A metodologia de intervenção partiu de uma análise rápida dos seres humanos. A análise se baseou em revisão bibliográfica, entrevistas com atores-chave e palestras participativas de validação da análise.
Essa análise mostrou que os cinco úmidos apresentam uma variedade de amenidades, que foram categorizadas em amenidades diretas (as que incidem diretamente no ambiente biofísico do úmido) e amenidades indiretas (as que influenciam nas amenidades diretas).
As ameaças diretas são:
- Desmonte/desmatamento (mudança de uso do solo)
- Resíduos sólidos na água e em suas bordas
- Vertigem de águas negras e cinzas cruas
- Contaminação por produtos químicos (fertilizantes, pesticidas etc.)
- Agrotóxicos de mananciais aquáticos
- Sedimentação
- Enxurrada ou depósito de escombros
- Drenagem
- Eutrofização
- Extração de espécies animais e vegetais
- Introdução de espécies exóticas
- Encauzamiento de agua
As ameaças indiretas são:
- Crescimento urbano sem considerar aspectos ambientais (incluindo ambientes irregulares)
- Desenvolvimento imobiliário e hoteleiro mal planejado
- Construção de obras/infraestrutura nas bordas do solo
- Abertura de estradas e caminhos (incluindo relíquias)
- Atividades agrícolas e agropecuárias pouco sustentáveis
- Turismo mal administrado
- Plantas de tratamento de águas mal manejadas
- Falta ou deficiência de serviços de coleta de esgoto e drenagem sanitária
- Desvio de água para o interior
- Drenagens e relés irregulares ou mal planejados
- Deficiência na cooperação interinstitucional e enfraquecimento das competências de gestão de recursos hídricos
- Ênfase da política de voluntariado no crescimento urbano, industrial e turístico, menos na conservação dos recursos hídricos
- Falta de recursos para a gestão de recursos hídricos
- Aplicação deficiente das leis e esforços limitados de controle para o cumprimento da normativa
- Impunidade daqueles que não cumprem a normativa
- Especulação da terra/aumento de preços
- Pobreza em assentamentos em áreas úmidas
- Pesca para autoconsumo de comunidades marginais alagadas
Na análise também foram identificados os serviços ecossistêmicos que proporcionam aos ecossistemas urbanos custos que geram bem-estar para a população, os quais são apresentados a seguir:
- Proteção contra inundações
- Recreação e turismo
- Fornecimento de alimentos (recursos pesqueiros)
- Purificação da água e tratamento de resíduos
- Pesquisa, educação ambiental e monitoramento ecossistêmico e de espécies
- Moderação de eventos climáticos extremos
- Redução local da temperatura ambiental
O serviço ecossistêmico de fornecimento de água foi mencionado durante os debates como um serviço ecossistêmico importante; sin embargo, el análisis evidenció que, por los altos niveles de contaminación tanto directo al humedal como en toda la cuenca aguas arriba, la mayoría de los humedales urbanos costeros han perdido la capacidad de proveer el servicio ecosistémico de agua para consumo humano o animal. O serviço ecossistêmico de fornecimento de alimentos (recursos pesqueiros) foi comprometido e pode gerar riscos à saúde das pessoas (intoxicação), afetando principalmente as famílias vulneráveis por seu baixo poder econômico.
O terceiro elemento que foi analisado foram os atores que incidem na gestão dos custos dos aterros sanitários urbanos:
Atores públicos em nível federal: Secretaría de Medio Ambiente y Recursos Naturales, Secretaría de Desarrollo Agrario, Territorial y Urbano, Dirección General de la Zona Federal Marítimo-Terrestre y Ambientes Costeros, Comisión Nacional del Agua, Comissão Nacional de Áreas Naturais Protegidas, Procuradoria de Proteção ao Meio Ambiente, Secretaria de Marina e Armada do México, Secretaria de Turismo, Petróleos Mexicanos, Fundo Nacional para o Fomento ao Turismo.
