Para desenvolver um ambiente favorável ao estabelecimento de uma instituição indígena responsável pela administração do Parque Nacional, foi necessário desenvolver vários instrumentos jurídicos, administrativos e financeiros. Esse processo de institucionalização exigiu o estudo de referências e a geração de uma estrutura regulatória e representativa para as operações da nova entidade de gestão. Essa estrutura baseia-se em um diálogo com instituições governamentais para implementar a transferência administrativa e o estabelecimento de instrumentos legais que ratifiquem a nova entidade administrativa. As etapas mais importantes desse processo foram:
- Consulta indígena em outubro de 2015, de acordo com a Convenção 169 da OIT.
- Criação de estatutos para a Comunidade Indígena Ma'u Henua, estabelecendo sua estrutura, operação, composição e Honui (representantes do clã).
- Plano operacional no qual a CONAF e Ma'u Henua gerenciaram o parque juntos entre 2016-2017.
- Estrutura que poderia regular os processos internos de auditorias econômicas e contas de gestão pública, a fim de contribuir para uma gestão transparente.
- Promulgação de um decreto do Ministério do Patrimônio Nacional que concedeu a administração do território do parque à comunidade indígena.
A Lei Indígena (Lei 19.253, 1993) criou, junto com o conceito de Comunidades Indígenas, a Comissão para o Desenvolvimento da Ilha de Páscoa, onde representantes do povo Rapa Nui dialogavam com representantes do Governo do Chile. Essa autoridade permitiu o progresso da vontade política e a geração de confiança, alcançando, entre outros temas, a transferência da administração do patrimônio Rapa Nui para a comunidade local.
(1) O conselho de administração é eleito por um período de 4 anos. Recentemente, uma nova diretoria foi eleita. A transferência permitirá a reestruturação com base nas lições aprendidas na primeira administração, permitindo o estabelecimento de prioridades para melhorar a gestão, o envolvimento da comunidade e os protocolos de segurança da COVID-19.
(2) A administração liderada por Ma'u Henua fez progressos significativos no empoderamento local e na gestão do patrimônio cultural, mas o processo não ficou imune a vários conflitos internos e com o governo do Chile, como parte de uma transição.
(3) A transferência da administração estatal para a Ma'u Henua não foi fácil, devido a fatores políticos, sociais e culturais. Entretanto, houve um progresso significativo na organização e no gerenciamento do Parque Nacional. Isso precisa ser analisado em profundidade para construir as bases para novas relações e propostas de gerenciamento pelo novo conselho.
(4) Necessidade de desenvolver um plano de gestão para o Patrimônio Mundial com um enfoque integral, incluindo pontos de vista de outras organizações locais, nacionais e internacionais.