ORIENTADA PARA O MERCADO

O principal diferencial dos produtos de ecoturismo da MEET é que eles se baseiam em áreas protegidas do Mediterrâneo e as apresentam. Isso é integrado às comunidades locais e aos prestadores de serviços locais, criando assim um produto de nicho de mercado exclusivo no Mediterrâneo que apoia a conservação. Com base no que diferencia seus produtos de outros no mercado, a MEET está construindo uma marca forte com valor de mercado incorporado para operadoras de turismo de entrada e saída, bem como para organizações de gerenciamento de destinos.

A Rede MEET está atualmente trabalhando para desenvolver um treinamento on-line sobre o componente de marketing e comercialização da abordagem MEET, para que as partes interessadas em todo o Mediterrâneo possam adotar sua metodologia. Enquanto isso, o Manual MEET contém informações sobre esse elemento.

  • A perspectiva das partes interessadas do setor privado deve ser incluída desde o início em todas as etapas do desenvolvimento;

  • Definir planos de negócios claros após o projeto, incluindo promoção e vendas.

BB5. Banco de dados espacial e preenchimento de lacunas de dados

A base de dados espacial elaborada para o arquipélago dos Açores baseou-se essencialmente na compilação de informações cartográficas já existentes e disponíveis. Isso se deveu ao período de tempo limitado para a implementação do projeto MarSP e à necessidade de validação das informações pelas entidades/autoridades competentes, no caso da elaboração de nova cartografia. Assim, as novas informações coletadas foram compostas por informações produzidas durante o processo participativo. O processo participativo, com a consequente produção de informações cartográficas, baseou-se em duas etapas distintas: (i) desenvolvimento de entrevistas individuais, com os principais atores representantes de cada um dos setores de atividades marítimas identificados para os Açores e (ii) workshops para discussão e/ou validação dos resultados preliminares obtidos durante a pesquisa e as entrevistas setoriais realizadas, e para acréscimo de mais informações (durante o 3º workshop de stakeholders). Para coletar os dados nas entrevistas realizadas, foi utilizada uma solução baseada na web (SeaSketch). Essa solução reúne ferramentas poderosas para capacitar e aprimorar o processo de MSP.

  • As entrevistas presenciais permitem uma melhor participação e coleta de dados.
  • Os workshops permitem o esclarecimento de dúvidas, a alteração de dados e a coleta de novos dados.
  • O uso de uma ferramenta baseada na web (SeaSketch) facilita a coleta de informações espaciais durante as entrevistas.
  • As entrevistas consomem muito tempo.
  • O preenchimento de lacunas de conhecimento exige um grande esforço.
  • Necessidade de tempo para validar informações/dados pelas entidades competentes, no caso da elaboração de uma nova cartografia.
BB4. Análise setorial e briefings

Para entender a situação atual e potencial dos usos e atividades marítimas nos Açores, foi elaborada uma análise setorial abrangente, incluindo nove setores. Para cada setor marítimo identificado na região, foi feito um resumo do setor. Cada briefing de setor inclui informações relacionadas à sua caracterização, ao quadro jurídico relevante, à distribuição espacial atual e potencial, a uma análise SWOT, a uma análise das interações (com outros setores, com o meio ambiente e com as interações terra-mar), bem como a uma análise das pressões resultantes de diferentes fatores de mudança (por exemplo, mudanças climáticas, mudanças demográficas e políticas de crescimento azul). Esse trabalho envolveu uma extensa coleta de informações, tanto por meio de revisão da literatura quanto por meio de informações coletadas das partes interessadas durante o processo de engajamento.

