Comunicação eficaz

A comunicação eficaz é um aspecto importante da avaliação do IMET. É claro que a comunicação eficaz entre os implementadores do projeto e outras partes interessadas, inclusive a(s) instituição(ões) financiadora(s), é necessária durante o desenvolvimento e a implementação do projeto. Entretanto, na avaliação IMET, é fundamental que os resultados da avaliação sejam efetivamente comunicados às partes interessadas. As partes interessadas incluem as pessoas envolvidas na avaliação e outras que talvez não tenham participado. No nosso caso, organizamos um evento de compartilhamento de informações em nível nacional para o qual foram convidadas diversas partes interessadas nacionais. Além das apresentações feitas nesse evento, pacotes de informações com uma análise dos resultados do IMET foram compartilhados com todos os participantes. Também desenvolvemos um banner com um resumo dos resultados que foi posteriormente depositado (e ainda está) em nosso escritório de projetos. É a primeira coisa que qualquer pessoa vê quando entra em nosso escritório. Também desenvolvemos folhetos simplificados em três idiomas locais para as partes interessadas da comunidade.

Uma estratégia de comunicação simples foi incluída na concepção do projeto. Ela detalhou como os resultados seriam compartilhados com as partes interessadas de diferentes origens.

Para nos comunicarmos de forma eficaz, precisamos reconhecer que todos nós percebemos as coisas de forma diferente. Como resultado, a compreensão do contexto social dos outros deve servir de guia para nossas interações com eles, e devemos usar essa compreensão para escolher o melhor meio de comunicação. Os métodos que você usa para abordar pessoas instruídas ou tecnocratas podem não funcionar para as comunidades locais. Por exemplo, descobrimos que nossas comunidades locais não conseguiam interpretar os índices mostrados em nosso relatório de análise porque, em seu contexto, as porcentagens não significavam nada. Por isso, traduzimos os índices em explicações simplificadas que eles entenderiam.

Participação de gênero na rede de valor da pesca da lagosta

A S.C.P.P. Vigía Chico, que está imersa no projeto de melhoria da pesca, vem desenvolvendo boas práticas para alcançar a pesca sustentável, mas a pesca era percebida e gerenciada apenas como uma atividade extrativista, e não como um sistema complexo que engloba outros estágios ao longo da rede de valor. Foi com base nisso que as cooperativas realizaram uma análise e um diagnóstico da participação de gênero em cada elo da rede de valor. Dessa forma, foi possível visualizar que a composição dos elos engloba atividades nas quais as mulheres desempenham um papel crucial, não só porque realizam a atividade em si (por exemplo, administração, transporte, processamento, comercialização, armazenamento, desembarque, preparação de suprimentos), mas também porque as atividades complementares (por exemplo, geração de ciência cidadã, prestação de serviços, apoio à família) desempenham um papel importante na consecução dos objetivos de conservação de recursos e pesca sustentável.

  1. Criar oficinas participativas com pessoas de diferentes ocupações, idade, gênero e posição social, com conhecimento sobre a pesca.
  2. Realizar uma reflexão aprofundada e um diagnóstico de como tem sido a participação das mulheres na pesca e na comunidade.
  3. Mapear a composição de gênero da rede de valor em cada estágio (pré-produção, produção, pós-produção e atividades complementares à produção), incluindo trabalho direto, indireto, remunerado e não remunerado.
  1. Um ambiente inclusivo requer uma compreensão da pesca como um sistema, levando em conta normas e valores sociais, as funções desempenhadas em cada estágio da rede de valor e o trabalho remunerado e não remunerado.
  2. Reconhecer que as divisões culturais e de gênero ao longo da história da pesca têm impedido que as mulheres tenham voz e voto nas organizações de pesca, o que as mantém fora dos cargos de liderança.
  3. Enfatizar como a igualdade de gênero contribui para os projetos de melhoria da pesca e para a sustentabilidade da pesca aumenta a probabilidade de que as comunidades pesqueiras adotem uma perspectiva de gênero em seus projetos.
  4. As mulheres têm uma contribuição maior nos vínculos pré e pós-produção, bem como em atividades complementares (por exemplo, monitoramento biológico), fornecendo informações disponíveis para as decisões de gerenciamento de recursos.
Monitoramento da pesca comunitária para uma tomada de decisão sólida e sustentável

A pesca em pequena escala enfrenta vários desafios, sendo que um dos maiores e mais importantes é a coleta de informações sobre a pesca. Particularmente, as lacunas de informações sobre a pesca se refletem na escassez de conhecimento sobre o estado do recurso, os efeitos da pesca no ecossistema e a falta de conformidade com as regulamentações existentes. Isso, por sua vez, dificulta o estabelecimento de uma linha de base sólida que explique a situação atual da pesca e a maneira de melhorar seu gerenciamento e, em alguns casos, evitar seu colapso. Nos últimos dois anos, dados quantitativos e qualitativos foram gerados e compartilhados entre a comunidade pesqueira, o governo, a academia e as organizações da sociedade civil por meio do monitoramento da pesca da lagosta espinhosa no Caribe. Isso permite que sejam feitas inferências sobre a saúde e o status da população da espécie, os efeitos da colheita no ecossistema e a conformidade com as regulamentações nacionais e regionais, implementando a cogestão com base nas melhores informações disponíveis. Isso representa a base para a implementação de um projeto de melhoria da pesca.

