Estrutura e metodologias de avaliação do TEEBAgriFood

O Quadro de Avaliação do TEEBAgriFood responde à pergunta: O que devemos avaliar sobre os sistemas alimentares? E as metodologias do TEEBAgriFood respondem à pergunta: Como devemos fazer essas avaliações? O TEEBAgriFood ilustra cinco famílias de aplicações para comparar: (a) diferentes cenários de políticas; (b) diferentes tipologias agrícolas; (c) diferentes produtos alimentícios e bebidas; (d) diferentes dietas/pratos alimentícios; e (e) contas nacionais ou setoriais ajustadas versus convencionais.

O TEEBAgriFood fornece dez exemplos que mostram como aplicar essa estrutura e metodologias para vários tipos de avaliações. Um deles é, por exemplo, um estudo na Nova Zelândia de 15 campos convencionais e 14 orgânicos que avaliaram 12 serviços de ecossistema e descobriram que tanto as culturas quanto outros serviços de ecossistema eram mais elevados nos campos orgânicos.

A estrutura de avaliação do TEEBAgriFood fornece uma estrutura e uma visão geral do que deve ser incluído na análise. Entretanto, os métodos de avaliação dependem dos valores a serem avaliados, da disponibilidade de dados e do objetivo da análise. O ideal é que se possa dizer com alguma confiança quais são as externalidades associadas a cada euro ou dólar gasto em um determinado tipo de alimento, produzido, distribuído e descartado de uma determinada maneira. A aplicação da estrutura requer uma abordagem interdisciplinar, em que todas as partes interessadas relevantes, inclusive os formuladores de políticas, as empresas e os cidadãos, entendam e identifiquem as perguntas que devem ser respondidas por um exercício de avaliação. Portanto, o envolvimento das partes interessadas em todos os setores é fundamental para a aplicação eficaz do TEEBAgriFood em contextos específicos e arenas de políticas.

Potencial como modelo transferível

O AGRUPAR poderia muito bem servir de modelo para outras cidades e formar a base para uma política nacional de produção local.

O CONQUITO favoreceu visitas de observação e trocas de experiências, bem como a transferência de metodologias, inclusive entre ministérios e ONGs, por exemplo, o Ministério da Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Pesca e o Corpo da Paz.

Desde 2015, a AGRUPAR contribuiu tanto para o Projeto de Sistemas Alimentares da Região da Cidade da FAO quanto para a Fundação RUAF, que avaliou o sistema alimentar de Quito. Como resultado, a equipe da AGRUPAR decidiu trabalhar em prol de uma política alimentar para a cidade em um sentido mais sistêmico, no qual a agricultura urbana é uma atividade estratégica.

  • Compromisso do município em continuar e investir no programa a longo prazo
  • Uma ótima equipe
  • A adesão do CONQUITO

Em seus 16 anos de existência, a AGRUPAR alcançou resultados impressionantes. Esses resultados ajudaram a torná-la um exemplo internacionalmente conhecido de agricultura participativa urbana exemplar e servem agora como referência para todos os outros que seguem seu caminho.

Promoção do consumo de alimentos, dietas saudáveis e nutrição por meio de biofeiras e educação

Por meio das biofeiras e de outras atividades, o AGRUPAR promove dietas saudáveis e a sustentabilidade. O Programa criou 17 biofeiras onde são oferecidos 105 tipos de alimentos. Por meio delas, 25% dos produtos são comercializados, por cerca de US$ 350.000 por ano.

  • Desde 2007, um total de 6.663 feiras biológicas foram organizadas.
  • Todos os produtos são orgânicos.

Cerca de 170.000 consumidores compareceram às biofeiras e foram sensibilizados sobre dietas saudáveis e nutrição. As pesquisas identificaram um aumento da diversidade alimentar entre os produtores e suas famílias.

Fornecimento e distribuição de alimentos

Os alimentos são vendidos em mercados de produtos orgânicos - as bioferias - localizados em bairros de baixa renda e zonas periurbanas, bem como em partes mais abastadas da cidade. Além disso, a District Trade Coordination Agency começou a considerar a comercialização em larga escala de alimentos agroecológicos e orgânicos por meio de seus mercados e abriu um primeiro mercado desse tipo, inclusive para agricultores apoiados pela AGRUPAR. Para ajudar os produtores a atender aos padrões de qualidade e segurança alimentar, a AGRUPAR introduziu tecnologias de processamento aprimoradas e o uso de contêineres, embalagens e rótulos. A AGRUPAR está registrada como produtora e comerciante de produtos orgânicos em nível nacional, o que lhe permite compartilhar o custo da certificação de produtos com os produtores participantes.