  • As análises setoriais são essenciais para entender o cenário atual.
  • Uma quantidade significativa de informações estava disponível on-line.
  • Disposição de algumas instituições para fornecer dados atualizados.
  • É preciso tempo para desenvolver essa metodologia de forma robusta e consistente.
  • Às vezes, é extremamente difícil obter informações sobre o setor.
  • Algumas instituições não estavam disponíveis para apoiar o processo de coleta de dados.
BB3. Construindo cenários para MSP

O processo de Planejamento Espacial Marítimo planeja em direção a um futuro desejado e a uma visão comum. A visão geralmente é uma integração de várias aspirações de diferentes partes interessadas e setores que dependem da estrutura de governança que os rege. Uma ferramenta como o desenvolvimento de cenários é de grande importância, uma vez que ajuda os tomadores de decisão a visualizar tanto o futuro que pode se desenvolver devido a ações/políticas específicas quanto as ações/políticas necessárias para que um determinado futuro aconteça. Para a região dos Açores, o MarSP adotou um processo de construção de cenários com base em uma combinação de duas abordagens: uma exploratória ("o que pode ser feito?") e uma normativa ("como um objetivo específico será alcançado?").

A metodologia está estruturada em quatro etapas principais (Figura 1):

(i) definição dos objetivos do MSP com base na revisão de políticas e seguindo as contribuições das partes interessadas (BB2);

(ii) identificação dos principais objetivos após consulta com especialistas regionais;

(iii) desenvolvimento de histórias de cenários; e

(iv) balanceamento entre cenários com base no feedback das partes interessadas obtido por meio de ações de engajamento (incluindo, primeiro, (i) uma votação sobre o cenário e, segundo, (ii) uma votação sobre as frases que construíram o enredo dos cenários).

  • Uma metodologia de envolvimento das partes interessadas definida no início do processo, conectando as diferentes etapas ao longo do processo.
  • A existência de uma visão e de objetivos de MSP baseados em um processo participativo permitiu a construção de cenários mais personalizados para a região.
  • Workshops anteriores para o engajamento de especialistas e partes interessadas e o compartilhamento dos resultados definiram o caminho para sua crescente disposição em participar e colaborar.
  • A classificação dos especialistas dos objetivos em temas: ambiental, social e econômico foi a base para a criação de histórias robustas.

Entre os três cenários propostos (um de orientação econômica, um de orientação ambiental e um de orientação social), as partes interessadas votaram no cenário ambiental. No entanto, selecionaram mais frases do cenário econômico, o que sugere que os participantes estão ideologicamente dispostos a proteger o meio ambiente, mas menos dispostos a tomar as medidas necessárias para que esse cenário realmente aconteça.

BB2. Criação de uma visão e de objetivos para a MSP

Definir uma visão e objetivos é uma etapa inicial fundamental em todos os planos espaciais marítimos. No âmbito do projeto MarSP, foi criada uma metodologia para desenvolver os objetivos do MSP. Essa metodologia vinculou os objetivos do MSP aos compromissos políticos estabelecidos por esses arquipélagos nos níveis internacional, da UE, nacional e regional. Ela foi adotada nos Açores após essas fases:

  1. Revisão da política: revisão da política marinha para determinar os objetivos que visam o espaço marítimo. O horendograma da política portuguesa ajudou na seleção das políticas.
  2. Classificação temática dos objetivos por temas e subtemas.
  3. Generalização dos objetivos por subtemas para obter objetivos específicos.
  4. Discussão, priorização e validação de objetivos específicos pelas partes interessadas.
  5. Validação jurídica e verificação cruzada com os documentos de política do PEM para finalizar os objetivos do PEM.

Durante o primeiro workshop de partes interessadas do PEM nos Açores, foi solicitado às partes interessadas que discutissem e validassem os objetivos específicos. Esse também foi o caso da proposta de uma visão regional do PEM, também discutida e validada no workshop das partes interessadas.

  • A validação dos objetivos pelas partes interessadas foi incluída na metodologia desde seu início para garantir a abordagem participativa e a aceitação social.
  • As metodologias precisam ser adequadamente comunicadas para garantir a compreensão dos métodos científicos pelas partes interessadas. Uma breve comunicação sobre a metodologia foi feita antes da participação das partes interessadas.
  • A discussão dos objetivos permitiu a inclusão das contribuições das partes interessadas.
  • As atividades com as partes interessadas precisam de orientação para facilitar uma discussão tranquila e resultados aceitáveis.
  • A revisão de várias políticas marinhas em diferentes níveis geográficos resulta em vários objetivos para o espaço marítimo. Isso pode dificultar a tarefa de alcançar os objetivos do MSP.
  • A análise de todos os compromissos políticos é muito abrangente e exige a priorização das políticas mais significativas. Foram selecionadas as políticas mais significativas em cada escala geográfica.
  • Após as contribuições e a validação das partes interessadas, houve uma fase final de verificação cruzada dos objetivos resultantes com a política do MSP. Isso permitiu tanto a validação legal das contribuições fornecidas pelas partes interessadas quanto a garantia de sua conformidade com as obrigações legais estabelecidas pela política do MSP.
  • Certos objetivos vão além do escopo legal do MSP (por exemplo, alguns objetivos setoriais). Apesar de não estarem incluídos na lista de objetivos do MSP, eles foram considerados no âmbito desta política.
  • A obtenção de objetivos SMART (Specific, Measurable, Achievable, Realistic, Time-bound) exige um compromisso firme na definição do prazo para os objetivos.
BB1. Organização do envolvimento das partes interessadas e da participação pública