  1. Envolver a comunidade na coleta de informações sobre o recurso, bem como incentivar seu comprometimento.
  2. Treine a comunidade na coleta correta de dados biológicos e de pesca por meio de registros de pesca.
  3. Criar alianças entre comunidades, instituições acadêmicas e instituições governamentais de pesquisa.
  4. Criar um diário de pesca de acordo com as necessidades da pesca, integrando no processo a participação de órgãos acadêmicos e governamentais, bem como das próprias comunidades.
  1. Garantir o projeto e a implementação do monitoramento da pesca de forma contínua pelos pescadores e pescadoras permite o estabelecimento de uma linha de base robusta de informações sobre a pesca.
  2. O compartilhamento das informações geradas pela comunidade pesqueira com o setor governamental e a academia permitiu que elas fossem devidamente analisadas e usadas para gerar estratégias de gerenciamento em nível local, por exemplo, aumentando o tamanho mínimo de captura em 5 cm.
  3. O treinamento de pescadores e pescadoras sobre a importância e a necessidade de ter informações sobre capturas, espécies, equipamentos de pesca utilizados, despesas geradas durante o dia de pesca, etc., nos permitiu desenvolver a governança sobre os recursos pesqueiros e seu ambiente.
Modelagem do ecossistema com poucos dados

Por sua natureza, as pescarias de pequena escala geralmente têm dados limitados, pouco sistematizados e de curta duração. Essa escassez de informações representa um desafio para entender, por exemplo, a interação que o equipamento de pesca tem com o ecossistema e seu impacto no habitat; essas informações são fundamentais para a implementação de um projeto de melhoria da pesca. Em todo o mundo, foram desenvolvidas diferentes metodologias para gerar informações sobre os impactos da pesca no ecossistema; uma delas é a modelagem baseada no programa Ecopath com o Ecosim.
A organização civil COBI utilizou essa ferramenta, incluindo informações geradas pelos pescadores e pescadoras de nossa comunidade (Punta Allen) por meio de registros de pesca, bem como informações biológicas e ecológicas sobre as espécies que habitam as zonas de pesca. Além disso, para fortalecer o modelo, o conhecimento ecológico tradicional de nossa comunidade foi integrado por meio da aplicação de entrevistas, das quais foram obtidas informações relevantes sobre a dieta das espécies, sua distribuição geográfica, época de reprodução etc.

  1. O fato de que os pescadores e as pescadoras estão gerando informações sobre a pesca por meio do monitoramento da pesca.
  2. É importante integrar o conhecimento tradicional de pescadores e pescadoras, pois eles possuem uma grande quantidade de informações importantes sobre seu ambiente natural e suas espécies.
  3. Os resultados devem ser compartilhados com as pessoas da comunidade pesqueira, para que elas valorizem e se apropriem de seu conhecimento.
  1. O processo para obter os resultados da modelagem (pelo Ecopath com o Ecosim) pode levar cerca de seis meses, pois é necessário buscar informações, entrevistar pessoas da comunidade, analisar as informações e criar os modelos.
  2. É importante socializar com os pescadores e as pescadoras a importância e os benefícios de conhecer os efeitos da pesca no ecossistema e informá-los sobre como seu conhecimento tradicional é integrado para obter informações mais robustas para o gerenciamento do ecossistema.
  3. As entrevistas realizadas com os pescadores para registrar seu conhecimento tradicional foram longas (aproximadamente 40 minutos), o que às vezes levou a uma perda de interesse por parte do entrevistado. Além disso, com relação ao tempo necessário para realizar cada entrevista, a disponibilidade para entrevistar mais membros poderia ser limitada.
Cogestão na pesca sustentável da lagosta do Caribe na Bahia Asención, México