Atores públicos em nível estatal
- QUINTANA ROO: Secretaria de Meio Ambiente do estado de Quintana Roo, Procuradoria de Proteção ao Meio Ambiente do estado de Quintana Roo,Secretaría de Desarrollo Territorial Urbano Sustentable del estado de Quintana Roo, Universidad Autónoma de Quintana Roo, Secretaría de Desarrollo Turístico del estado de Quintana Roo, Comisión de Agua Potable y Alcantarillado del estado de Quintana Roo, Coordinación Estatal de Protección Civil del estado de Quintana Roo.
- VERACRUZ: Secretaria de Meio Ambiente de Veracruz, Secretaria de Desenvolvimento Social de Veracruz, Universidade Veracruzana, Procuradoria de Meio Ambiente do estado de Veracruz.
- BAJA CALIFORNIA SUR: Secretaría de Planeación Urbana, Infraestructura y Movilidad del Estado de Baja California Sur, Secretaría de Turismo, Economía y Sustentabilidad del estado de Baja California Sur, Comisión de Agua Potable y Alcantarillado del estado de Baja California Sur, Universidad Autónoma de Baja California Sur
Atores municipais: Prefeitura de Bacalar em Quintana Roo; Prefeituras de Veracruz, Boca del Río e Medellín em Veracruz; Prefeitura de Los Cabos na Baja California Sur; Instituto Municipal de Planejamento do município de Veracruz.
Atores privados: Empresas hoteleiras, operadores turísticos, Grupo Metropolitano de Agua y Saneamiento de Veracruz.
Atores comunitários: Ejido Bacalar, Ejido Buenavista, Ejido Juan Sarabia, Ejido La Península, Ejido Aarón M. Fernández, Ejido Pedro A. de los Santos, Ejido Laguna Guerrero, Ejido Boca del Río, Ejido Medellín, Ejido Las Palmas. Cooperativas de pesca, Associação de Hotéis de Los Cabos
Atores acadêmicos e de pesquisa:Instituto Tecnológico de México (Campus Chetumal/Campus Veracruz/Campus Los Cabos), El Colegio de la Frontera Sur, Instituto de Ecología, A. C; Centro de Investigaciones Biológicas del Noroeste S. C.
Outros atores da sociedade civil (OSC): Agua Clara, Ciudadanos por Bacalar A. C., Centinelas del Agua A. C., PRONATURA Península de Yucatán A. C., Amigos de Sian Ka'an A. C, ECOPIL A. C., PARES, A.C, Los Cabos Coast Keepers, Organización para la Sustentabilidad y la Conservación del Medio Ambiente.
Por outro lado, a fragmentação das competências dos atores governamentais (federais, estaduais e municipais) sobre os recursos hídricos faz com que a conservação, a proteção e a restauração desses ecossistemas exijam esforços coordenados e respostas mancomunadas. Os municípios, encarregados do manejo de esgotos sólidos, das águas servidas e do planejamento do uso do solo, competências que estão diretamente ligadas às principais ameaças aos ecossistemas, não identificam os ecossistemas urbanos caros como sua competência, deixando oportunidades de cuidado sem serem abordadas.
Embora a conservação, a proteção e a restauração dos ecossistemas urbanos sejam de grande importância para os atores, a complexidade da problemática associada aos ecossistemas urbanos costeiros é, na maioria das vezes, tão abrasiva/agradável que leva à paralisação dos processos. Essa situação obstrui a tomada de decisões, que podem ser socialmente pouco aceitas ou viáveis (principalmente por motivos de baixos ou escassos recursos econômicos e/ou humanos para seu desenvolvimento e implementação), politicamente pouco lucrativas ou complexas por outros motivos. Os atores, tanto públicos quanto privados, realizam ações isoladas e desarticuladas, com a intenção de cumprir as competências/interesses institucionais e, embora conscientes da importância da coordenação, a ausência de trabalho mancomunado continua sendo um limitante para a gestão adequada dos recursos hídricos.