O Plano Espacial Marítimo dos Açores foi elaborado em um processo transparente e inclusivo, com o envolvimento ativo de uma ampla gama de partes interessadas. Para tanto, foram elaboradas uma estratégia para o envolvimento das partes interessadas e diretrizes para a participação pública. O envolvimento foi concebido em uma série de três workshops para as partes interessadas, realizados simultaneamente nas três ilhas mais populosas do arquipélago (São Miguel, Terceira e Faial). Os workshops tiveram a mesma estrutura, que combinou a comunicação sobre o progresso do MSP e atividades para discutir, complementar e validar os resultados do projeto. Antes dos workshops, as partes interessadas foram mapeadas usando a técnica de bola de neve. Todas as partes interessadas identificadas foram reunidas no diretório regional de partes interessadas e convidadas a participar dos eventos durante os dois anos do projeto. Atividades complementares, como entrevistas, foram realizadas para preencher importantes lacunas de conhecimento relacionadas a setores marítimos específicos.

  • Planejamento e realização de um processo participativo transparente e inclusivo.
  • Ampla cobertura de todo o arquipélago, permitindo a participação das partes interessadas das nove ilhas.
  • Organização e coordenação oportunas entre os membros da equipe, permitindo a comunicação e o intercâmbio entre os workshops simultâneos nas três ilhas.
  • Colaboração de colegas e voluntários para apoiar e moderar os workshops.
  • Comunicar e dar feedback às partes interessadas sobre os resultados dos workshops.
  • As partes interessadas precisam ser contatadas com bastante antecedência para obter uma boa resposta.
  • Uma boa coordenação e organização entre os membros da equipe e na preparação dos materiais é essencial para a implementação oportuna das atividades do workshop.
  • O desenvolvimento de ferramentas de visualização poderia ajudar a reduzir a pegada ecológica desse tipo de workshop (a maioria dos materiais era de papel) e diminuir o tempo gasto na organização dos materiais.
  • A falta de dados; a multiplicidade de sistemas de referência ou sua inexistência; as informações dispersas em termos de entidades responsáveis e tipos de dados (digitais, analógicos etc.) afetaram o desenvolvimento de materiais.
  • Grande carga de trabalho para tentar padronizar todas as informações a fim de poder usá-las em um sistema GIS.
  • As entidades levam muito tempo para coletar e disponibilizar as informações, o que dificulta o trabalho da equipe.
Fortalecimento do Departamento de Arqueologia e Conservação no Parque Nacional

O Parque Nacional conta com componentes arqueológicos excepcionais. No entanto, contava com apenas um especialista em sua equipe. Com cerca de 20.000 sítios arqueológicos localizados dentro dos limites do parque, dos quais se destacam 1.000 Moai e 300 Ahu ou estruturas cerimoniais, além de estruturas de habitação, arte rupestre e cavernas, a administração atual priorizou a salvaguarda do componente arqueológico, altamente significativo para a comunidade viva. O fortalecimento do departamento especial para a pesquisa e o estudo da preservação desse importante patrimônio cultural permite o desenvolvimento de estratégias de conservação específicas para esse tipo de patrimônio, bem como a reconexão da comunidade com seus bens culturais. A maioria desses bens está exposta às condições climáticas da ilha, bem como à deterioração devido ao uso turístico e aos impactos antrópicos e da pecuária. Entre outras atividades, essa nova unidade desenvolveu:

  • Capacitação e aquisição de ferramentas de registro digital para o diagnóstico do patrimônio arqueológico.
  • Projetos de conservação com base em um portfólio de locais em situação de emergência e uma metodologia que coleta o conhecimento tradicional dos rapanui, associando-o ao conhecimento científico.
  • Parcerias e trabalho em rede sobre os impactos das mudanças climáticas.
  • Especialistas em arqueologia entre a comunidade Rapa Nui
  • Estabelecimento de apoio técnico institucional por meio da STP (Secretaría Técnica Rapa Nui, CMN/Secretaria Técnica Rapa Nui)

(1) Necessidade de um departamento especializado para pesquisa e conservação do patrimônio arqueológico dentro do Parque Nacional.

(2) Necessidade de articular e coordenar o trabalho com outras instituições que tenham interferência em questões de patrimônio.

Incorporação da compreensão e dos valores indígenas da natureza e da cultura no sistema de gestão do patrimônio

Uma etapa fundamental para assumir a gestão foi reconhecer a visão de mundo indígena do povo Rapa Nui e sua compreensão da natureza, bem como sua relação com seu patrimônio cultural na gestão da área protegida. Isso possibilitou a consideração das necessidades e oportunidades específicas do local. Esse processo implicou:

  • A recuperação da língua indígena, para a criação de documentos e materiais para a gestão do Parque Nacional.
  • A consideração do sistema de organização ancestral baseado em clãs, por meio da organização Honui, que participa do processo de tomada de decisões no Parque Nacional.
  • Um levantamento dos lugares sagrados.
  • Uma recuperação prospectiva do nome Rapa Nui para nomear a ilha em vez de Ilha de Páscoa(Isla de Pascua).
  • A reconexão com o conhecimento tradicional, as festividades e as expressões culturais Rapa Nui.
  • O desenvolvimento de um plano de uso público no qual os usos tradicionais da comunidade dialoguem com os usos turísticos e patrimoniais
  • Reconhecimento e promoção do uso ancestral de plantas medicinais com base na geração de projetos e programas para o aprimoramento e a recuperação do componente natural e da medicina ancestral de Rapa Nui.
  • Um plano para o retorno dos Tupuna (ancestrais) e dos elementos culturais que estão fora da ilha.
  • Iniciativa da comunidade Rapa Nui para recuperar e valorizar sua cultura ancestral.
  • Aprovação das instituições estatais responsáveis pela proteção do patrimônio: o Ministério da Cultura e das Artes e o Serviço Nacional Florestal do Chile (CONAF), Ministério da Agricultura.

(1) Importância da integração dos entendimentos locais e da língua indígena no sistema educacional oficial.

(2) Necessidade de mudar a visão turística sobre a ilha e, em vez disso, convidar os visitantes a aprender com uma cultura viva e sua história ancestral e a fazer parte de uma comunidade durante sua estada, envolvendo-se em atividades culturais, e não apenas vir para ver um Moai.

(3) Necessidade de alinhamento da cooperação entre os setores de Cultura e Educação.

(4) Identificação de novas áreas que precisam de proteção urgente.

(5) Adaptação dos estatutos da Comunidade Indígena à nossa idiossincrasia como povo.

Fortalecimento da capacidade interna da comunidade para atuar como administradores de parques

A fim de estar preparada para assumir a responsabilidade pela gestão do Parque Nacional, a comunidade precisou desenvolver capacidades em aspectos legais, administrativos e técnicos. Essa abordagem também considerou a capacitação dos guarda-parques locais, encarregados de transmitir, promover e proteger o valor cultural de seu patrimônio. O Ma'u Henua tornou-se um espaço onde diversos campos de especialização técnica acadêmica e especialistas locais puderam desenvolver suas atividades de forma complementar e conjunta. Esse é um dos espaços mais importantes para a aplicação de metodologias culturais e técnicas que dialogam com o contexto do patrimônio tangível e intangível.