Reconheceu-se que os esforços coletivos e/ou grupos bem organizados com uma visão comum e objetivos alinhados alcançam maiores benefícios. Esse mesmo princípio tem sido usado para promover a sustentabilidade na pesca, com o acréscimo da participação multissetorial como eixo central; assim, temos um grupo integrado de diferentes setores na região trabalhando juntos para ter uma pesca sustentável em toda a rede de valor. Na pesca da lagosta, um grande grupo de pescadores e pescadoras formou fortes alianças com instituições de pesquisa (ECOSUR, Cinvestav, UNAM, SISIERRA, Universidad Marista), organizações civis (COBI), governo (INAPESCA, CONAPESCA e Reserva de la Biósfera de Sian Ka'an) e a FAO para implementar várias melhorias na pesca da lagosta.FAO para implementar várias melhorias na pesca (monitoramento da pesca, definição de pontos de referência de limite para a pesca, estabelecimento participativo de tamanho mínimo, trocas entre cooperativas e comerciantes, geração de fundos de poupança) e, assim, tomar melhores decisões. Essas relações de colaboração foram formalizadas por meio de vários acordos e/ou convenções que permitiram o relacionamento entre as instituições e as organizações de pesca de acordo com as necessidades de mudança da pesca.

  1. A integração de todos os setores que possam estar envolvidos na pesca; não deixar ninguém de fora garante o caminho para a sustentabilidade.
  2. A transparência sobre os objetivos e interesses de cada setor cria parcerias mais sólidas e duradouras para uma colaboração contínua.
  3. Organização entre pescadores, instituições acadêmicas, órgãos governamentais e OSCs, pois a lagosta no Caribe é um recurso de alto valor econômico que está inserido em uma complexa rede de partes interessadas.
  1. É necessário identificar as áreas de oportunidade para a pesca encontradas na avaliação padrão do MSC e gerar conjuntamente um plano de ação, no qual cada um dos atores envolvidos possa se envolver devido aos seus interesses comuns.
  2. O acompanhamento rigoroso do progresso do plano de ação e dos acordos estabelecidos com todos os setores envolvidos (organizações de pesca, órgãos governamentais, instituições acadêmicas, OSCs) fortalece a credibilidade do projeto e gera confiança para a realização de objetivos comuns.
  3. Monitorar constantemente as necessidades identificadas pelos pescadores e pescadoras com relação aos aspectos sociais e financeiros, gerenciais e ambientais da pesca para enfrentar os desafios em tempo hábil.
  4. Ter uma governança forte dentro e fora da organização pesqueira melhora o conhecimento sobre os benefícios para a pesca e a tomada de decisões (por exemplo, regras internas, processo de sanção por não conformidade com regras, leis e/ou acordos de assembleia).
Capacidade institucional (e financeira) para a cogestão de uma MPA

O Toledo Institute for Development and Environment foi criado em 1997 por comunidades locais no sul de Belize para combater a pesca ilegal e a captura do peixe-boi das Índias Ocidentais. A organização tem como objetivo fortalecer o gerenciamento de recursos naturais e a administração comunitária na paisagem de Toledo e na paisagem marinha, apoiando a biodiversidade e as comunidades e, ao mesmo tempo, contribuindo para as metas nacionais de desenvolvimento sustentável.

Ao longo dos anos, o TIDE gerenciou com sucesso três áreas protegidas, incluindo a Reserva Marinha de Port Honduras. O TIDE tem demonstrado continuamente sua capacidade de gerenciar áreas protegidas de forma eficaz e, em outubro de 2022, seu conhecimento institucional permitiu que a ONG adicionasse a Cayman Crown ao seu portfólio como sua quarta área cogerenciada no sul de Belize.

  • A TIDE tem mais de 20 anos de experiência no cogerenciamento de áreas protegidas, incluindo a Reserva Marinha de Port Honduras.

  • A ONG tem um histórico comprovado de sucesso na captação de recursos para a gestão de áreas protegidas. Por exemplo, o TIDE havia garantido o financiamento de uma equipe de fiscalização para supervisionar a gestão da Cayman Crown antes de obter a cogestão.

  • Infraestrutura adequada na estação de campo para abrigar a equipe de fiscalização e atender às necessidades de subsistência. Isso também demonstrou o compromisso do TIDE com o MBECA para o gerenciamento de longo prazo do local.

A experiência comprovada e o conhecimento institucional no campo facilitaram que o TIDE chegasse a um acordo com os órgãos governamentais relevantes para o cogerenciamento da Cayman Crown. Da mesma forma, ter financiamento disponível para implementar as atividades.

Fortalecimento de parcerias para aprimorar o gerenciamento

Uma mudança na administração do governo em novembro de 2020 trouxe o estabelecimento do Ministério da Economia Azul e da Aviação Civil e uma mudança na Estrutura Nacional de Co-Gestão para Áreas Marinhas Protegidas. A criação da estrutura está em andamento desde 2020 e atrasou a aplicação do TIDE como co-gestor da Reserva Marinha Sapodilla Cayes. Com compromissos de financiamento para conduzir a fiscalização na reserva, a designação atrasada do TIDE como cogestor da MPA significou um atraso no gerenciamento eficaz do recife da Coroa de Cayman.