Além das biofeiras, redes de agricultores também são formadas para entregar cestas de produtos orgânicos diretamente aos produtores e a hotéis ou restaurantes que vendem alimentos tradicionais. A AGRUPAR está registrada como produtora e comerciante de produtos orgânicos em nível nacional e compartilha o custo da certificação do produto com os produtores.

  • Para garantir a qualidade da produção, as biofeiras só estão abertas a produtores que tenham seguido o Programa.
  • Além das biofeiras, foram formadas redes de agricultores para fornecer produtos orgânicos diretamente a empresas locais de processamento de alimentos e a hotéis e restaurantes.
  • Para garantir a maior disponibilidade e o maior consumo possível de alimentos orgânicos, as biofeiras
    estão localizadas em bairros de baixa renda e zonas periurbanas.

Atualmente, os participantes do AGRUPAR produzem anualmente mais de 960.000 kg de produtos alimentícios. Quase metade da produção (47%) é usada para consumo doméstico, fortalecendo a segurança alimentar e diversificando as dietas dos 12.000 agricultores urbanos participantes e suas famílias, enquanto a outra metade é comercializada. O Programa criou 17 biofeiras onde são oferecidos 105 tipos de alimentos. Por meio delas, 25% dos produtos são comercializados, por cerca de US$ 350.000 por ano. Desde 2007, um total de 6.663 biofeiras foram organizadas e todos os produtos são orgânicos. Tanto a certificação orgânica formal para pomares com possibilidade de comercialização (desde 2007) quanto o sistema de controle interno (SIC, desde 2013) são usados. A partir de 2010, o Programa criou cinco associações de produtores e, portanto, gerou melhores oportunidades para a comercialização de produtos.

Apoio à produção local orientada para o mercado na região da DMQ

Quando os produtores alcançam a segurança alimentar da família, a AGRUPAR os incentiva a formar microempresas e os treina em planejamento de negócios, marketing e contabilidade. As microempresas não se dedicam apenas à produção de vegetais, frutas, pequenos animais, peixes e plantas ornamentais, mas também ao processamento de geleias, biscoitos, iogurte, queijo, bebidas e lanches tradicionais, além de fornecerem produtos para empresas locais de processamento de alimentos ou para restaurantes.

  • A AGRUPAR oferece treinamento em habilidades relacionadas ao empreendedorismo.
  • Os produtores que não têm o capital necessário são apoiados por sociedades de investimento de base, em que cada membro contribui com US$ 10 a 20.

Além de fortalecer a segurança alimentar, o AGRUPAR melhora a renda dos grupos vulneráveis. Metade dos participantes gera renda e emprego. Cerca de 177 iniciaram empreendimentos, dos quais 104 estão formalizados. Em média, sua renda é de US$ 3.100 por ano e, desde 2016, eles criaram 337 empregos. Em média, os produtores se beneficiam de uma renda adicional de US$ 175 por mês. A economia total é mais de três vezes superior ao valor do vale de desenvolvimento humano do governo (US$ 50 por mês). No entanto, a maioria dos 480 participantes pesquisados em 2010 disse que, para eles, o aumento da qualidade de vida, a melhoria da nutrição e da saúde e a capacitação pessoal eram ainda mais importantes. Vale ressaltar que o AGRUPAR tem grande aceitação entre seus beneficiários (mais de 91%).

Apoio a hortas urbanas, comunitárias e institucionais para consumo doméstico e venda de sobras

As pessoas são treinadas em produção orgânica, habilidades de gerenciamento, nutrição, processamento e comercialização de alimentos. A AGRUPAR fornece aos produtores sementes, mudas, aves, porquinhos-da-índia, abelhas, insumos e equipamentos. Apoia hortas comunitárias, hortas familiares e hortas em escolas e outras instituições, bem como pequenas unidades de produção de gado. Também promove a agricultura vertical. As hortas comunitárias são estabelecidas em terras comunitárias ou em terras que o município aluga por um preço mínimo aos produtores e recebem uma certificação orgânica da AGRUPAR, enquanto as hortas familiares são estabelecidas em terras de propriedade individual. Deve-se observar que a AGRUPAR não fornece títulos oficiais de terra. Em 2018, a AGRUPAR tinha planos de abrir mais 200 hortas.