  • O processo de institucionalização da instituição indígena permitiu que os membros da comunidade se envolvessem e aprendessem sobre administração, desenvolvendo novas habilidades e reforçando seus conhecimentos.
  • Os jovens formados no continente estavam dispostos a se envolver no gerenciamento da área protegida e a voltar a viver na ilha.
  • Criação de oportunidades na ilha e políticas nacionais para o desenvolvimento da comunidade.
  • Acordo com o CONAF e o Ministério da Cultura e das Artes.
  • Rico conhecimento local entre os membros da comunidade Rapa Nui.

(1) A ilha oferece oportunidades de trabalho na administração do parque, serviços turísticos e outras atividades de monitoramento. Essas oportunidades capacitam os jovens que reconhecem e aprendem sobre sua cultura e patrimônio, reaprendem a apreciá-los e a protegê-los. O reconhecimento mundial de seu valor apoia a transmissão entre gerações.

(2) Importância de envolver os mais velhos para transmitir o conhecimento aos jovens. A participação dos cidadãos é essencial para o gerenciamento e há potencial de capitalização do conhecimento local.

(3) Permitir que os habitantes locais se envolvam em funções de guarda-parque gera empregos na ilha, permitindo o uso do conhecimento da comunidade Rapa Nui para comunicar os valores da ilha e monitorar melhor sua conservação.

(4) Estabelecimento de protocolos culturalmente seguros e alianças respeitosas entre o Ma'u Henua e as instituições do Estado para unificar os critérios de proteção do patrimônio.

(5) Elaboração e implementação de uma estrutura administrativa que estabeleça procedimentos e protocolos.

Institucionalização da administração indígena

Para desenvolver um ambiente favorável ao estabelecimento de uma instituição indígena responsável pela administração do Parque Nacional, foi necessário desenvolver vários instrumentos jurídicos, administrativos e financeiros. Esse processo de institucionalização exigiu o estudo de referências e a geração de uma estrutura regulatória e representativa para as operações da nova entidade de gestão. Essa estrutura baseia-se em um diálogo com instituições governamentais para implementar a transferência administrativa e o estabelecimento de instrumentos legais que ratifiquem a nova entidade administrativa. As etapas mais importantes desse processo foram:

  • Consulta indígena em outubro de 2015, de acordo com a Convenção 169 da OIT.
  • Criação de estatutos para a Comunidade Indígena Ma'u Henua, estabelecendo sua estrutura, operação, composição e Honui (representantes do clã).
  • Plano operacional no qual a CONAF e Ma'u Henua gerenciaram o parque juntos entre 2016-2017.
  • Estrutura que poderia regular os processos internos de auditorias econômicas e contas de gestão pública, a fim de contribuir para uma gestão transparente.
  • Promulgação de um decreto do Ministério do Patrimônio Nacional que concedeu a administração do território do parque à comunidade indígena.

A Lei Indígena (Lei 19.253, 1993) criou, junto com o conceito de Comunidades Indígenas, a Comissão para o Desenvolvimento da Ilha de Páscoa, onde representantes do povo Rapa Nui dialogavam com representantes do Governo do Chile. Essa autoridade permitiu o progresso da vontade política e a geração de confiança, alcançando, entre outros temas, a transferência da administração do patrimônio Rapa Nui para a comunidade local.

(1) O conselho de administração é eleito por um período de 4 anos. Recentemente, uma nova diretoria foi eleita. A transferência permitirá a reestruturação com base nas lições aprendidas na primeira administração, permitindo o estabelecimento de prioridades para melhorar a gestão, o envolvimento da comunidade e os protocolos de segurança da COVID-19.

(2) A administração liderada por Ma'u Henua fez progressos significativos no empoderamento local e na gestão do patrimônio cultural, mas o processo não ficou imune a vários conflitos internos e com o governo do Chile, como parte de uma transição.

(3) A transferência da administração estatal para a Ma'u Henua não foi fácil, devido a fatores políticos, sociais e culturais. Entretanto, houve um progresso significativo na organização e no gerenciamento do Parque Nacional. Isso precisa ser analisado em profundidade para construir as bases para novas relações e propostas de gerenciamento pelo novo conselho.

(4) Necessidade de desenvolver um plano de gestão para o Patrimônio Mundial com um enfoque integral, incluindo pontos de vista de outras organizações locais, nacionais e internacionais.