Com um prazo limitado para a implementação, o TIDE, a MBECA e o BFD assinaram um memorando de entendimento (MOU) para que o TIDE co-gerencie a Cayman Crown e dois locais de FSA estabelecidos na SCMR. Isso exigiu comunicação contínua entre as entidades, o que resultou em um acordo mútuo válido por um ano. A implementação da Estrutura Nacional de Co-Gestão está prevista para 2023. Nesse ínterim, a Cayman Crown, um recife de alta biodiversidade localizado entre as fronteiras marítimas de Belize e Guatemala, está sendo gerenciada com eficácia por meio do fortalecimento de parcerias.

  • Disposição do Ministério da Economia Azul e da Aviação Civil, do Departamento de Pesca de Belize e do TIDE para chegar a um acordo de cogestão da Coroa de Cayman.

  • Comunicação contínua entre todas as entidades envolvidas durante o processo, especialmente no desenvolvimento do memorando de entendimento.

A comunicação contínua e aberta com as autoridades governamentais é necessária para melhorar a colaboração e a realização de objetivos comuns, especialmente para a conservação dos recursos naturais.

Meio de vida alternativo e sustentável

Para gerenciar os parques de forma sustentável, o acesso aos recursos tradicionais é frequentemente restringido ou alterado. Esses impactos devem ser reduzidos, pois os residentes locais e os usuários de recursos devem se beneficiar direta ou indiretamente da MPA e ser totalmente incluídos na solução. Para afastar as partes interessadas locais da superexploração contínua de seus mangues e recursos pesqueiros, foi criado o desenvolvimento de uma alternativa ambientalmente correta e sustentável para a geração de receita. A apicultura foi escolhida para demonstrar que é possível gerar renda a partir de mangues e outras plantas sem destruí-los e sem perder seus benefícios ecológicos. Essa atividade fortaleceu as duas associações de pescadores e demonstrou que elas podem cooperar para executar atividades fora de suas operações "normais", e que os membros têm a ganhar com isso.

  • Fortalecimento da cooperativa de apicultura existente
  • Treinamento dos beneficiários em técnicas de colheita de mel e gerenciamento de negócios
  • As mulheres (esposas dos pescadores) eram mais engajadas do que os próprios pescadores, que passavam longas horas no mar.
Educação ambiental e divulgação

Um componente importante da conservação da área marinha protegida é a educação pública, a comunicação e o aumento da conscientização sobre o valor e a vulnerabilidade do ecossistema marinho. As atividades de capacitação eram extremamente necessárias e o projeto proporcionou essa oportunidade às partes interessadas, incluindo estudantes universitários, funcionários do governo local e funcionários do FoProBiM. Todos ficaram felizes em sair de casa e ter experiências reais de campo, o que fez com que as aulas, tanto em sala de aula quanto, principalmente, em campo, fossem extremamente bem aceitas. Essa foi a primeira atividade de "grande escala" que o FoProBiM ofereceu a muitos setores, permitindo que eles se conhecessem, aprendessem juntos e criassem novos contatos benéficos. O FoProBiM já realizou atividades menores e mais direcionadas semelhantes a essa no passado. Como as operações de gerenciamento das 3-Bays continuam a crescer, essa capacidade adicional será crucial para todos os grupos de partes interessadas.

  • As atividades de extensão devem ser integradas em um programa
  • Treinamento de instrutores; treinar membros da comunidade para realizar atividades
  • Engajamento das partes interessadas
  • A participação de estudantes universitários é fundamental.
  • As atividades realizadas nas comunidades são mais eficazes
Monitoramento e capacitação de IGAs

Isso corresponde à fase de individualização dos IGAs. Cada membro, depois de identificar a atividade que lhe corresponde, se separa do grupo e se estabelece por conta própria. O monitoramento e a avaliação local dos IGAs desenvolvidos por essas comunidades são realizados com o objetivo de aprimorar o conhecimento dos membros sobre suas respectivas atividades e minimizar as perdas de produção.

De modo geral, isso nos permitiu identificar todas as deficiências que não haviam sido observadas durante a fase de implementação:

- Comunicação sobre o andamento das atividades

- Proximidade dos mercados e das principais cidades para permitir a venda das safras

- Otimização do rendimento das plantações de pepino

Isso incluía, em termos gerais

- Permitir que as comunidades escolham com quem gostariam de trabalhar em pares.

- A transferência de experiência de outros membros de aldeias vizinhas sobre como monitorar uma IGA.