  • A AGRUPAR fornece treinamento e insumos
  • A AGRUPAR providencia terras comunitárias ou terras alugadas pelo município

Nem todos os pomares exigem uma certificação orgânica oficial, por exemplo, os pomares destinados ao autocuidado familiar não exigem esse processo. Por esse motivo, o projeto implementou um sistema de controle interno (SIC, que é muito semelhante a um sistema de garantias participativas) para todos os pomares (certificados ou não) a fim de garantir a conformidade com as normas de produção orgânica do Equador.

Vinculação da estratégia de conversão com a eliminação gradual de insumos sintéticos

Um dos componentes mais fortes do plano foi associar a estratégia de conversão à eliminação gradual dos insumos sintéticos. A partir de 2005, o governo decidiu parar de receber sua cota de fertilizantes químicos do governo da Índia e começou a reduzir gradualmente os subsídios aos fertilizantes químicos e pesticidas a uma taxa de 10% ao ano para torná-los mais caros e desestimular sua compra. Dessa forma, os subsídios foram eliminados gradualmente até 2007-2008. Outra medida foi começar a fechar todos os pontos de venda e outros estabelecimentos que forneciam insumos sintéticos aos agricultores. O governo estadual também começou a restringir a importação de insumos sintéticos e, finalmente, em 2014, foi aprovada a Lei de Regulamentação de Insumos Agrícolas, Hortifrutigranjeiros e Ração para Gado de Sikkim, que proíbe a importação de quaisquer insumos químicos para a agricultura e horticultura e, portanto, constitui uma proibição total da venda e do uso de pesticidas químicos no estado.

Durante o período entre 2010 e 2014, o governo destinou um orçamento de 6,75 milhões de euros para apoiar a implementação da Missão Orgânica. Recentemente, a Organic Mission também recebeu apoio de esquemas do governo central, como a National Mission for Sustainable Agriculture (NMSA).

  • O governo estadual demonstrou forte vontade política e consistência de políticas, além de metas e planos de implementação bem definidos, que podem ser adotados por outros estados.
  • A estratégia do governo estadual de eliminar gradualmente os fertilizantes químicos foi implementada de forma gradual, mas firme. Foi uma decisão ousada, apoiada por medidas substanciais para criar alternativas sustentáveis reais.

Desde a introdução da política, o governo regional e a população em geral têm envidado esforços resolutos para interromper o uso de produtos químicos nos campos e converter todas as terras agrícolas nacionais em práticas orgânicas. As medidas incluem a implementação de bio-vilas, onde os agricultores são treinados em práticas agrícolas orgânicas e na produção de insumos orgânicos na fazenda, como compostagem, fertilizantes orgânicos e pesticidas orgânicos, usando materiais vegetais disponíveis localmente e urina de vaca. Os requisitos obrigatórios foram combinados com apoio e incentivos e, ao oferecer alternativas sustentáveis, a implementação da estratégia de Sikkim foi bem-sucedida.

Pilotar a agricultura orgânica e lançar a Missão Orgânica de Sikkim

Entre 2003 e 2010, foram lançados vários programas-piloto de apoio à agricultura orgânica, incluindo a implementação de bio-vilas, onde os agricultores foram treinados em práticas de agricultura orgânica e na produção de insumos orgânicos, como compostagem, fertilizantes orgânicos e pesticidas orgânicos, usando plantas locais e urina de vaca. Durante esse período, o governo também investiu substancialmente na construção de fossas de vermicompostagem. Até 2009, mais de 100 vilarejos haviam se beneficiado desses programas, atingindo 10.000 agricultores em todos os quatro distritos do estado.

No âmbito da Missão Orgânica de Sikkim, lançada em 2010, foram implementadas várias ações adicionais para apoiar a agricultura orgânica, incluindo capacitação, produção de sementes orgânicas e material de plantio, criação de um laboratório de testes de sementes e solo, operação de uma loja de varejo da Sikkim Organic em Nova Délhi, inclusão da agricultura orgânica nos currículos escolares, conversão das duas fazendas do governo estadual em Nazitam e Mellidara, que se tornaram Centros Orgânicos de Excelência para a realização de demonstrações e testes de agricultura orgânica, e o lançamento de três escolas de subsistência como centros de treinamento para jovens desempregados.

