou na água e tentou, sem sucesso, chegar ao "acesso". Com ajuda, ela voltou para o barco, infelizmente. Finalmente, em meio a um mar de gente, consegui chegar à Playa del Amor, tirei uma selfie, com outros 40 turistas ao fundo, e fui embora decepcionado com a aventura.
Dois anos depois, descobri nas redes sociais do Paralelo 28 que em Islas Marietas eles haviam encontrado um grupo de heróis que estava mudando o turismo na ilha. O governo havia decidido fechar e arrumar a praia e, com o apoio de turistas, pesquisadores e organizações da sociedade civil, eles a arrumaram e reabriram.
Decidi dar outra chance à minha selfie. Dessa vez, não fui de catamarã, pois apenas barcos de 15 pessoas tinham acesso à praia. Embarcamos e recebemos duas pulseiras (uma da CONANP e outra da Se Buscan Héroes). Ao chegarmos, um guarda florestal nos registrou em seu tablet, entregou-nos capacetes e nos disse que nossa vez seria em 40 minutos. Nadamos até a praia sem nadadeiras e tivemos 20 minutos para curtir sozinhos a melhor praia do mundo. Na saída, vimos outro guarda florestal vigiando a parte norte da ilha.
Na volta, fomos informados de que $40 pesos do meu pagamento e de todos os turistas são destinados a um fundo para garantir o bom gerenciamento da área natural protegida. Sem dúvida, nas Islas Marietas somos todos HERÓIS. Também ouvi dizer que outras áreas estão fazendo o mesmo. Próximo destino... Cabo Pulmo, Loreto, Espiritu Santo...