As atividades voltadas para o fornecimento de sementes orgânicas de qualidade aos agricultores incluíram o fortalecimento das instalações de teste e processamento do laboratório de sementes e o desenvolvimento de uma série de projetos locais de desenvolvimento de sementes orgânicas, como a contratação de produtores de sementes, a compra e distribuição pelo governo e o estabelecimento de estufas automatizadas para a produção de mudas orgânicas de qualidade.

Em 2016, um Instituto Nacional de Pesquisa em Agricultura Orgânica (NOFRI) foi estabelecido em Gangtok. O Instituto promove a pesquisa e a educação sobre agricultura orgânica e fornece pesquisa e apoio tecnológico aos sistemas de produção orgânica, não apenas para Sikkim, mas para toda a região de North East Hills da Índia.

A certificação também tem sido uma parte essencial do programa. Oitenta por cento do orçamento entre 2010 e 2014 foi usado para desenvolver a capacidade dos agricultores, dos prestadores de serviços rurais e dos órgãos de certificação em práticas, requisitos e inspeções de agricultura orgânica e para apoiar os agricultores na obtenção da certificação, principalmente por meio do Sistema de Controle Interno.

Bernward Geier
Desenvolvimento de uma visão e de um roteiro claro rumo a 100% orgânico
Pilotar a agricultura orgânica e lançar a Missão Orgânica de Sikkim
Vinculação da estratégia de conversão com a eliminação gradual de insumos sintéticos
Potencial como modelo transferível
Frugal Rehabilitation Demonstration (FRD): desenvolvimento e adaptação da metodologia (FRM) por meio de pesquisa-ação

Depois que os locais de demonstração são selecionados, os grupos ASM locais recebem treinamento e são contratados para implementar a FRM em seis etapas:

  1. Preparação e planejamento: avaliações de degradação, de limites, hidrológicas e de equipamentos; mão de obra, estimativas de volume; gestão de resíduos; normas OHS
  2. Reabilitação técnica: preenchimento, regraduação e reperfilamento; uso de mecanização limitada
  3. Topsoils: identificação, conservação e redistribuição entre os locais
  4. Reabilitação biológica: enriquecimento da camada superficial do solo; avaliações de regeneração natural; identificação de comunidades de vegetação nativa e importantes; coleta de sementes; distribuição de sementes e fertilizantes naturais na camada superficial do solo; plantio de árvores, arbustos e grama
  5. Hierarquia de mitigação: integração do planejamento da reabilitação ao projeto e às operações ativas da MAPE, de modo a reduzir os impactos ambientais primários e os esforços desnecessários de reabilitação.
  6. Entrega do local de reabilitação concluído às administrações governamentais relevantes para aprovação/assinatura
  • Permissão do governo nacional e local para implementar projetos de Demonstração de Reabilitação Econômica.
  • Recursos para financiar o esforço de trabalho de demonstração e a aplicação técnica da metodologia no local.
  • Capacidade e disposição da ASM para receber treinamento e implementar a metodologia no local.
  • Aplicação bem-sucedida do FRM: todos os principais requisitos físicos e ecológicos para uma reabilitação bem-sucedida estão (com poucas exceções) disponíveis em uma proximidade razoável do local. Eles só precisam ser identificados e adaptados ao contexto.
  • A reabilitação de habitat direcionada a comunidades de vegetação nativa pode ser bem-sucedida sem o uso de espécies não nativas.
  • A identificação e a recuperação do solo superficial são essenciais para o sucesso.
  • A reabilitação biológica funciona bem em conjunto com o banco de sementes do solo superficial para estabelecer um caminho para a recuperação ecológica.
  • Abordagens mecanizadas de baixo nível para o levantamento pesado de material no preenchimento topográfico podem ser eficazes, mas não se recomenda a dependência da mecanização nos estágios posteriores da reabilitação. O uso excessivo de maquinário nessas últimas fases pode resultar na redução da capacidade de recuperação biológica.
  • A FRM pode ser aplicada em áreas abandonadas, onde as reservas minerais estão esgotadas, e também pode ser integrada às operações atuais de ASM para reduzir os esforços de reabilitação.
  • A entrega e a aprovação das autoridades locais são fundamentais para garantir o compromisso contínuo.